eventos http://desvio.cc/taxonomy/term/9/all pt-br Transmediale 2014 http://desvio.cc/blog/transmediale-2014 <p><img alt="" src="http://www.transmediale.de/files/imagecache/tm-galleria/DCA%20stills%20collage.png" width="500" /></p> <p>T&aacute; no ar a <a href="http://www.transmediale.de/content/transmediale-2014-call-for-works">chamada por trabalhos para a edi&ccedil;&atilde;o de 2014 do Transmediale</a>. Os temas s&atilde;o bem conhecidos por aqui:</p> <div id="keywords"> <strong><a href="http://web.media.mit.edu/~nicholas/Wired/WIRED6-12.html" target="_blank">post-digital</a> <a href="http://www-rohan.sdsu.edu/faculty/vinge/misc/singularity.html" target="_blank">transition</a> <a href="http://nearlybanned.com/" target="_blank">junkware</a> <a href="http://www.transmediale.de/tantalum-memorial" target="_blank">media garbology</a> <a href="http://www.youtube.com/watch?v=4zXMiYcODuI" target="_blank">dumpster diving</a> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=f-jEGlpO0Lk" target="_blank">decycled</a> <a href="http://www.lightspeed-gaming.com/2011/11/sci-fi-do-want-predator-shoulder-cannon.html" target="_blank">digital native</a> <a href="http://idioms.thefreedictionary.com/One+man&#039;s+trash+is+another+man&#039;s+treasure" target="_blank">trashure</a> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=rVvn9T6bqls" target="_blank">high gloss</a> <a href="http://www.flickr.com/photos/museum-views/8180596675/" target="_blank">new aesthetics</a> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=RULWY3iAiU4" target="_blank">tube-trash</a> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=0w0eXyTltJw" target="_blank">overload</a> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=WG7Lq6SXsqE" target="_blank">uncertain value</a> <a href="http://architectures.danlockton.co.uk/category/benches/" target="_blank">smart city</a> <a href="http://ubu.com/sound/burroughs_junky.html" target="_blank">junk</a> <a href="https://www.facebook.com/" target="_blank">spam</a> <a href="http://virtualbodylanguage.wordpress.com/" target="_blank">body</a> <a href="http://usabilitynews.usernomics.com/2006/10/when-usability-goes-wrong.html" target="_blank">post-functional</a> <a href="http://russhifi.blogspot.de/2010/04/why-wont-my-player-read-recorded-disc.html" target="_blank">bitrot</a> <a href="http://catsondrones.tumblr.com/" target="_blank">drone</a> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=oFY7nvb8CKg" target="_blank">zombie</a> <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Information_theory" target="_blank">selection</a> <a href="">excess</a> <a href="http://blog.ironmountain.com/2012/service-lines/federal-government-records/garbage-data-is-big-data/" target="_blank">big data</a> <a href="http://philosophersforchange.org/2012/12/25/the-economy-of-violence-waste-expenditure-and-surplus/" target="_blank">waste</a> <a href="http://www.teachthought.com/wp-content/uploads/2013/01/confusion-information.jpg" target="_blank">pollution</a> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=Bvp6IjQ9Vvg" target="_blank">trash</a></strong></div> <div> &nbsp;</div> <div> Bora, Brasil? Mandem suas propostas (e podem prever uma etapa pr&eacute;via aqui em <a href="http://ubalab.org">Ubatuba</a> em outubro).</div> http://desvio.cc/blog/transmediale-2014#comments 2014 aliadxs eventos festival gringxs lixo lixoeletronico pós-digital redelabs transmediale Tue, 11 Jun 2013 18:54:12 +0000 efeefe 232 at http://desvio.cc ZASF com sotaque paraense http://desvio.cc/blog/zasf-com-sotaque-paraense <p>&nbsp;<img alt="" src="http://farm7.static.flickr.com/6069/6073184790_5a112f8936_d.jpg" /></p> <p>A <a href="/o-que/zasf">ZASF</a> participou no m&ecirc;s passado do <a href="http://hacklab.comumlab.org">Networked Hacklab</a>, em Bel&eacute;m e Santar&eacute;m. Em Bel&eacute;m, foi um teste em condi&ccedil;&otilde;es reais: est&aacute;vamos no <a href="http://www.parquedosigarapes.com.br/">Parque dos Igarap&eacute;s</a>, sem acesso &agrave; internet. A rede aut&ocirc;noma funcionou sem solavancos, servindo conte&uacute;do local e ainda direcionando tr&aacute;fego para outro servidor local onde estava instalado o wiki que posteriormente foi migrado para o <a href="http://hacklab.comumlab.org">site do encontro</a>.</p> <p>Eu aproveitei para instalar um <a href="http://hotglue.org">hotglue</a> na ZASF e documentar o evento em tempo real, enquanto assistia e participava das atividades. Copiei o resultado disso <a href="http://desvio.cc/sites/desvio.cc/files/hacknet/">aqui</a>.</p> http://desvio.cc/blog/zasf-com-sotaque-paraense#comments eventos hotglue networked hacklab wireless zasf Mon, 12 Sep 2011 00:48:45 +0000 efeefe 207 at http://desvio.cc Simpósio Arte.mov http://desvio.cc/blog/simposio-artemov <p>N&atilde;o consegui estar presente no Simp&oacute;sio do <a href="http://artemov.net/saopaulo">Arte.mov de S&atilde;o Paulo</a>, e na &uacute;nica noite que tinha livre em casa tentei ver algumas das apresenta&ccedil;&otilde;es pelo stream. Digo tentei, porque s&oacute; consegui encontrar o stream com &aacute;udio da tradu&ccedil;&atilde;o simult&acirc;nea, e era praticamente imposs&iacute;vel assisti-lo. Fiz um esfor&ccedil;o grande para acompanhar a apresenta&ccedil;&atilde;o do meu amigo <a href="http://burbane.org">Andr&eacute;s Burbano</a>&nbsp;e tentei ver Mark Shepard falando sobre a <a href="http://survival.sentientcity.net/">Sentient City</a> (mas desisti depois de alguns minutos).&nbsp;</p> <p>O blog do Arte.mov <a href="http://www.artemov.net/saopaulo/?p=202">conta um pouco</a> sobre a provocadora palestra de Burbano:</p> <blockquote> <p>(...)&nbsp;Andres discorreu sobre a hist&oacute;ria da tecnologia, seu desenvolvimento atrav&eacute;s dos s&eacute;culos e sua import&acirc;ncia para o desenvolvimento da ci&ecirc;ncia.</p> <p>(...) destacou que muitos pioneiros da tecnologia foram padres, como o Padre Landell, ga&uacute;cho, considerado o &ldquo;pai brasileiro&rdquo; do r&aacute;dio. O padre Landell foi pioneiro na transmiss&atilde;o da voz humana sem fio (radioemiss&atilde;o e telefonia por radio). Lembrou tamb&eacute;m Bartolomeu de Gusm&atilde;o, o &ldquo;padre voador&rdquo;, padre jesu&iacute;ta nascido em Santos, ent&atilde;o territ&oacute;rio portugu&ecirc;s do Brasil. O padre estudou na Universidade de Coimbra em 1705, onde desenvolvia seus interesses pela Matem&aacute;tica e a F&iacute;sica e pediu ao governo portugu&ecirc;s a patente para um &ldquo;instrumento para se andar pelo ar&rdquo;. O invento, divulgado pela Europa em estampas fantasiosas que o retratavam como uma barca com formato de p&aacute;ssaro, ficou conhecido como &ldquo;Passarola&rdquo;, e &eacute;, na realidade, o que hoje conhecemos como bal&atilde;o. A hist&oacute;ria do Padre Bartolomeu e sua fabulosa Passarola &ndash; que acabou levando-o &agrave; Inquisi&ccedil;&atilde;o - foi retratada por Jos&eacute; Saramago no livro &ldquo;Memorial do Convento&rdquo;. Andres destacou tamb&eacute;m a import&acirc;ncia da R&aacute;dio Sutatenza, criada em 1947 pelo padre Jos&eacute; Joaqu&iacute;n Salcedo, na Col&ocirc;mbia, a primeira r&aacute;dio comunit&aacute;ria da Am&eacute;rica Latina</p> <p>Andres Burbano encerrou sua apresenta&ccedil;&atilde;o fazendo 03 propostas para o Festival Vivo arte.mov:</p> <ul> <li>Baseado no fato de que o Brasil &eacute; um dos poucos pa&iacute;ses que n&atilde;o fazem parte do &ldquo;primeiro mundo&rdquo; que tem um programa espacial, Andres prop&otilde;e a cria&ccedil;&atilde;o de um programa de resid&ecirc;ncias para escritores de fic&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica abordarem este assunto. A literatura tamb&eacute;m contribui para a compreens&atilde;o da hist&oacute;ria da ci&ecirc;ncia e tecnologia e est&iacute;mulo a novas ideias</li> <li>Um evento arte.mov baseado em dirig&iacute;veis, j&aacute; que muitos brasileiros estiveram envolvidos &ldquo;na arte de voar&rdquo;.</li> <li>Um t&oacute;pico para o pr&oacute;ximo forum: Como as midias m&oacute;veis podem ser usadas como um meio de transmitir intelig&ecirc;ncia?</li> </ul> </blockquote> <p>Mark Shepard <a href="http://www.artemov.net/saopaulo/?p=209">levantou</a> quest&otilde;es relacionadas &agrave; prolifera&ccedil;&atilde;o de sensores e redes informacionais e o tipo de futuro que podem trazer.&nbsp;</p> <p>O v&iacute;deo das apresenta&ccedil;&otilde;es est&aacute; dispon&iacute;vel no <a href="http://www.livestream.com/artemov/video?clipId=pla_b7d90bbe-2f9a-409e-b40f-a822a99943b4&amp;utm_source=lslibrary&amp;utm_medium=ui-thumb">Livestream</a>.</p> <p>&nbsp;</p> http://desvio.cc/blog/simposio-artemov#comments artemov cidade criatividade debate eventos inovação invenção sensores urbe Thu, 09 Dec 2010 03:09:18 +0000 efeefe 193 at http://desvio.cc Jasmina Tešanović - Arte.mov http://desvio.cc/blog/jasmina-tesanovic-artemov <p>O pessoal do <a href="http://artemov.net">Arte.mov</a> me convidou para ser moderador, junto com Bruna Calegari, de uma conversa com <a href="http://jasminatesanovic.wordpress.com/">Jasmina Te&scaron;anović</a>&nbsp;na&nbsp;semana passada, no CINUSP. <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Jasmina_Te%C5%A1anovi%C4%87">Jasmina</a> &eacute; s&eacute;rvia, ativista de m&iacute;dia de longa data, que teve um papel important&iacute;ssimo durante a guerra do Kosovo (e a persegui&ccedil;&atilde;o de Slobodan Milosevic contra outros povos da ex-Iugosl&aacute;via). Ela &eacute; autora de diversos livros, entre eles o <em>Diary of a Political Idiot</em>. Esteve envolvida com a r&aacute;dio <a href="http://www.b92.net/eng/">B92</a> e com a organiza&ccedil;&atilde;o pacifista feminista <a href="http://www.zeneucrnom.org/index.php?lang=en">Women in Black</a>. &Eacute; casada com <a href="http://blog.wired.com/sterling">Bruce Sterling</a>.