Tá no ar a chamada por trabalhos para a edição de 2014 do Transmediale. Os temas são bem conhecidos por aqui:
eventos
Transmediale 2014
ZASF com sotaque paraense
A ZASF participou no mês passado do Networked Hacklab, em Belém e Santarém. Em Belém, foi um teste em condições reais: estávamos no Parque dos Igarapés, sem acesso à internet. A rede autônoma funcionou sem solavancos, servindo conteúdo local e ainda direcionando tráfego para outro servidor local onde estava instalado o wiki que posteriormente foi migrado para o site do encontro.
Eu aproveitei para instalar um hotglue na ZASF e documentar o evento em tempo real, enquanto assistia e participava das atividades. Copiei o resultado disso aqui.
Simpósio Arte.mov
Não consegui estar presente no Simpósio do Arte.mov de São Paulo, e na única noite que tinha livre em casa tentei ver algumas das apresentações pelo stream. Digo tentei, porque só consegui encontrar o stream com áudio da tradução simultânea, e era praticamente impossível assisti-lo. Fiz um esforço grande para acompanhar a apresentação do meu amigo Andrés Burbano e tentei ver Mark Shepard falando sobre a Sentient City (mas desisti depois de alguns minutos).
O blog do Arte.mov conta um pouco sobre a provocadora palestra de Burbano:
(...) Andres discorreu sobre a história da tecnologia, seu desenvolvimento através dos séculos e sua importância para o desenvolvimento da ciência. >>Leia mais
Jasmina Tešanović - Arte.mov
O pessoal do Arte.mov me convidou para ser moderador, junto com Bruna Calegari, de uma conversa com Jasmina Tešanović na semana passada, no CINUSP. Jasmina é sérvia, ativista de mídia de longa data, que teve um papel importantíssimo durante a guerra do Kosovo (e a perseguição de Slobodan Milosevic contra outros povos da ex-Iugoslávia). Ela é autora de diversos livros, entre eles o Diary of a Political Idiot. Esteve envolvida com a rádio B92 e com a organização pacifista feminista Women in Black. É casada com Bruce Sterling.
Gisela Domschke, que organizou a conversa, chamou também pessoas envolvidas com diversas iniciativas no Brasil: Pajé, Rogério Borovik e outros. Também estavam presentes Almir Almas e Lucas Bambozzi, além de vários convidados internacionais do Arte.mov e do próprio Bruce Sterling.
O vídeo da conversa está incorporado no fim desse post. Eu, particularmente, não gostei da minha participação. Não conhecia muito bem o trabalho dela, e fiquei patinando pra encontrar pontos de contato, sem muito sucesso. Mas posso indicar alguns momentos que achei mais interessantes na fala dela. >>Leia mais
AVLAB - Gambiologia - Vídeos
Já estão disponíveis os vídeos do encontro AVLAB que eu e Maira organizamos no CCJ no mês passado, com Gera Rocha, Daniel Hora e Glauco Paiva.
AVLAB São Paulo #3 Gambiolgia - pt.01 from Centro Cultural da Espanha-AECID on Vimeo.
AVLAB São Paulo #3 Gambiologia - pt.02 from Centro Cultural da Espanha-AECID on Vimeo.
Labtolab - dia a dia
Estive em Madrid em Junho para participar do Labtolab, encontro de medialabs europeus (com muitos convidados latinoamericanos). Comecei a contar as prévias e a viagem aqui. Esse post é um relato do que rolou durante a semana que estive por lá. Ainda quero escrever outro com minhas reflexões sobre o processo.
No começo da tarde da segunda-feira, caminhei até a Plaza de las Letras. O Medialab Prado fica atualmente no subsolo da praça, com janelas viradas para uma rampa de acesso. Em um dos cantos da praça, uma tela digital gigantesca decora a parede do que virá a ser a nova sede do Medialab, com instalações quatro ou vezes maiores do que hoje em dia.
Descendo a rampa, já vi a programação do mês estampada na janela em letras adesivas, um detalhe sutil que mostra a preocupação do Medialab em ter uma interface pública, em vez de fechar-se no próprio umbigo. Em frente à escada que dá acesso ao subsolo, mais uma tela onde sempre está rodando alguma obra interativa. Abri a pesada porta. Logo na entrada, um monte de armários de tela com equipamentos e materiais, à esquerda. No lado oposto, o balcão de recepção, com material da programação corrente.
