Open Video

Vídeo tem se tornado uma mídia cuja adoção cresce exponencialmente, o que ocorre devido a diversos fatores, entre eles:
> O custo de aquisição de equipamentos de captação está cada vez mais baixo;
> Diversos equipamentos presentes em nosso cotidiano (como máquinas fotográficas digitais e telefones celulares) atualmente têm a habilidade de gravar vídeo;
> Ferramentas de edição são cada vez mais comuns (em computadores, nos equipamentos de gravação ou nas ferramentas de publicação) e fáceis de usar;
> A banda larga, adotada em larga escala, torna simples e barata a troca de arquivos;
> Existem muitas ferramentas online para publicação acessíveis e gratuitas.

Isso faz com que os (previamente chamados) consumidores agora sejam também produtores, abandonando a utilização dos meios que antes utilizavam para ter acesso a vídeo para adotar novos meios (baseados na Internet) não só para ter acesso, mas também publicar. Vídeo tornou-se, então, uma importante ferramenta de expressão pessoal.


Mas sem a preocupação com a apropriação pela sociedade dessa ferramenta, pode ocorrer o mesmo que com o software que no início era compartilhado livremente e atualmente tem como modelo predominante o de comercialização.

Information wants to be free”, dizia um manifesto cyberpunk. Para tal, ela não pode estar encapsulada em um contêiner cuja chave tem um dono e só pode acessá-la quem ele definir. Para que a informação seja livre, o acesso à chave para essa informação também deve ser livre.

Vídeo online deve ser uma mídia dinâmica que permite transmissão, arquivamento, remix e outras possibilidades de apropriação, que hoje não são permitidas pelo principal modelo legal vigente. Como no resto da Internet, vídeo online deve encorajar a participação e funcionar de maneira fluída como uma conversa.

A luta pelo Open Video é, então, muito mais ampla que as batalhas legais e tecnológicas diretamente ligadas a ela, é uma luta pelo futuro da Internet.


Princípios

Os princípios do ecosistema do Open Video são um mapa técnico para um futuro do vídeo mais descentralizado, diverso, competitivo, acessível, interoperável e inovativo. Nós visualizamos um uso de vídeo mais democrático e universal - assim como o texto e imagens são hoje em dia. Os princípios cobrem os seguintes tópicos:
1. Autoria e visualização — As ferramentas de criação, edição e execução devem ser universais, fáceis de usar, acessíveis, e disponíveis em implementações livres e de código aberto.
2. Padrões abertos para vídeo — Padrões de vídeo (formatos, codecs, metadados, etc.) devem ser abertos, interoperáveis e livres de royalties.
3. Distribuição aberta — Plataformas de software devem suportar padrões e licenças livres. Redes devem se manter neutras.
4. Cultura rica e participativa — Leis que governam a propriedade intelectual não devem desencorajar a cultura participativa. Por padrão, conteúdo de vídeo deve estar disponível sem barreiras tecnológicas ou limitações de acesso.
5. Liberdades civis e direitos básicos — Pessoas devem ter o direito de participar em uma cultura democrática com privacidade, liberdade de expressão, termos de serviço não limitantes, e direito de difusão.
 


Links

> Open Video Alliance (em inglês)

1 comments on Open Video

  1. danimatielo
    dom, 26/07/2009 - 13:30

    pixel, bem legal seu post: eu acho que a questão do uso do vídeo na internet é muito importante mesmo porque, além de todos os fatores que você listou para a popularização do uso de vídeos online, um outro ponto que eu acho relevante é o fato de muita gente não gosta de ler. sem entrar neste momento no mérito da discussão de se isso é um problema ou não, a questão é que o uso da comunicação utilizando som e imagem e permitindo que existam conversas utilizando esses meios é uma maneira de tornar a internet mais inclusiva: muita gente não sabe ler e escrever, mas sabe falar e, mais do que tudo, mostrar suas emoções. nesse sentido, o movimento do open video é essencial para, como você disse, permitir que essas conversas sejam realmente universais e circulantes.