</p> <p><a href="http://giselad.com">Gisela Domschke</a>, que organizou a conversa, chamou tamb&eacute;m pessoas envolvidas com diversas iniciativas no Brasil: Paj&eacute;, Rog&eacute;rio Borovik e outros. Tamb&eacute;m estavam presentes Almir Almas e Lucas Bambozzi, al&eacute;m de v&aacute;rios convidados internacionais do Arte.mov e do pr&oacute;prio Bruce Sterling.</p> <p>O v&iacute;deo da conversa est&aacute; incorporado no fim desse post. Eu, particularmente, n&atilde;o gostei da minha participa&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o conhecia muito bem o trabalho dela, e fiquei patinando pra encontrar pontos de contato, sem muito sucesso. Mas posso indicar alguns momentos que achei mais interessantes na fala dela.</p> <p>Jasmina evoca o conceito grego de <em>idiotia</em> - o idiota como aquele a quem &eacute; negada a informa&ccedil;&atilde;o, e consequentemente a cidadania plena - mas em contexto de guerra, em que de repente as pessoas n&atilde;o podiam mais comunicar-se entre si, &agrave; medida que as autoridades sonegavam informa&ccedil;&atilde;o. Jasmina conta que, como a S&eacute;rvia era a agressora, as pessoas de fora do pa&iacute;s n&atilde;o faziam quest&atilde;o de conversar com eles, nem mesmo aqueles que n&atilde;o apoiavam a guerra. Ela recebeu seu primeiro PC contrabandeado dos EUA, atrav&eacute;s da Women in Black. Diz que precisava correr pela cidade atr&aacute;s de tomadas para usar o computador. Ela enviava por email um di&aacute;rio que era &quot;um blog antes dos blogs&quot;. N&atilde;o escrevia sobre a pol&iacute;tica oficial, e sim sobre suas consequ&ecirc;ncias no dia a dia. As pessoas de fora tinham uma imagem errada da S&eacute;rvia. Imaginavam camponeses em algum lugar esquecido, quando Belgrado era uma cidade de 3,5 milh&otilde;es de habitantes - maior do que grande parte das capitais europeias. Ela p&ocirc;de sentir na pele que, quando se corta a infraestrutura a cidade come&ccedil;a a morrer. A falta de rem&eacute;dios, comida, eletricidade dava a no&ccedil;&atilde;o da depend&ecirc;ncia que a vida moderna tem. Ela via a m&atilde;e morrer aos poucos no hospital, pela falta de antibi&oacute;ticos.</p> <p>Conta que tinha mais medo da pol&iacute;cia local do que das bombas estrangeiras. De forma an&aacute;loga, ela usava os contatos no exterior como uma medida de seguran&ccedil;a - quanto maior fosse sua rede fora do pa&iacute;s, mais seguran&ccedil;a ela teria. Hoje em dia ela continua se relacionando com movimentos na S&eacute;rvia, apesar de n&atilde;o viver mais por l&aacute;. Virou um hub no twitter, fazendo a conex&atilde;o entre pessoas e a&ccedil;&otilde;es. Acredita que a internet transformou a vida cotidiana, que quando as pessoas pegam as ferramentas nas pr&oacute;prias m&atilde;os e publicam sem intermedi&aacute;rios &eacute; poss&iacute;vel fazer uma estrutura paralela, com centros de poder alternativos. Ela sempre se considerou uma&nbsp;&quot;usu&aacute;ria fan&aacute;tica&quot;, mas que n&atilde;o se importa com o que existe dentro das ferramentas - assim como dirige um carro para chegar a algum lugar, sem precisar saber como ele funciona. Mas que ter nas m&atilde;os a pr&oacute;pria m&iacute;dia &eacute; uma possibilidade que n&atilde;o podemos deixar que nos tirem.</p> <p>No debate que se seguiu, acho que minha &uacute;nica contribui&ccedil;&atilde;o relevante foi questionar, em um contexto de amea&ccedil;as &agrave; neutralidade da rede e privacidade opaca, se n&atilde;o existiria perigo quando novas gera&ccedil;&otilde;es de ativistas fossem somente usu&aacute;rias:&nbsp;utilizando-se de plataformas propriet&aacute;rias como o facebook, que eventualmente pode revelar o IP e h&aacute;bitos online deles. Perguntei se o desconhecimento total sobre o funcionamento interno dessas ferramentas n&atilde;o consistiria tamb&eacute;m em outro tipo de idiotia. Ela respondeu que hoje em dia a privacidade absoluta n&atilde;o existe - com o que eu certamente&nbsp;<a href="http://efeefe.no-ip.org/blog/sistemas-de-aprendizado">concordo</a> - mas o assunto n&atilde;o vingou.</p> <p>De qualquer maneira, valeu para conhecer o trabalho da Jasmi</p> <p> </p> <object width="560" height="340" id="lsplayer" classid="D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000"> <param name="movie" value="http://cdn.livestream.com/grid/LSPlayer.swf?channel=artemov&amp;clip=pla_7691f66e-6c84-4238-8105-df1bd05cf272&amp;autoPlay=false" /> <param name="allowScriptAccess" value="always" /> <param name="allowFullScreen" value="true" /><embed name="lsplayer" wmode="transparent" src="http://cdn.livestream.com/grid/LSPlayer.swf?channel=artemov&amp;clip=pla_7691f66e-6c84-4238-8105-df1bd05cf272&amp;autoPlay=false" width="560" height="340" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object> <div><a title="Watch artemov" href="http://www.livestream.com/artemov?utm_source=lsplayer&amp;utm_medium=embed&amp;utm_campaign=footerlinks">artemov</a> on livestream.com. <a title="Broadcast Live Free" href="http://www.livestream.com/?utm_source=lsplayer&amp;utm_medium=embed&amp;utm_campaign=footerlinks">Broadcast Live Free</a></div> <div>&nbsp;</div> <p>&nbsp;</p> http://desvio.cc/blog/jasmina-tesanovic-artemov#comments artemov ativismo debate eventos jasmina kosovo mídia tática servia Tue, 07 Dec 2010 17:52:10 +0000 efeefe 192 at http://desvio.cc AVLAB - Gambiologia - Vídeos http://desvio.cc/blog/avlab-gambiologia-v%C3%ADdeos <p>J&aacute; est&atilde;o dispon&iacute;veis os v&iacute;deos do <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/gambiologia-avlab-ccj">encontro AVLAB</a> que eu e <a href="http://bikini.veredas.net">Maira</a> organizamos no CCJ no m&ecirc;s passado, com Gera Rocha, <a href="http://danielhora.wordpress.com/">Daniel Hora</a> e <a href="/desviantes/glaupaiva">Glauco Paiva</a>.</p> <p><iframe src="http://player.vimeo.com/video/14296054?color=ff0179" width="400" height="300" frameborder="0"></iframe></p> <p><a href="http://vimeo.com/14296054">AVLAB S&atilde;o Paulo #3 Gambiolgia - pt.01</a> from <a href="http://vimeo.com/ccesp">Centro Cultural da Espanha-AECID</a> on <a href="http://vimeo.com">Vimeo</a>.</p> <p><iframe src="http://player.vimeo.com/video/14300522?color=ff0179" width="400" height="300" frameborder="0"></iframe></p> <p><a href="http://vimeo.com/14300522">AVLAB S&atilde;o Paulo #3 Gambiologia - pt.02</a> from <a href="http://vimeo.com/ccesp">Centro Cultural da Espanha-AECID</a> on <a href="http://vimeo.com">Vimeo</a>.</p> <p>&nbsp;</p> http://desvio.cc/blog/avlab-gambiologia-v%C3%ADdeos#comments avlab cce ccj eventos gambiologia metareciclagem Mon, 23 Aug 2010 00:57:25 +0000 efeefe 179 at http://desvio.cc Labtolab - dia a dia http://desvio.cc/blog/labtolab-dia-dia <p>Estive em Madrid em Junho para participar do <a href="http://www.labtolab.org">Labtolab</a>, encontro de medialabs europeus (com muitos convidados latinoamericanos). Comecei a contar as pr&eacute;vias e a viagem <a href="http://efeefe.no-ip.org/blog/labtolab-previas-e-chegada">aqui</a>. Esse post &eacute; um relato do que rolou durante a semana que estive por l&aacute;. Ainda quero escrever outro com minhas reflex&otilde;es sobre o processo.</p> <p><img alt="Pantalla Digital" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1194/4722575617_0677dc87c8_m_d.jpg" />No come&ccedil;o da tarde da segunda-feira, caminhei at&eacute; a Plaza de las Letras. O Medialab Prado fica atualmente no subsolo da pra&ccedil;a, com janelas viradas para uma rampa de acesso. Em um dos cantos da pra&ccedil;a, uma tela digital gigantesca decora a parede do que vir&aacute; a ser a nova sede do Medialab, com instala&ccedil;&otilde;es quatro ou vezes maiores do que hoje em dia.</p> <p>Descendo a rampa, j&aacute; vi a programa&ccedil;&atilde;o do m&ecirc;s estampada na janela em letras adesivas, um detalhe sutil que mostra a preocupa&ccedil;&atilde;o do Medialab em ter uma interface p&uacute;blica, em vez de fechar-se no pr&oacute;prio umbigo. Em frente &agrave; escada que d&aacute; acesso ao subsolo, mais uma tela onde sempre est&aacute; rodando alguma obra interativa. Abri a pesada porta. Logo na entrada, um monte de arm&aacute;rios de tela com equipamentos e materiais, &agrave; esquerda. No lado oposto, o balc&atilde;o de recep&ccedil;&atilde;o, com material da programa&ccedil;&atilde;o corrente.</p> <p><img alt="Programação Medialab Prado" src="http://farm2.static.flickr.com/1106/4723248082_6020dcf2a4_d.jpg" /></p> <p>A &aacute;rea principal do Medialab estava montada como audit&oacute;rio. As cadeiras, ent&atilde;o voltadas para o fundo, geralmente ficam dobradas e penduradas em uma estrutura de aramados na parede. Tudo muito m&oacute;vel, mas bem pr&aacute;tico e organizado. Ao longo da parede direita, uma fileira de bancadas com uns poucos computadores para quem quiser usar. Do lado esquerdo, a impressora 3D montada durante um workshop do pessoal do <a href="http://makerbot.com">Makerbot</a>.