Gambiologia - AVLAB / CCJ
Estou saindo daqui a pouco para o CCJ, onde vai rolar a terceira edição brasileira do AVLAB. O AVLAB surgiu no Medialab Prado, em Madrid. Eu participei de uma das edições por lá, em 2008. Daniel Gonzales trouxe o formato para o Brasil em parceria com o Centro Cultural da Espanha, e convidou a mim e à Maira para organizarmos o encontro de hoje, tendo a gambiologia como eixo.
Os convidados serão Daniel Hora, Teia Camargo & Gera Rocha, e Glauco Paiva. Em paralelo vamos aproveitar para lançar o metalivro Gambiologia, que deve estar saindo em PDF nas próximas horinhas...
Mais sobre a programação aqui.
O AVLAB começa às 17hs. O CCJ fica na Av. Deputado Emílio Carlos 3641 - Vila Nova Cachoeirinha.
Meio post - ciência, DIY, garagem e bairro
Na semana que vem, atravesso o Atlântico mais uma vez. Vou participar do Labtolab no Medialab Prado, em Madrid. Vou estar lá focado principalmente na pesquisa RedeLabs, mas certamente com um olho colado na programação do Interactivos, que começa na mesma época. Nessa edição, o tema do Interactivos é ciência de bairro - como extensão do campo da "ciência de garagem" que tem aparecido cada vez mais por aí. Mesmo antes de saber do Labtolab, eu já estava querendo escrever alguma coisa sobre essa transição - da garagem para o bairro, da transição entre o espaço privado e o entorno - e a relação que isso pode ter com uma revitalização da própria ideia de comunidade - explorar curiosidades e aprendizados, levantar a indeterminação gambiológica, criar laços, trazer segurança e troca. Mas não consegui parar pra escrever, e acho que não vou conseguir tão cedo. Então vou colar aqui embaixo alguns links que tinha coletado pra ilustrar o raciocínio. Um dia eu retomo isso e escrevo. >>Leia mais
Rolê, parte 2 - velhomundo insular
Duas horinhas me levaram de Berlim à Inglaterra, em um vôo da easyjet. Comida não incluída, fila pra pegar os melhores lugares, pouco espaço entre os assentos que não reclinam. Mas o preço compensou. Desci em Liverpool, passei pela alfândega da maneira mais rápida e fácil das cinco vezes que entrei no Reino Unido. "Vou participar de um evento em Manchester, fico em tal hotel". A mocinha nem pediu pra ver o convite, reserva do hotel ou quanto dinheiro eu tinha. Carimbou e desejou uma boa estada. Eu já tinha comprado pela internet a passagem de ônibus até o centro de Manchester. Fui curtindo o sol estendido da primavera europeia - já eram mais de sete e meia, e ele ainda bem acima do horizonte. Sacando o sotaque totalmente diferente daquela parte da Inglaterra - meio rasgado, mas seco - uma musicalidade diferente, mas sem terminar direito as palavras.
Manchester, England, England. Across the Atlantic sea...
A caminho de Manchester, um monte de bairros com casinhas. A estabilidade - e o tédio - das zonas que criaram a própria ideia de classe média. A caminho de um dos epicentros da revolução industrial, onde Engels escreveu "A situação das classes trabalhadoras na Inglaterra". Muito tijolinho vermelho, muito gramado verde e mais alguns campos amarelos de canola. >>Leia mais
Rolê, parte 1 - velhomundo continental
Durante algumas semanas desse mês, fiz um rolê por alguns lugares da Europa, participando de eventos e conhecendo pessoas. Esse post é a primeira parte de uma tentativa de documentação com base em anotações, tweets e lembranças.
Genebra - Lift10
Meu primeiro destino foi Genebra, onde se realizaria a conferência Lift 10. Eu fui convidado a falar sobre MetaReciclagem e Brasil. Algumas semanas antes, um dos organizadores me mandou alguns vídeos com exemplos de palestras que foram bem recebidas em edições anteriores. Eram palestras de altíssimo nível, tanto que chegaram a me intimidar. Isso acabou me distraindo um pouco da conferência - fiquei bastante tempo andando pela cidade e elaborando ideias, ou no quarto escrevendo e reescrevendo.
Andar por Genebra é uma experiência singular. Um ar romântico e algo literário - impossível não procurar o Outro Borges espreitando em algum banco de praça, debaixo do frio inesperado para uma primavera. Além disso, a presença de todas as instituições internacionais em torno da ONU - e das delegações do mundo inteiro que vão para lá pleitear, debater, influenciar - evoca uma certa sensação de fronteira. Mas é uma fronteira mundial, uma fronteira de todas as nações, que parece atrair a presença de muitxs feiticeirxs. A tudo isso se junta a coisa mais fria do dinheiro puro - muitos bancos, muitas lojas de grife, muita gente que cultua essas coisas. >>Leia mais