Em 24 de novembro, o Centro Cultural da Espanha e o Centro Cultural Vergueiro organizaram um debate sobre "Possibilidades criativas na internet de segunda geração", como parte do projeto Anilla Cultural - que está integrando instituições culturais da América Latina e Espanha através de internet (muito) rápida. Os convidados eram Giselle Beiguelman, Janete El Haouli, Lali Krotoszynski e Lucas Bambozzi, moderados por Miguel Gondim de Castro.
Giselle trouxe o referencial da tecnofagia. Falou sobre o Gregório Praia Ipanema, sobre o Eita, Porra e mais algumas coisas. Janete compartilhou experiências com rádio experimental. Lali contou de suas experiências com dança, rolando simultaneamente em lugares diferentes. Lucas Bambozzi mencionou diversas ações de arte em rede que realizou desde os anos noventa, sugerindo que estamos em um momento de descoberta e invenção - não temos referências sobre o que vem por aí, é necessário testar diversas possibilidades.
Possibilidades com internet via fibra ótica foi um dos assuntos que possibilitou a aproximação do eixo Rede//Labs com a Cultura Digital do Minc. Eu sou bastante cético quanto ao fetiche da velocidade, mas me interesso pelo debate. Pedi o microfone ao fim das apresentações para fazer alguns comentários. Falei sobre a importância de desenvolver alternativas livres para telepresença e videoconferência via internet rápida, como o Scenic do SAT (que o Pedro Soler está querendo utilizar para conectar o SAT, o Laboral, o Hangar e outras instituições - temos uma boa porta de entrada aí). Repeti o que o pessoal do Fablab de Manchester me relatou, que utilizava videoconferência para propiciar um cotidiano compartilhado entre os diferentes laboratórios - alguém tentando resolver um problema podia em um instante pedir uma dica para alguém nos EUA ou na Índia, mostrar o que tinha feito, compartilhar arquivos, etc. Também concordei com o Lucas - a gente nunca usou rede tão rápida, e justamente por isso é importante criar espaços abertos para que artistas e pesquisadores tenham esse novo tipo de vivência em rede, no dia a dia.
O debate seguiu, bem interessante. Gostei da posição da CCSP, que falou sobre residências artísticas, uso público e agenciamento. Parece ter um caminho bem interessante aparecendo por ali.
Ainda encontrei por lá Gisela Domschke (que organizou o debate), Pedro Zaz, VJ Varga (que fez fotos) e mais algumas pessoas.