</p> <p><img alt="Makerbot montada" src="http://farm2.static.flickr.com/1168/4722600363_194ea83876_d.jpg" /><br /> O labtolab come&ccedil;ou com uma apresenta&ccedil;&atilde;o geral do evento por Marcos Garcia. Comentou sobre o interc&acirc;mbio de modos de produ&ccedil;&atilde;o, a meu ver t&atilde;o importante quanto a circula&ccedil;&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o em si. Em seguida, se apresentaram pessoas dos laborat&oacute;rios que organizavam o encontro. Gente de Nantes (<a href="http://home.crealab.info/">Crealab</a>), Bruxelas (<a href="http://www.constantvzw.org/site/">Constant</a>), Budapeste (<a href="http://kitchenbudapest.hu/">Kitchen Budapest</a>), Londres (<a href="http://area10.info">Area10</a>) e do pr&oacute;prio Medialab Prado. Tamb&eacute;m conheci pessoal de Lima (<a href="http://escuelab.org">Escuelab</a>), C&oacute;rdoba (<a href="http://www.modular.org.ar/nos.html">Modular</a>), Tijuana (<a href="http://protolab.ws">Protolab</a>), Buenos Aires (<a href="http://www.cceba.org.ar/v2/index.php?option=com_content&amp;view=section&amp;layout=blog&amp;id=6&amp;Itemid=57">CCE</a>), Lisboa (<a href="http://culturalivre.eu/">Cultura Livre Associa&ccedil;&atilde;o</a>) e mais <a href="http://www.labtolab.org/~labtolab/wiki/index.php/Medialab-Prado_Meeting#List_of_participants_.28provisional.29">um monte de gente</a>. Muitas vis&otilde;es aproximadas mas com uma grande diversidade de m&eacute;todos, perspectivas e atua&ccedil;&atilde;o. Tamb&eacute;m conheci finalmente o pessoal do <a href="http://marginaliaproject.com/lab/">Marginalia Projects</a>, de BH.</p> <p> <img alt="Futura sede do Medialab" src="http://farm2.static.flickr.com/1431/4723226248_cb280dc687_d.jpg" /> </p> <p>Para o almo&ccedil;o, os mediadores do Medialab levaram grupos de participantes para diferentes restaurantes. T&iacute;nhamos recebido envelopes com vales-refei&ccedil;&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o do evento. Eu fiquei no grupo que foi ao indiano Ganga. Comida razo&aacute;vel, boas conversas. Cuauhtemoc, do M&eacute;xico, contou sobre a estrutura e funcionamento do <a href="http://cmm.cenart.gob.mx/">centro multim&iacute;dia</a> no Centro Nacional de Artes. Alejandro Tosatti contou sobre o que tem desenvolvido na Costa Rica. <a href="http://www.washington.edu/dxarts/profile_home.php?who=kudla">Allison Kudla</a>, norte-americana, contou um pouco sobre sua viv&ecirc;ncia em uma escola de Bangalore (ela trabalhava junto com <a href="http://dosislas.org">Victor Vina</a>, que conheci no Brasil e foi a primeira pessoa que me falou sobre o Labtolab). Entre a comida e a sobremesa, comecei a sentir o jetlag batendo e sa&iacute; pra respirar um pouco.</p> <p> <img alt="Porta " src="http://farm2.static.flickr.com/1202/4723249414_2d7fb728c6_d.jpg" /> </p> <p>Voltamos ao Medialab para assistir as apresenta&ccedil;&otilde;es dos projetos que seriam desenvolvidos no <a href="http://medialab-prado.es/article/interactivos10">Interactivos</a>. Gostei da sele&ccedil;&atilde;o de projetos, que tinham um corte muito interessante na perspectiva de ci&ecirc;ncia de bairro - o momento em que a ci&ecirc;ncia de garagem passa a buscar di&aacute;logo com a sociedade, em que o geek sai &agrave; rua e busca prop&oacute;sito para suas pesquisas. N&atilde;o acho que todos os projetos compartilhavam dessa perspectiva, mas o contato entre eles certamente traria esse tipo de questionamento.</p> <p>N&atilde;o consegui estar presente na abertura da exposi&ccedil;&atilde;o Est&aacute;rter, dos artistas colombianos na <a href="http://www.offlimits.es/">Offlimits</a>. Fui pro hotel para dormir das 22h30 &agrave;s 2h30, e depois ficar lendo RSS, escrevendo emails e esperando o tempo passar. Tomei o racionado caf&eacute; da manh&atilde; no terra&ccedil;o outra vez (com todo o cuidado para n&atilde;o acordar os h&oacute;spedes do &uacute;ltimo andar). Voltei pro quarto, fiz um alongamento, um pouco de exerc&iacute;cio e meditei por algum tempo. Depois capotei por mais um par de horas.</p> <p>---</p> <p>A ter&ccedil;a-feira come&ccedil;ou com a apresenta&ccedil;&atilde;o das comunica&ccedil;&otilde;es do Interactivos. Perdi as primeiras, mas cheguei no meio da <a href="http://medialab-prado.es/article/fiteiro_cultural">apresenta&ccedil;&atilde;o da Fabiana de Barros</a>, falando sobre o <a href="http://www.fiteirocultural.org/SL/sl-what.html">Fiteiro Cultural</a>. Depois, Gabriel Menotti apresentou sua comunica&ccedil;&atilde;o <a href="http://medialab-prado.es/article/living_building">Gambiarra - a prototyping perspective</a>&nbsp;(que semana passada tamb&eacute;m entrou no metalivro <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/chamadas/gambiologia">Gambiologia</a>). Allison Kudla apresentou o projeto <a href="http://medialab-prado.es/article/living_building">Living Building</a>. Me tocou ali n&atilde;o s&oacute; a din&acirc;mica de um laborat&oacute;rio totalmente m&oacute;vel e potencialmente mais aberto ao entorno do que o normal, mas tamb&eacute;m a presen&ccedil;a de uma sensa&ccedil;&atilde;o profunda de choque cultural para uma norte-americana que parece ter aceitado bem.</p> <p>O almo&ccedil;o foi um piquenique no parque del Retiro. Todo mundo optou pelo mais f&aacute;cil e encomendou sandu&iacute;ches e alguma bebida. Fiquei conversando com o pessoal do Margin&aacute;lia, com Gabriel Menotti, com Kiko Mayorga do Escuelab, Wendy do Constant e outrxs. Voltei ao Medialab conversando com Marcos Garcia sobre projetos, escala, rela&ccedil;&otilde;es com a institucionalidade e outras batatas quentes.</p> <p>A tarde come&ccedil;ou com a apresenta&ccedil;&atilde;o dos tutores. Olivier Schulbaum falou sobre todo o hist&oacute;rico do <a href="http://platoniq.net">Platoniq</a> e sobre o <a href="http://youcoop.org">Youcoop</a>. <a href="http://burbane.org">Andr&eacute;s Burbano</a> fez uma apresenta&ccedil;&atilde;o sobre o trabalho de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Konrad_Zuse">Konrad Zuse</a>. Tamb&eacute;m apresentou-se <a href="http://music.columbia.edu/~douglas/portfolio/index.shtml">Douglas Repetto</a>. Meu amigo e <a href="http://bricolabs.net">bricolega</a> Alejo Duque chegou no meio da tarde.</p> <p>No fim da tarde, Landgon Winner, que estava de passagem por Madrid, contou sem muita pressa sobre como uma comunidade da qual ele faz parte conseguiu confrontar o poder de uma corpora&ccedil;&atilde;o (perdi os detalhes da apresenta&ccedil;&atilde;o por cansa&ccedil;o e algum t&eacute;dio). Sa&iacute; de l&aacute; para capotar uma horinha no hotel antes de colar no <a href="http://madrid.the-hub.net">The Hub</a> para um convescote com os participantes dos dois eventos. Queijo, salgados e cerveja na faixa. Os tipos de conversas e questionamentos que n&atilde;o rolam durante o dia. Alejo me apresentou para outros colombianos ponta firme, como Paula V&eacute;lez e Alejandro Araque (que durante a tarde j&aacute; tinha levantado a quest&atilde;o sobre computadores usados em contextos rurais, etc.). Re-encontrei Alek Tarkowski, um dos cabe&ccedil;as do creative commons Pol&ocirc;nia, depois de uns tr&ecirc;s anos sem v&ecirc;-lo. Ele veio ao Labtolab porque est&aacute; querendo criar algum tipo de espa&ccedil;o por l&aacute;.</p> <p>---<br /> <img alt="Intermediae" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1094/4723228600_cb715a33a9_m_d.jpg" /></p> <p>Na quarta, a programa&ccedil;&atilde;o seria em outro espa&ccedil;o. O <a href="http://www.mataderomadrid.com/">Matadero</a> &eacute; um amplo espa&ccedil;o com aquele visual de &aacute;rea industrial reformada. Lembrei do SESC Pompeia e da Casa das Caldeiras. Grandes paredes de tijolos descobertos. Muito metal e vidro. Interven&ccedil;&otilde;es arquitet&ocirc;nicas aqui e ali, uma exposi&ccedil;&atilde;o de uma artista colombiana que lembrava uma mimoSa. O Matadero sedia uma s&eacute;rie de projetos. Um deles &eacute; o <a href="http://intermediae.es/">Intermediae</a>, que se define como um laborat&oacute;rio experimental.</p> <p>Cheguei no come&ccedil;o da apresenta&ccedil;&atilde;o dos coordenadores do espa&ccedil;o. Eles conseguiram negociar uma grande liberdade para implementar o projeto. Apesar de existir uma inten&ccedil;&atilde;o de realizar exposi&ccedil;&otilde;es, eles conseguiram passar o primeiro ano sem se preocupar em expor nada. Como eles falaram mais de uma vez em laborat&oacute;rio experimental, eu aproveitei pra esticar por l&aacute; a quest&atilde;o que o Lucas Bambozzi tinha levantado <a href="http://culturadigital.br/redelabs/2010/06/cultura-digital-experimental-parte-1-twitter/">aqui</a>: se eles incorporavam o erro nos processos, e como. Eles disseram que certamente, o erro faz parte do processo - fizeram um evento que propunha que as pessoas gerenciassem a pr&oacute;pria participa&ccedil;&atilde;o e ningu&eacute;m fez nada, e isso alimentou as decis&otilde;es para um evento posterior.