PDCon

Domingo, dia 19 de julho fui ao MIS assistir a abertura oficial do PD_CON09, uma palestra do Miller Puckette, o criador do Puredata. Lindo, irônico e divertido, ele iniciou falando que como em todos os encontros a fala dele é sempre demorada, então ia se sentar. Durou mais ou menos uma hora e meia, em inglês -claro- e dentro dessas horas o que mais me chamou atenção foi ele ter dito que o Puredata tinha sido pensado para se trabalhar com música, e que fica contente de ver a galera usando de outras formas, dando outro sentido ao objetivo dele. No PD_CON acontecem muitas mudan'cas de lugar e as 20:00 já estávamos no Sesc Paulista: belo terraço, ambiente na medida para que todos se conhecessem. Rolou uma performance bem bacana do Ed Kelly, manipularam um sonzinho de entortar a cabeça. Várias línguas rolando, russo, francês, inglês, espanhol...

Na segunda-feira, dia 20, as 10:00 da manha já estávamos todos na Puc, no Centro de Matemática e Tecnologia para o HackMeeting com Glerm Soares, onde passei a ver o pd de outra forma. Sem complexidades , afinal de contas não somos tão apaixonados por linhas de comando? O negócio é mais ou menos por aí. Tela branca, batida e processo de construção. Visualizei a Rede de Projetos, e surtiu em minha cabeça os quatros meses que estamos abrindo vários retângulos, ou melhor, objetos e conectando todos, querendo assim uma construção de rede em rede, com uso do prepend, pois através dele enxergamos bem os métodos que utilizamos e podemos manipular o pack s f f f , para formatar tudo aquilo que colocamos em prática. Cada um desses objetos, que construímos, foram essenciais para chegarmos até aqui. Tudo com muito carinho e minucia, cheio de arcos que interligam objetos, que por vezes tinham como função ser condutores de informação, ou se não função de controle mesmo. Percebi, também, que para compactuarmos idéias , exalta-las e cria-las junto aos projetistas, precisamos de repertório. Não são apenas eles que precisam estudar e discutir entre eles, e conosco o que é “ internet”: nós também precisamos estar em constante absorção de conhecimento, precisamos aproveitar conferencias como o pd-con09 para saber que grandes cabeças em pd da Barcelona acham incrível a que veio e o que é o Acessa São Paulo e essa nossa Rede de Projetos, assim como a forma que os projetos ecoam entre projetistas, monitores, usuários, colaboradores, ou seja, uma rede complexa de inserção, mas que te puxa como uma esponja puxa água, te absorvendo com todo carinho. Improvisamos mesmo o tempo inteiro o ideal de desenvolvimento, para que ele possa construir nodos onde a circulação funciona de forma que possamos alcançar a progressão em tempo real: isso é pack na Rede de Projetos. Bom, voltemos a HackMeeting! Como posso dizer.. Glerm.. sensível e sempre com muito cuidado, deu toda essa noção, e muitas outas sobre versatilidade no pd para uma sala de - mais ou menos – 20 pessoas, que assim como eu sairam embasbacadas com o poder de sintetização e criação do pd.

Depois do Hackmeeting teve a exibição do filme Ressaca com Bruno Vianna e Maíra Sala, que realizaram uma edição ali, na hora e já. Quê falar? D++ assistir o mesmo filme, sabendo que esse mesmo mais é diferente. Sem muitos comentários.

A noite no Sesc Consolação 4 apresentações artísticas usando PD. A apresentação que mais chamou minha atenção foi do Cristiano Figueiró com o  saxofonista russo Alex Zhemchuzhnikov. O Figo conseguiu completar o som do sax e gerar uma mistura psicótica e estonteante, alias, hipnotizante. A forma que o Russo tocava o Sax..Ah! Incrível. Sem falar que ele era o russo mais carioca que já vi: está no Rio a três meses e entende todas as nossas piadas. Falando em carioca, também vieram os meninos do Rio: Surian, Pedro e Guz. Eles tem um trabalho mais voltado para vídeo no pd. Bem bacana. Conversamos bastante sobre inclusão digital, e eles ficaram na maior vontade de colaborar com a Rede, mesmo estando lá no Rio.

No dia seguinte, 21/07, terça-feira fui para o MIS novamente. Complicações, falta de sala, enfim. Só de tarde foi realizada o workshop do José Santocuarto, de arduino e do Ed Kelly, que mostrou como criar sistemas de livre performance em pd. O Ed Kelly vomita palavras rapidamente com o sotaque mais londrino que eu já vi na minha vida. Depois começou Alexandre Porres, com Analise e processamento espectral no pd. Logo de cara ele mostrou o que se precisa para atingir isso: fft~ . Mas e aí, acabou? Não. Foi apresentado conceitos de convolução, tempo e amplitude e janela de tempo. Decompor em freqüência lembra bem o que eu faço com dados da Rede de Projetos. Decompondo assim, perdemos menos informações. E afinal de contas, o que é o Tom Puro? É só uma freqüência. Timbre são todos os atributos perceptivos ao som e tudo que não é freqüência nem amplitude. Decompondo todas as palavras, podemos ter um som mais claro do que os nosso projetistas querem nos falar? Fica a Dica, como diria o Robson Leandro.

No Sesc Paulista mais performances. Oscar Martin, que pude conhecer melhor nesse dia e não precisou muito para saber que é um usuário SL bem “radical” (incrível) e é da Barcelona, fez um som de doer os dentes. Fiquei curiosa para saber como estava sendo a manipulação do pd, mas chegou um momento em que o som me anestesiava a ponto de não conseguir raciocinar muito bem. Rolou também o Ricardo Palmieri com o Panetone, e posso dizer que foi muito bonito. O som concomitou com a imagem de maneira natural, tudo muito passional, sabe? Muito bom. E teve o Kruno, da Croácia, finalizando com uma performance fuderosa de vídeo em pd. Linda, linda, linda. Bom, assim foram os três dias de pd que participei. Quem tiver oportunidade, não deixe de ir lá conferir!

 

1 comments on PDCon

  1. figo (não verificado)
    qua, 05/08/2009 - 14:37
    Oi Moan, adorei tua resenha, muito bom ;) bjão