pós-digital

Pós-digital

Florian Cramer publicou um belo artigo sobre pós-digital no APRJA (A Peer Reviewed Journal About). Com menos brilhantismo e mais confusão, eu escrevi neste blog aqui há dois anos e meio sobre o mesmo tema, já então dialogando com o livro que havia publicado alguns meses antes. O artigo de Cramer é interessante porque ataca de vários lados a contradição entre a relevância e o incômodo em se falar de "pós-digital". Se de um lado parece uma condição concreta, de uma certa superação do uso da ideia da digitalização enquanto diferenciação de construções obsoletas, de outro pode sugerir uma definição vazia justamente por colocar-se como etapa posterior de outra que está longe de se ver extinta.

Cramer soluciona em parte esta contradição entendendo o "pós" no sentido do pós-punk, de uma articulação que se situa como continuação ao mesmo tempo em que se diferencia de maneira essencial de seu referente. Para mim ainda faz sentido pensar no pós-digital como momento em que diversos mitos (a falsa oposição digital x analógico, por exemplo) são questionados. Para Cramer, o pós-digital é também a contraposição à "nova mídia". E propõe que a oposição real não seja entre "novas mídias" e "velhas mídias', mas entre "mídia DIY (faça-você-mesmo)" e "mídia corporativa".

Frequência Aberta

Semana passada fui entrevistado ao vivo pelo programa Frequência Aberta, da Rádio UFSCAR. A conversa rolou muito bem. Falamos sobre meu livro, sobre cultura digital experimental, política cultural e tecnologia. O audio do programa está disponível para acesso e download aqui.

Achei bastante interessante o formato do programa. Muito parecido com um formato que eu já quis desenvolver: programa ao vivo com conversas, música livre, tudo disponibilizado para download. Eles usam o Rivendell para gerenciar a rádio, uma solução interessante para experimentar na Gaivota.

Atualizando: o áudio estava corrompido, mas falei com o pessoal e eles subiram outra versão (em ogg) que está ok.