</p> <p><img alt="Sessão de debate" align="left" src="http://farm2.static.flickr.com/1013/4722576721_ec14b50ebc_m_d.jpg" />Em seguida, rolou uma sess&atilde;o de prospec&ccedil;&atilde;o dos futuros poss&iacute;veis do <a href="http://www.kitchenbudapest.hu/en">Kitchen Budapest</a>. A proposta era que a equipe projetasse onde estaria at&eacute; 2020, em di&aacute;logo com todos os presentes. Depois da conversa beirar algum del&iacute;rio de domina&ccedil;&atilde;o mundial, cheguei a fazer uma pergunta tentando questionar a ret&oacute;rica de &quot;laborat&oacute;rios de m&iacute;dia&quot;. Algo na linha de &quot;j&aacute; que agora em 2020, com a crise ambiental impossibilitando as viagens de longa dist&acirc;ncia e as novas possibilidades de telepresen&ccedil;a, estamos todos aqui ao mesmo tempo nessa sala compartilhada virtual e em nossas casas; e agora que cada vez mais gente est&aacute; usando os iBrains - implantes cerebrais propriet&aacute;rios da Apple que se conectam direto ao nervo &oacute;tico -, ser&aacute; que n&atilde;o &eacute; hora de parar de usar termos como 'm&iacute;dia' e 'laborat&oacute;rio'&quot;? Mas acho que n&atilde;o consegui ser muito claro l&aacute; (e nem aqui, na real).</p> <p><img alt="Questões debatidas" src="http://farm2.static.flickr.com/1177/4722575953_98408b201d_d.jpg" /></p> <p>Depois (ou antes, n&atilde;o lembro mais), os participantes foram divididos em grupos para debater duas de cinco quest&otilde;es propostas pela organiza&ccedil;&atilde;o. Eu moderei um dos grupos, com Attila Nemes (Kibu), Rodrigo Calvo (<a href="http://www.laboralcentrodearte.org/">Laboral</a>) e In&eacute;s Salmorza (Universidade de Sevilla). Escolhemos as quest&otilde;es sobre sustentabilidade e continuidade. Gravei a conversa, vou publicar trechos nas pr&oacute;ximas semanas.</p> <p>O almo&ccedil;o foi um churrasco (ou a tentativa bem-intencionada de fazer um churrasco de hamb&uacute;rgueres e lingui&ccedil;as) no Avant Garden do pr&oacute;prio Matadero. As conversas continuaram. Paula V&eacute;lez p&ocirc;s som pra rodar no ambiente. Como o programa da tarde seria um planejamento sobre o pr&oacute;ximo Labtolab, resolvi sair para a cidade. Antes, por&eacute;m, ouvi uma participante perguntar em ingl&ecirc;s sobre qual seria a continua&ccedil;&atilde;o dos grupos de trabalho da manh&atilde;. Respondi alguma coisa, e o Menotti perguntou por que n&atilde;o est&aacute;vamos conversando em portugu&ecirc;s. Nos apresentamos, e s&oacute; a&iacute; percebi, surpreso, que estava falando com a <a href="http://lenara.com">Lenara</a>, que foi minha professora no primeiro semestre na UFRGS, quatorze anos atr&aacute;s. Ela mora atualmente em Madrid, enquanto desenvolve o doutorado em Frankfurt, focando na intera&ccedil;&atilde;o colaborativa entre artistas. Me convenci de vez que o mundo &eacute; uma esfiha de carne quando descobri que o norte-americano amigo dela que estava ao lado contou que estava morando em Dresden, a duas quadras de onde eu morei h&aacute; tr&ecirc;s anos.</p> <p>Voltei ao Medialab no fim da tarde esperando um retorno das sess&otilde;es de debate da manh&atilde;, mas o pessoal estava muito cansado.</p> <p>---</p> <p><img alt="Fachada de La Tabacalera" src="http://farm2.static.flickr.com/1368/4723234056_9d31e11451_d.jpg" /></p> <p>Na quinta-feira, a confer&ecirc;ncia aconteceria na <a href="http://latabacalera.net/ ">Tabacalera de Lavapi&eacute;s</a>. &Eacute; um lugar fant&aacute;stico, uma constru&ccedil;&atilde;o enorme que foi uma f&aacute;brica estatal de tabaco, passou um tempo abandonada e depois foi escolhida para sediar um centro de artes. O projeto ficou parado um tempo, e mais tarde foi retomado como um centro cultural autogestionado. Um monte de gente de algumas dezenas de grupos independentes de Madrid est&atilde;o envolvidos com La Tabacalera, que seria inaugurada no fim de semana seguinte &agrave; nossa reuni&atilde;o por l&aacute;. Come&ccedil;amos com uma visita pelo espa&ccedil;o, de olhos fechados e em fila indiana. Nossos guias eram os franceses do Apo33/Crealab, que estavam ocupando alguns espa&ccedil;os da Tabacalera. Passamos pelo por&atilde;o, onde montaram um &quot;medialab de alguns anos atr&aacute;s&quot;.</p> <p><img alt="Copyleft" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1005/4722585581_b790b56db6_m_d.jpg" />Passamos por um sagu&atilde;o central e chegamos &agrave; entrada, onde fica um mural colaborativo com as tarefas atuais. Cruzamos o &quot;espacio copyleft&quot;, no meio do qual fica o centro de controle das c&acirc;meras de seguran&ccedil;a. Enquanto pass&aacute;vamos ao calmo jardim central, <a href="http://www.noiser.org/noise/">Julien Ottavi</a> levantou um poss&iacute;vel contrassenso entre a vigil&acirc;ncia e o copyleft. Depois de alguma discuss&atilde;o, argumentei que o problema n&atilde;o eram as c&acirc;meras em si, mas quem tinha o controle das imagens - a ideia de c&oacute;digo livre sup&otilde;e justamente que a informa&ccedil;&atilde;o sobre os processos perten&ccedil;a a todxs envolvidxs, n&atilde;o somente a um grupo fechado. Talvez uma solu&ccedil;&atilde;o de seguran&ccedil;a condizente com a ideia de copyleft n&atilde;o fosse a aus&ecirc;ncia de c&acirc;meras, mas definir maneiras de assegurar que toda a comunidade tenha acesso &agrave;s imagens geradas pelas c&acirc;meras - o que daria inclusive mais condi&ccedil;&otilde;es para que a comunidade soubesse o que acontece nas diferentes &aacute;reas da Tabacalera.</p> <p>Em seguida, nos reunimos em uma sala que parece um refeit&oacute;rio, ao lado do laborat&oacute;rio de molhos e aromas. Assistimos a uma apresenta&ccedil;&atilde;o sobre a hist&oacute;ria do espa&ccedil;o, as circunst&acirc;ncias de sua cria&ccedil;&atilde;o e o envolvimento com a comunidade. A apresenta&ccedil;&atilde;o se alongou um pouco demais, e acabou atrasando outras atividades previstas para a manh&atilde;.</p> <p><img alt="Laboratório de Salsas e Aromas" src="http://farm2.static.flickr.com/1352/4722590977_c2c8519d85_d.jpg" /></p> <p>Sa&iacute; no intervalo do almo&ccedil;o para ir ao centro, encontrar umas lembran&ccedil;as e presentes. Tamb&eacute;m comprei uma c&acirc;mera fotogr&aacute;fica pra mim, depois de uns sete anos sem. Voltei &agrave; Tabacalera no meio da tarde, para a conversa proposta com os grupos latinoamericanos. Infelizmente, algu&eacute;m decidiu separar em grupos de uma forma meio limitada: uma mesa de &quot;brasileirxs&quot;, uma mesa de pessoas ligadas aos Centros Culturais da Espanha, outra de pessoas envolvidas com &quot;laborat&oacute;rios virtuais&quot;. Uma das consequ&ecirc;ncias foi que os grupos latinoamericanos n&atilde;o tiveram uma conversa muito din&acirc;mica entre si. Na mesa do Brasil est&aacute;vamos eu, o pessoal do Margin&aacute;lia e Menotti, mais algumas pessoas que j&aacute; conhec&iacute;amos de uma forma ou outra. S&oacute; reconheci o <a href="http://twitter.com/josianito">Josian</a>, que havia conhecido em Barcelona, no meio da conversa. A conversa foi animada, mas acho que faltou um planejamento para mais interc&acirc;mbio e circula&ccedil;&atilde;o entre as mesas.</p> <p><img alt="Araque no Pecha Kucha" src="http://farm2.static.flickr.com/1092/4723238280_5b548fa821_d.jpg" /></p> <p>Voltamos a p&eacute; ao Medialab Prado, para uma programa&ccedil;&atilde;o que come&ccedil;ava com Pecha Kucha e continuaria com <a href="http://codelab.fr/1713">aperocodelab</a>. Por algum motivo, eu decidi n&atilde;o apresentar nada na Pecha Kucha. Fiquei assistindo a uma s&eacute;rie de apresenta&ccedil;&otilde;es que falavam sobre Medialabs em diferentes contextos e formatos, sempre tentando encontrar o que eles tinham em comum. Vi uma busca por expandir a experimenta&ccedil;&atilde;o n&atilde;o s&oacute; em termos de produ&ccedil;&atilde;o efetiva como tamb&eacute;m de formas de relacionamento. Percebi de novo que a tradicional f&oacute;rmula &quot;arte, ci&ecirc;ncia e tecnologia&quot; tinha quase sempre &quot;sociedade&quot; como um quarto elemento. Tamb&eacute;m passaram ali algumas pessoas tentando entender os medialabs (uma ou outra sem no&ccedil;&atilde;o do que estavam estudando), e algumas iniciativas ainda bem no come&ccedil;o, mas com bastante potencial. O aperocodelab foi mais animado, e mais barulhento. Alejo come&ccedil;ou de leve, mas no meio da apresenta&ccedil;&atilde;o do Ottavi poucas pessoas aguentaram o noise extremo.</p> <p>---</p> <p><img alt="Instalação na Tabacalera" src="http://farm2.static.flickr.com/1340/4722592303_088d475cc5_d.jpg" /></p> <p>A sexta-feira seria o &uacute;ltimo dia de labtolab, come&ccedil;ando na Tabacalera. Os participantes do Interactivos que haviam nos acompanhado nos primeiros dias j&aacute; estavam totalmente imersos na produ&ccedil;&atilde;o dos projetos selecionados. Pela manh&atilde;, participei de duas sess&otilde;es de trabalho. A primeira se chamava &quot;Field of exchange: open call for residency, work exchange, mobilities&quot;. Conversamos sobre a necessidade de criar mais campos de interc&acirc;mbio de pessoas entre diferentes contextos - n&atilde;o s&oacute; artistas como tamb&eacute;m o que o medialab prado chama de &quot;mediadores culturais&quot;. O argumento deles &eacute; que o conhecimento sobre metodologia e produ&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m precisa circuar. Abrimos algumas pontas de articula&ccedil;&atilde;o ali que espero poder desenvolver mais no futuro. Depois, segui para a sess&atilde;o &quot;Mapping Medialabs&quot;. Muita gente boa nessa sess&atilde;o, que continuava uma investiga&ccedil;&atilde;o que j&aacute; come&ccedil;ou no primeiro encontro do Labtolab, sobre identificar espa&ccedil;os no mundo inteiro que podem se encaixar no cen&aacute;rio de laborat&oacute;rios de m&iacute;dia. Foi uma boa sess&atilde;o de trabalho - sa&iacute; de l&aacute; cadastrado em uma lista e tendo exibido algumas experi&ecirc;ncias com mapeamentos e afins.</p> <p>Sa&iacute; para a cidade - quando comprei a c&acirc;mera, tinha esquecido de pedir a nota de Tax Free, e n&atilde;o queria perder 18 euros t&atilde;o facilmente. Continuei caminhando, almocei em um restaurante vegetariano chin&ecirc;s, fiz algumas fotos. O programa previa uma sess&atilde;o de encerramento do dia na Tabacalera depois do almo&ccedil;o, seguida por uma sess&atilde;o de encerramento do labtolab no Medialab. Como j&aacute; duvidava dos encerramentos di&aacute;rios e tinha necessidade de sentir a cidade antes de ir embora, decidi continuar caminhando at&eacute; a hora da segunda sess&atilde;o. Cheguei no Medialab na hora marcada. S&oacute; apareceram duas ou tr&ecirc;s pessoas do labtolab. Me disseram que por cansa&ccedil;o haviam feito tudo numa s&oacute; sess&atilde;o e que n&atilde;o rolaria o encerramento final. Fiquei bem decepcionado, mesmo ouvindo que o encerramento n&atilde;o trouxe muita novidade. Queria pelo menos encontrar as pessoas. Mas tudo bem, ainda restava a &uacute;ltima etapa da programa&ccedil;&atilde;o conjunta Interactivos + Labtolab: o Dorkbot.</p> <p><img alt="Peça de Alejandro Tamayo" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1054/4723263946_d085ef736c_m_d.jpg" />Caminhei com o pessoal que estava por l&aacute; at&eacute; o Offlimits. No caminho, encontrei um cavalo de brinquedo, preto, muito pequeno. Tomei como um presente de Madrid. Chegamos ao local antes do hor&aacute;rio. Pude ver pelo menos um peda&ccedil;o da exposi&ccedil;&atilde;o est&aacute;rter, cuja abertura perdi na segunda. Gostei das pe&ccedil;as expostas ali. Sa&iacute;mos para comprar algumas cervejas, e na volta sentamos onde deu - eu fiquei no ch&atilde;o, no canto esquerdo. Assistimos &agrave; apresenta&ccedil;&atilde;o do Alejo Duque, falando sobre e mostrando o material que capturou, de uma galera de algum lugar do Brasil usando sat&eacute;lites pra comunica&ccedil;&atilde;o absolutamente trivial - um uso totalmente imprevisto (e certamente ilegal) de equipamento quase ocioso que orbita a terra. Alejo tamb&eacute;m falou de um manifesto publicado h&aacute; algumas d&eacute;cadas por na&ccedil;&otilde;es equatoriais protestando contra a ocupa&ccedil;&atilde;o do espa&ccedil;o orbital acima de seus territ&oacute;rios por equipamentos de pa&iacute;ses muito mais ricos - uma ocupa&ccedil;&atilde;o que n&atilde;o revertia em nenhuma vantagem para os equatoriais.</p> <p><img alt="Alejo Duque no Dorkbot" src="http://farm2.static.flickr.com/1257/4723258798_09d65fdb36_d.jpg" /></p> <p>Na sequ&ecirc;ncia, Douglas Repetto do Dorkbot contou alguns causos e mostrou ao vivo a opera&ccedil;&atilde;o via rede de um plotter de caneta que estava em Nova Iorque, uma verdadeira fa&ccedil;anha. Para encerrar, Brian Mackern mostrou algumas de suas obras ligadas &agrave; visualiza&ccedil;&atilde;o de interfer&ecirc;ncia eletromagn&eacute;tica ligada ao clima.</p> <p><img alt="Douglas Repetto no Dorkbot" src="http://farm2.static.flickr.com/1013/4722612193_bbe8958caf_d.jpg" /></p> <p>Na sa&iacute;da, acompanhei o pessoal que ia comer em Lavapi&eacute;s. Ainda conversei com mais algumas pessoas, inclusive algumas que n&atilde;o tinham aparecido antes, e retornei para o hotel porque voltaria ao Brasil na manh&atilde; seguinte e ainda precisava resolver algumas coisas. Deu vontade de ficar mais e conferir a produ&ccedil;&atilde;o do Interactivos, mas n&atilde;o seria poss&iacute;vel. Quem sabe numa outra ocasi&atilde;o (talvez do lado de c&aacute; do Atl&acirc;ntico...).</p> http://desvio.cc/blog/labtolab-dia-dia#comments dorkbot eventos labtolab madrid medialab medialab prado msst redelabs Mon, 12 Jul 2010 17:47:36 +0000 efeefe 178 at http://desvio.cc Gambiologia - AVLAB / CCJ http://desvio.cc/blog/gambiologia-avlab-ccj <p>Estou saindo daqui a pouco para o <a href="http://escuta.estudiolivre.org/">CCJ</a>, onde vai rolar a terceira edi&ccedil;&atilde;o brasileira do AVLAB. O <a href="http://medialab-prado.es/avlab2">AVLAB</a> surgiu no <a href="http://medialab-prado.es/">Medialab Prado</a>, em Madrid. Eu participei de uma das edi&ccedil;&otilde;es por l&aacute;, em 2008. Daniel Gonzales trouxe o formato para o Brasil em parceria com o <a href="http://ww2.ccebrasil.org.br/">Centro Cultural da Espanha</a>, e convidou a <a href="http://efeefe.no-ip.org">mim</a> e &agrave; <a href="http://bikini.veredas.net/">Maira</a> para organizarmos o encontro de hoje, tendo a <a href="/tag/gambiologia">gambiologia</a> como eixo.</p> <p>Os convidados ser&atilde;o <a href="http://danielhora.wordpress.com/">Daniel Hora</a>, Teia Camargo &amp;&nbsp;Gera Rocha, e <a href="/desviantes/glaupaiva">Glauco Paiva</a>. Em paralelo vamos aproveitar para lan&ccedil;ar o metalivro <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/chamadas/gambiologia">Gambiologia</a>, que deve estar saindo em PDF nas pr&oacute;ximas horinhas...</p> <p>Mais sobre a programa&ccedil;&atilde;o <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/Blog/Gambiologia-no-CCJ">aqui</a>.</p> <p> </p> <p>O AVLAB come&ccedil;a &agrave;s <strong>17hs</strong>.&nbsp;O CCJ fica na <a href="http://maps.google.com/maps?f=q&amp;source=s_q&amp;hl=pt-BR&amp;geocode=&amp;q=Av.+Deputado+Em%C3%ADlio+Carlos+3641+-+Vila+Nova+Cachoeirinha&amp;sll=37.0625,-95.677068&amp;sspn=25.565517,56.513672&amp;ie=UTF8&amp;hq=&amp;hnear=Av.+Dep.+Em%C3%ADlio+Carlos,+3641+-+Cachoeirinha,+S%C3%A3o+Paulo,+02721-200,+Brasil&amp;ll=-23.474623,-46.670244&amp;spn=0.007204,0.013797&amp;z=16&amp;iwloc=A">Av. Deputado Em&iacute;lio Carlos 3641 - Vila Nova Cachoeirinha.</a></p> http://desvio.cc/blog/gambiologia-avlab-ccj#comments aecid avlab cce ccj desviantes eventos gambiologia medialab prado sampa Sun, 04 Jul 2010 15:19:05 +0000 efeefe 177 at http://desvio.cc Meio post - ciência, DIY, garagem e bairro http://desvio.cc/blog/meio-post-ci%C3%AAncia-diy-garagem-e-bairro <p>Na semana que vem, atravesso o Atl&acirc;ntico mais uma vez. Vou participar do <a href="http://www.labtolab.org">Labtolab</a>&nbsp;no <a href="http://medialab-prado.es">Medialab Prado</a>, em Madrid. Vou estar l&aacute; focado principalmente na pesquisa <a href="http://redelabs.org">RedeLabs</a>, mas certamente com um olho colado na programa&ccedil;&atilde;o do <a href="http://medialab-prado.es/interactivos">Interactivos</a>, que come&ccedil;a na mesma &eacute;poca. Nessa edi&ccedil;&atilde;o, o tema do Interactivos &eacute; <em>ci&ecirc;ncia de bairro</em>&nbsp;- como extens&atilde;o do campo da &quot;ci&ecirc;ncia de garagem&quot; que tem aparecido cada vez mais por a&iacute;. Mesmo antes de saber do Labtolab, eu j&aacute; estava querendo escrever alguma coisa sobre essa transi&ccedil;&atilde;o - da garagem para o bairro, da transi&ccedil;&atilde;o entre o espa&ccedil;o privado e o entorno - e a rela&ccedil;&atilde;o que isso pode ter com uma revitaliza&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;pria ideia de comunidade - explorar curiosidades e aprendizados, levantar a indetermina&ccedil;&atilde;o <a href="/tag/gambiologia">gambiol&oacute;gica</a>, criar la&ccedil;os, trazer seguran&ccedil;a e troca. Mas n&atilde;o consegui parar pra escrever, e acho que n&atilde;o vou conseguir t&atilde;o cedo. Ent&atilde;o vou colar aqui embaixo alguns links que tinha coletado pra ilustrar o racioc&iacute;nio. Um dia eu retomo isso e escrevo.</p> <ul> <li><a href="http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2010/03/100326_fotosespacog.shtml">Fotos de amador impressionam a Nasa</a></li> <li><a href="http://science.slashdot.org/article.pl?sid=09/03/18/1645216">DIY Space Photography</a></li> <li><a href="http://olaboca.wordpress.com/2010/03/26/sons-do-coracao-estetoscopio-artesanal-pure-data/">Sons do Cora&ccedil;&atilde;o (Estetosc&oacute;pio Artesanal + Pure Data)</a></li> <li><a href="http://www.pearlbiotech.com/">pearl biotech</a></li> <li><a href="http://bioweathermap.org/">BioWeatherMap</a></li> <li><a href="http://vimeo.com/3454392">DIYbio - v&iacute;deo</a></li> <li><a href="http://diybio.org/2009/11/11/crafting-the-biological/">DIYbio - crafting the biological</a></li> <li><a href="http://diybio.org/">DIYbio - site</a></li> <li><a href="http://seedmagazine.com/content/print/the_biohacking_hobbyist/">The Biohacking hobbyist</a></li> </ul> <p>&nbsp;</p> http://desvio.cc/blog/meio-post-ci%C3%AAncia-diy-garagem-e-bairro#comments ciência DIY eventos gambiologia interactivos madrid trip Fri, 28 May 2010 18:35:32 +0000 efeefe 171 at http://desvio.cc Rolê, parte 2 - velhomundo insular http://desvio.cc/blog/rol%C3%AA-parte-2-velhomundo-insular <p>Duas horinhas me levaram de Berlim &agrave; Inglaterra, em um v&ocirc;o da easyjet. Comida n&atilde;o inclu&iacute;da, fila pra pegar os melhores lugares, pouco espa&ccedil;o entre os assentos que n&atilde;o reclinam. Mas o pre&ccedil;o compensou. Desci em Liverpool, passei pela alf&acirc;ndega da maneira mais r&aacute;pida e f&aacute;cil das cinco vezes que entrei no Reino Unido. &quot;Vou participar de um evento em Manchester, fico em tal hotel&quot;. A mocinha nem pediu pra ver o convite, reserva do hotel ou quanto dinheiro eu tinha. Carimbou e desejou uma boa estada. Eu j&aacute; tinha comprado pela internet a passagem de &ocirc;nibus at&eacute; o centro de Manchester. Fui curtindo o sol estendido da primavera europeia - j&aacute; eram mais de sete e meia, e ele ainda bem acima do horizonte. Sacando o sotaque totalmente diferente daquela parte da Inglaterra - meio rasgado, mas seco - uma musicalidade diferente, mas sem terminar direito as palavras.</p> <h2>Manchester, England, England. Across the Atlantic sea...</h2> <p>A caminho de Manchester, um monte de bairros com casinhas. A estabilidade - e o t&eacute;dio - das zonas que criaram a pr&oacute;pria ideia de classe m&eacute;dia. A caminho de um dos epicentros da revolu&ccedil;&atilde;o industrial, onde Engels escreveu &quot;A situa&ccedil;&atilde;o das classes trabalhadoras na Inglaterra&quot;. Muito tijolinho vermelho, muito gramado verde e mais alguns campos amarelos de canola.</p> <p><img alt="Vão central do Britannia" align="right" src="http://farm4.static.flickr.com/3367/4616694117_def74788cf_m_d.jpg" />No centro de Manchester, apesar de o sol ter brilhado boa parte do dia, a temperatura era de 11 graus - e mais tarde ainda cairia para 7.6 graus. O Britannia &eacute; um hotel grande, em um pr&eacute;dio antigo e com um qu&ecirc; de decadente - o aquecimento do quarto n&atilde;o funcionava, a TV oscilava entre colorida e PB, e a internet era um lixo. Mas eu fiquei em um quarto no pen&uacute;ltimo andar, de frente para o sol que se punha quase &agrave;s nove da noite. E tinha banheira, e uma escadaria daquelas de filme. Sa&iacute; para bater um rango, e percebi mais uma vez como a cidade &eacute; barata em rela&ccedil;&atilde;o a Londres - comi um Chicken Tikka Masala bem servido com um pint de Ale por cinco libras e pouco. Manchester &eacute; uma cidade universit&aacute;ria - muita gente jovem na rua, um monte de bares com som e gente de v&aacute;rios lugares do mundo. Eu estava a um quarteir&atilde;o dos Piccadilly Gardens, no centro. Logo em frente descobri o <a href="http://kro.co.uk">KRO Bar</a>, com internet gr&aacute;tis e confi&aacute;vel, onde voltaria quase todo dia.</p> <p><img alt="Contact Theatre" align="right" src="http://farm5.static.flickr.com/4011/4616731155_9016cb902a_m_d.jpg" />No dia seguinte, fui visitar o arc Space (relato completo <a href="http://rede.metareciclagem.org/blog/25-05-10/Duas-conversas-em-Manchester">aqui</a>). Na sa&iacute;da, Vicky me apresentou na rua para Franco, um senhor italiano reputado como anarquista que alguns dias depois me mandou alguns DVDs selecionados. Encontrei uma lavanderia e dei umas voltas pela cidade, sem muito compromisso. Tentei at&eacute; ir &agrave; abertura da exposi&ccedil;&atilde;o <a href="http://www.futureeverything.org/art/serendipitycity">Serendipity City</a>, mas eles encerraram exatamente no hor&aacute;rio previsto (21hs). A pontualidade brit&acirc;nica funciona na entrada e na sa&iacute;da. De volta ao hotel, percebi que eles tinham resolvido a falha do aquecimento - trouxeram um aquecedor el&eacute;trico. Dormi melhor nessa noite. Pela manh&atilde;, fui para o Contact Theatre, n&oacute; principal do <a href="http://www.futureeverything.org/">Future Everything</a>, para uma conversa com Vicky Sinclair e Russel Clifton (que tamb&eacute;m relatei <a href="http://rede.metareciclagem.org/blog/25-05-10/Duas-conversas-em-Manchester">aqui</a>). O <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/glonet2010 ">GloNet</a> (evento enredado global) do Future Everything j&aacute; estava rolando. Assisti a alguns peda&ccedil;os, depois desci pra almo&ccedil;ar no caf&eacute;. &Agrave; tarde rolou a sess&atilde;o remota com S&atilde;o Paulo, que relatei com mais detalhes <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/futuro-tudo">aqui</a>.</p> <p><img alt="Monitored Landscape No. 16" align="right" src="http://farm5.static.flickr.com/4060/4617343880_4d2e6c81a5_m_d.jpg" />No fim da tarde, dei uma passada pela exposi&ccedil;&atilde;o <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu">CU</a> (:P), curada pela Contents may vary no Copperface Jacks, subsolo do The Palace Hotel. Algumas pe&ccedil;as bem interessantes ali, talvez mais ainda pelo contraste com o cen&aacute;rio de pub. Gostei da <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/monitoredlandscape">Monitored Landscape No. 16</a>, do <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/thinkingthroughmethod">Thinking Through Method (Cooper)</a>, do <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/deathcallsthetune">Death Calls the Tune</a>, do <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/imataperecordermaniac">I'm a Tape Recorder Maniac!</a>, do <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/organisedsound">Organised Sound</a> e do <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/resonantqueue">Resonant Queue</a>. Mais sobre a exposi&ccedil;&atilde;o, <a href="http://www.axisweb.org/dlForum.aspx?ESSAYID=18094">aqui</a>. N&atilde;o resisti e peguei na sa&iacute;da um bottom com o nome da exposi&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Na sexta-feira pela manh&atilde;, cheguei no meio do painel &quot;<a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cities_of_insurrection">cities of insurrection</a>&quot;, mas sa&iacute; logo. Encontrei Stephen Kovats, organizador da <a href="http://transmediale.de">Transmediale</a> de Berlim, e meu amigo <a href="http://translocal.net">Tapio Makela</a> no caf&eacute;. Stephen me deu uma c&oacute;pia impressa do livro <a href="http://en.flossmanuals.net/collaborativefutures/">collaborative futures</a>. Depois pulei para a sess&atilde;o &quot;<a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/Doing_it_together">doing it together</a>&quot;, que come&ccedil;ou justamente com <a href="http://www.mushon.com/">Mushon Zer-Aviv</a>, um dos autores do livro. Fiz algumas anota&ccedil;&otilde;es durante o debate:</p> <p><strong><a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2185">Mushon</a></strong></p> <ul> <li>C&oacute;digo e wikipedia t&ecirc;m fundamentos racionais. O design n&atilde;o.</li> <li>As pessoas costumam entender colabora&ccedil;&atilde;o como &quot;colocar as coisas online&quot;.</li> <li>Cultura livre &eacute; abrir, software livre &eacute; colaborar.</li> </ul> <ul> <li><a href="http://www.shiftspace.org/">Shiftspace</a></li> <li>Quando for poss&iacute;vel, codificar e usar sistemas de controle de vers&atilde;o.</li> <li>Publicar os arquivos master. Por exemplo, usando o dropbox.</li> </ul> <p>Codificando:</p> <ol> <li>pesquisa enredada;</li> <li>linguagem extens&iacute;vel;</li> <li>documentar a linguagem.</li> </ol> <p>A apresenta&ccedil;&atilde;o do Mushon est&aacute; online: <a href="http://github.com/mushon/osd-presentation">http://github.com/mushon/osd-presentation</a></p> <p>Escalar a subjetividade n&atilde;o &eacute; uma quest&atilde;o nova. Sempre vai dar errado. Deixar a op&ccedil;&atilde;o para forking.</p> <p>Falou mal de patentes, disse que temos que trabalhar mesmo para oferecer alternativas &agrave; apple.</p> <p>O debate continuou com <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2201"><strong>Alexandra Deschamps-Sonsino</strong></a>&nbsp;(<a href="http://www.designswarm.com/">portfolio</a>), da <a href="http://tinkerlondon.com">Tinker London</a>.&nbsp;Depois descobri que ela tinha estado tamb&eacute;m na <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/lift-10-metareciclagem-futuros-conectados-no-brasil">Lift</a>, apresentando o projeto <a href="http://www.homesenseproject.com/">Homesense</a>. Ela come&ccedil;ou falando um pouco sobre as mudan&ccedil;as no design de produtos desde a &eacute;poca em que estava na faculdade. Mais anota&ccedil;&otilde;es abaixo:</p> <ul> <li>Hardware livre.</li> <li>O horizonte do design est&aacute; mudando.</li> <li>V&iacute;deo: <a href="http://www.youtube.com/watch?v=PeScmRwzQho">intro do arduino</a></li> <li>estudantes, artistas, hackers, publicit&aacute;rios, pesquisa &amp; desenvolvimento est&atilde;o usando hardware livre</li> <li>Projetos interessantes com hardware livre: <a href="http://www.botanicalls.com/ ">botanicalls</a>, <a href="http://kickbee.net/ ">kickbee</a>, <a href="http://todbot.com/blog/2006/10/23/diy-ambient-orb-with-arduino-update/ ">ambient orb</a>, <a href="http://www.mcqn.com/bubblino">bubblino</a></li> <li><a href="http://joindiaspora.com/project.html">Diaspora</a>.</li> </ul> <p>Projeto dela: <a href="http://www.homesenseproject.com/">homesense</a>. Inova&ccedil;&atilde;o dentro de casa - criar novos produtos. Desenvolvido em parceria com uma <a href="http://www.edf.fr/the-edf-offers/edf-fr-home-200420.html#Home">grande empresa de energia</a>.</p> <p>Iphones e afins t&ecirc;m sucesso por que s&atilde;o desej&aacute;veis. se come&ccedil;armos a criar produtos e servi&ccedil;os desej&aacute;veis, isso pode mudar.</p> <p><strong>Quest&otilde;es</strong></p> <p>Mushon: as pessoas querem ser dominadas. anarquismo &eacute; inspirador, mas complicado.</p> <p>Em seguida, <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2218"><strong>Alison Powell</strong></a> falou sobre o papel da m&iacute;dia e dos caf&eacute;s na cria&ccedil;&atilde;o de uma esfera p&uacute;blica ao longo dos &uacute;ltimos s&eacute;culos, e questionou sobre como isso se articula com as redes hoje em dia. Eu precisei responder alguns emails importantes e acabei perdendo boa parte da apresenta&ccedil;&atilde;o dela, infelizmente.</p> <p>Durante o debate, um camarada sentado ao meu lado me ajudou a conectar a fonte do meu laptop. Depois ainda conversamos um pouco sobre nossos computadores (ele tinha um EEE 701). S&oacute; depois que o debate acabou foi que nos descobrimos: ele era <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2218">Brian Degger</a>, que conversou comigo pela lista <a href="http://bricolabs.net">Bricolabs</a> avisando que estaria no Future Everything. Brian est&aacute; envolvido com alguns projetos muito interessantes de ci&ecirc;ncia de garagem, e vai participar do <a href="http://medialab-prado.es/article/interactivos_ciencia_de_barrio">Interactivos?</a> em Madrid daqui a duas semanas.&nbsp;</p> <p>No hor&aacute;rio do almo&ccedil;o, sa&iacute; para dar outra volta pela cidade. Voltei mais tarde para o painel <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/Ludic_interfaces">Interfaces L&uacute;dicas</a>. Cheguei a tempo de pegar a apresenta&ccedil;&atilde;o do <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2257"><strong>Tapio</strong></a>:</p> <ul> <li>Ben Schneidermann - designing the human interface</li> <li>ideias de interface costumavam ser muito baseadas nas telas. tapio levanta a quest&atilde;o sobre as interfaces no mundo real.</li> <li>as modalidades l&uacute;dicas mudam com novas tecnologias. videoativismo nos anos sessenta. media van. ant farm collective.</li> <li>yes men - l&uacute;dico, mas como descrever o aspecto da interface?</li> <li>locative media. blast theory / proboscis. play pode se mudar da tela para vizinhan&ccedil;as orientadas a objetos.</li> <li>o papel da ambiguidade no design. coisas l&uacute;dicas t&ecirc;m a ver com ambiguidade e n&atilde;o-intencionalidade.</li> <li>feral robots.</li> <li><a href="http://hehe.org2.free.fr/?language=fr">Nuage Vert</a></li> <li><a href="http://socialtapestries.net/snout/">Snout</a></li> <li><a href="http://www.gpsdrawing.com/">Performance l&uacute;dica e absurda com tecnologia</a></li> </ul> <p>Depois dele, <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2310"><strong>Margarete Jahrmann</strong></a> falou sobre a <a href="http://www.ludic-society.net/">Ludic Society</a></p> <p>Depois ainda dei um pulo no debate sobre <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/New_creactivity">Nova Criatividade</a>, onde falava a incr&iacute;vel <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2203">Anab Jain</a>, do <a href="http://www.superflux.in/">Superflux</a>. Para ela, &quot;Atrav&eacute;s de conflitos e tens&otilde;es, boas coisas podem emergir&quot;.</p> <p>Olhando pra tr&aacute;s, mais algumas notas sobre o Future Everything:</p> <ul> <li>os temas do festival e da confer&ecirc;ncia acertaram em cheio algumas quest&otilde;es muito presentes: eventos distribu&iacute;dos, open data, urbanismo experimental, serendipidade, conectividade ilimitada, prototipagem e fablabs. Nesse sentido, continua sendo um evento que me faz aprender bastante. Eu tenho a sensa&ccedil;&atilde;o de que ele n&atilde;o perde muito tempo dourando a p&iacute;lula, tentando criar um clima de abstra&ccedil;&atilde;o conceitual em cima - e nesse sentido &eacute; um evento bastante t&aacute;tico, contrastando com v&aacute;rios outros onde a abstra&ccedil;&atilde;o chega &agrave;queles n&iacute;veis em que uma bula &eacute; necess&aacute;ria para decodificar qualquer coisa. V&atilde;o os meus parab&eacute;ns para o Drew Hemment e sua equipe.</li> <li>a revista digital dialogue fez uma <a href="http://www.axisweb.org/dlForum.aspx?ESSAYID=18093">edi&ccedil;&atilde;o especial</a> sobre o festival. Gostei da ideia. Quem sabe a gente n&atilde;o faz o mesmo com o <a href="http://mutirao.metareciclagem.org">Mutir&atilde;o</a> algum dia.</li> <li>como j&aacute; comentei em <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/futuro-tudo">outro post</a>, eu fiquei bastante tempo brincando com o <a href="http://createdigitalmusic.com/2009/06/22/maker-faire-music-moldover%E2%80%99s-syncomasher-live-electronica-controllerism-for-everyone/">syncomasher</a> do <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2135">Moldover</a>.</li> <li>A Glonet funcionou muito bem. Palmas para o <a href="http://www.distancelab.org/">Distance Lab</a>. Eu n&atilde;o cheguei a testar as <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/glonet2010/talkingboxes">Talking Boxes</a> deles, mas vi gente usando e achei bem interessante.</li> <li>Eu tinha que ir pra Londres para encontrar uma galera no s&aacute;bado, ent&atilde;o acabei perdendo o <a href="http://www.futureeverything.org/art/playeverything">Play everything</a>... uma pena, mas fica pra pr&oacute;xima.</li> </ul> <h2>Londinium</h2> <p>Sabad&atilde;o, em duas horinhas de trem, cheguei a Londres. Trem com poltrona confort&aacute;vel, mesa e at&eacute; - se eu quisesse pagar seis libras para uma hora - conex&atilde;o wi-fi &agrave; internet. Fui direto para Walthamstow, deixar as coisas na casa dxs amigxs que me hospedariam. Walthamstow &eacute; um bairro meio afastado, no leste de Londres - E17, pra quem conhece o zoneamento por l&aacute;. Um bairro interessante, cheio de imigrantes de toda parte. O bairro tamb&eacute;m tem o Walthamstow Market - o mercado mais extenso da Europa, com nem me lembro quantos quil&ocirc;metros. Logo no comecinho do mercado, uma cena divertida - um astronauta/ET <a href="http://gambiologia.net">gambi&oacute;logo</a>, cheio de dispositivos eletr&ocirc;nicos, fazia m&uacute;sica. Era quase uma gatorra vest&iacute;vel! Vou subir o v&iacute;deo no youtube nos pr&oacute;ximos dias, depois incorporo aqui embaixo.</p> <p><img alt="Astronauta gambiológico" src="http://farm5.static.flickr.com/4007/4617367182_aee656f786_d.jpg" /></p> <p>No domingo, almocei em Brick Lane com o pessoal e <a href="http://www.lml.lse.ac.uk/">Rob van Kranenburg</a>. Ele me perguntou &quot;o que a gente precisa fazer agora?&quot; em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; rede Bricolabs <a href="http://bricolabs.net" title="http://bricolabs.net">http://bricolabs.net</a>. Eu respondi &quot;nada. vamos deixar as coisas aparecerem&quot;. Acho que ele concordou. Mais tarde, tive uma reuni&atilde;o interessante articulada pela Vicky, com o Peter Forrest do <a href="http://tgl.tv/">TGL</a> e uma pessoa que queria saber mais sobre o Brasil para aconselhar um poss&iacute;vel projeto de sustentabilidade e cidades. Participaram tamb&eacute;m da reuni&atilde;o os diretores do <a href="http://www.globalactionplan.com/">Global Action Plan</a> e da <a href="http://www.uia.be/">UIA</a> - e o assistente deles, que &eacute; brasileiro.</p> <p>Na segunda-feira pela manh&atilde;, estive no <a href="http://www.lml.lse.ac.uk/">London Media Lab</a>, comandado por Patrick Humphreys. Ele havia convidado integrantes da Bricolabs que estavam em Londres para uma conversa. Al&eacute;m de mim, estavam Vicky Sinclair, a italiana Francesca Bria, Rob van Kranenburg e o pr&oacute;prio Patrick. Conversamos por algumas horas - gravei tudo e vou publicar trechos interessantes assim que tiver tempo.</p> <p>No dia seguinte, passei rapidamente pelo espa&ccedil;o que est&aacute; expondo obras de <a href="http://zoebenbow.co.uk/">Zoe Benbow</a>, companheira de <a href="http://roblafrenais.wordpress.com/">Rob La Frenais</a> - que infelizmente n&atilde;o pode estar presente, porque sua m&atilde;e estava enferma. <a href="http://www.boundaryobject.org/">Bronac Ferran</a> tamb&eacute;m estava por l&aacute;, e fomos para um pub conversar sobre o Brasil, a China, microestruturas e outras coisas.</p> <p>Fiquei mais um dia e meio em Londres, fazendo um pouco de turismo e passeando com a fam&iacute;lia. Fui mais uma vez ao sebo logo na entrada de Notting Hill onde j&aacute; fui algumas vezes. Lembrei muito do meu irm&atilde;o de vida <a href="http://twitter.com/dpadua">Dpadua</a>. Acho que foi ele que me fez perceber um segundo antes de ir embora que tinha um livrinho do Alan Moore sobre como escrever para quadrinhos. Comprei. Ainda n&atilde;o li, vou guardar para um dia inspirado.</p> http://desvio.cc/blog/rol%C3%AA-parte-2-velhomundo-insular#comments bricolabs eventos future everything londres manchester trip Thu, 27 May 2010 23:42:52 +0000 efeefe 169 at http://desvio.cc Rolê, parte 1 - velhomundo continental http://desvio.cc/blog/rol%C3%AA-parte-1-velhomundo-continental <p>Durante algumas semanas desse m&ecirc;s, fiz um rol&ecirc; por alguns lugares da Europa, participando de eventos e conhecendo pessoas. Esse post &eacute; a primeira parte de uma tentativa de documenta&ccedil;&atilde;o com base em anota&ccedil;&otilde;es, tweets e lembran&ccedil;as.</p> <h2>Genebra - Lift10</h2> <p>Meu primeiro destino foi Genebra, onde se realizaria a confer&ecirc;ncia <a href="http://liftconference.com/lift10">Lift 10</a>. Eu fui convidado a falar sobre <a href="http://rede.metareciclagem.org">MetaReciclagem</a> e Brasil. Algumas semanas antes, um dos organizadores me mandou alguns v&iacute;deos com exemplos de palestras que foram bem recebidas em edi&ccedil;&otilde;es anteriores. Eram palestras de alt&iacute;ssimo n&iacute;vel, tanto que chegaram a me intimidar. Isso acabou me distraindo um pouco da confer&ecirc;ncia - fiquei bastante tempo andando pela cidade e elaborando ideias, ou no quarto escrevendo e reescrevendo.</p> <p><img align="right" alt="Frio" src="http://farm5.static.flickr.com/4003/4613660582_b4f24c0f94_m_d.jpg" />Andar por Genebra &eacute; uma experi&ecirc;ncia singular. Um ar rom&acirc;ntico e algo liter&aacute;rio - imposs&iacute;vel n&atilde;o procurar o Outro Borges espreitando em algum banco de pra&ccedil;a, debaixo do frio inesperado para uma primavera. Al&eacute;m disso, a presen&ccedil;a de todas as institui&ccedil;&otilde;es internacionais em torno da ONU - e das delega&ccedil;&otilde;es do mundo inteiro que v&atilde;o para l&aacute; pleitear, debater, influenciar - evoca uma certa sensa&ccedil;&atilde;o de fronteira. Mas &eacute; uma fronteira mundial, uma fronteira de todas as na&ccedil;&otilde;es, que parece atrair a presen&ccedil;a de muitxs <a href="http://tecnomagxs.wordpress.com/2009/07/13/147/">feiticeirxs</a>. A tudo isso se junta a coisa mais fria do dinheiro puro - muitos bancos, muitas lojas de grife, muita gente que cultua essas coisas.</p> <p>Publiquei mais algumas coisas sobre a cidade e a estrutura da Lift no <a href="http://efeefe.no-ip.org/blog/chegada-em-genebra-e-come%C3%A7o-da-lift">meu blog</a>.</p> <p>Uma das poucas sess&otilde;es que assisti foi sobre &quot;<a href="http://liftconference.com/lift10/program/session/redefinition-privacy">A redefini&ccedil;&atilde;o da privacidade</a>&quot;. Anota&ccedil;&otilde;es abaixo:</p> <p><img align="right" src="http://farm5.static.flickr.com/4001/4613047219_10c888bdbf_m_d.jpg" alt="Estrutura da CICG" /><a href="http://liftconference.com/person/oglass1">Oliver Glassey</a> declarou que as redes sociais representam o fim da privacidade. Disse que &eacute; um equ&iacute;voco pensar que as novas gera&ccedil;&otilde;es (os &quot;nativos digitais&quot;, nas palavras dele) n&atilde;o sabem, n&atilde;o se preocupam ou nada fazem em rela&ccedil;&atilde;o a privacidade. Falou tamb&eacute;m sobre a moldagem coletiva da identidade social online: redes sociais como filtragem e enquadramento de identidade; diferen&ccedil;as entre a identidade virtual idealizada vs. a vida real estendida; explora&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;pria defini&ccedil;&atilde;o do self. Sugeriu que, ao contr&aacute;rio do que se pensa, os perfis do facebook refletem a personalidade real das pessoas, n&atilde;o a idealiza&ccedil;&atilde;o feita para adequa&ccedil;&atilde;o ao contexto local. Falou ainda sobre a reinven&ccedil;&atilde;o heterog&ecirc;nea dos limites particulares e pessoais: levantou a quest&atilde;o da privacidade como intimidade compartilhada (citando as pessoas que compartilham suas senhas); a oposi&ccedil;&atilde;o entre m&iacute;dia &iacute;ntima e &quot;<em>extimidade</em>&quot;; e sobre a emerg&ecirc;ncia de culturas locais de intimidade e privacidade. Para ele, &eacute; o contexto social que define a privacidade. Comparou as identidades din&acirc;micas &agrave; mudan&ccedil;a r&aacute;pida de roupas. Colocou que a flexibilidade nos papeis sociais &eacute; diferente do ajuste fino de configura&ccedil;&otilde;es de privacidade. Levantou algumas quest&otilde;es importantes: que a pr&oacute;xima brecha digital ser&aacute; entre as pessoas que t&ecirc;m ou n&atilde;o t&ecirc;m a possibilidade de reconstruir a privacidade online; e perguntou quais ferramentas, regras e normas v&atilde;o permitir a mem&oacute;ria social e tamb&eacute;m a <em>amn&eacute;sia social</em> (ambas igualmente importantes).</p> <p>Minha opini&atilde;o sobre a fala do Oliver &eacute; que tudo bem, o p&acirc;nico com a privacidade &eacute; um exagero, mas que existem amea&ccedil;as estruturais a ela que a mera criatividade e flexibilidade sociais n&atilde;o v&atilde;o conseguir enfrentar.</p> <p>Em seguida, entrou o alem&atilde;o <a href="http://liftconference.com/person/christianheller">Chris Heller</a>. Um auto-intitulado futurista, ele entrou no palco falando sobre p&oacute;s-privacidade. Declarou que a privacidade se foi de vez, e que as pessoas tendem a associar privacidade a liberdade. Disse que n&atilde;o concorda totalmente. Usou como exemplo uma vila medieval - n&atilde;o existia privacidade. Evocou a ideia de que o espa&ccedil;o particular &eacute; feminino, e o espa&ccedil;o p&uacute;blico masculino. Disse que tamb&eacute;m associa privacidade ao isolamento e &agrave; vergonha. D&aacute; como exemplo a o fato de que os movimentos feminista e gay tiveram que ir a p&uacute;blico (no sentido <em>oposto &agrave; privacidade</em>) para promover a toler&acirc;ncia, indicando que nem sempre a privacidade se trata de liberdade. Continuou no exemplo da vila medieval, sugerindo que se algu&eacute;m fosse diferente, todos saberiam - o que levaria &agrave; repress&atilde;o da diferen&ccedil;a. Mas contrap&otilde;e a isso o fato de que nas redes, as pessoas podem escolher a sociedade que querem. Falou tamb&eacute;m da gera&ccedil;&atilde;o de conhecimento atrav&eacute;s da abertura (openness) para criticar o DRM.</p> <p>A sess&atilde;o continuou com Martin K&uuml;nzi, do ex&eacute;rcito da salva&ccedil;&atilde;o, falando sobre como usam as redes para suas atividades. N&atilde;o me interessou muito. Mais tarde, <a href="http://liftconference.com/person/lucas-grolleau">Lucas Grolleau</a> contou um pouco do seu trabalho com instrumentos musicais vintage, e fez m&uacute;sica ao vivo com instrumentos e um sampler. A sess&atilde;o terminou com <a href="http://www.liftconference.com/person/chris-woebken">Chris Woebken</a> e <a href="http://www.kenichiokada.com/projects/2008/animalsuperpowers.html">Kenichi Okada</a> apresentando o projeto <a href="http://chriswoebken.com/animalsuperpowers.html">Animal Superpowers</a>, que tenta reproduzir com dispositivos eletr&ocirc;nicos a percep&ccedil;&atilde;o de diferentes animais (formigas, pombos, girafas).</p> <p>Perdi o interesse na sess&atilde;o sobre &quot;As velhas novas m&iacute;dias&quot;. Quase saindo do <a href="http://cicg.ch/en/">CICG</a>, algumas coisas feitas com material reaproveitado chamaram minha aten&ccedil;&atilde;o. Parei para conversar e conheci Michael Shiloh e Judy Castro, que realizavam um workshop de seu projeto <a href="http://teachmetomake.com">Teach me to make</a>, que pros meus olhos tendenciosos pareceu pura MetaReciclagem. Em resumo, os participantes do workshop passaram o dia inteiro inventando coisas a partir de um monte de objetos que estavam por l&aacute;. Toda aquela coisa de incentivar uma sensibilidade criativa do remix, do reuso, da ressignifica&ccedil;&atilde;o. Bom contato, e vou tentar manter pra gente articular algum tipo de interc&acirc;mbio.</p> <p><img alt="Teach me to Make" src="http://farm5.static.flickr.com/4043/4613044897_801cea478f_d.jpg" /></p> <p>No dia seguinte, cheguei para a sess&atilde;o sobre pol&iacute;tica, que come&ccedil;ou com <a href="http://liftconference.com/person/rahafharfoush">Rahaf Harfoush</a>. Ela - que trabalha para o F&oacute;rum Econ&ocirc;mico Mundial - falou sobre a campanha do Obama, numa perspectiva muito norte-americana e objetiva. O tom era sobre ferramentas para conquistar, dominar, obter sucesso e vit&oacute;ria. Me incomodou bastante que uma mesa sobre &quot;pol&iacute;tica&quot; s&oacute; falasse sobre &quot;campanha&quot;. Sinal dos tempos, claro. Espet&aacute;culo puro. Para ela, um v&iacute;deo do Obama jogando basquete, publicado na internet, &eacute; &quot;criar rela&ccedil;&atilde;o com as pessoas&quot;. Depois ela melhorou um pouco, falando sobre opendata. Mas n&atilde;o trouxe nada de novo, na minha opini&atilde;o. Na hora, perguntei no twitter: &quot;e a pol&iacute;tica do dia a dia, onde t&aacute;? pol&iacute;tica t&aacute;tica, de bairro, de vizinhan&ccedil;a. como as tecnologias mudam essa pol&iacute;tica?&quot;. Ela ainda deu uma bola dentro comentando sobre o pessoal do <a href="http://ushahidi.org/">Ushahidi</a>, sobre quem eu j&aacute; tinha ouvido falar pelo <a href="http://cesarharada.com/">Cesar Harada</a>. Rahaf tamb&eacute;m falou sobre o papel das redes sociais nos protestos no Ir&atilde;. Ao fim da apresenta&ccedil;&atilde;o, perguntas:</p> <p><a href="http://www.liftconference.com/person/laurent-haug">Laurent Haug</a>: as m&iacute;dias sociais poderiam ser utilizadas para outras finalidades al&eacute;m de campanhas?<br /> Rahaf sim, para entender o que as pessoas querem.<br /> Laurent: como gerenciar a grande quantidade de perguntas?<br /> Rahaf: O melhor &eacute; deixar as pr&oacute;prias pessoas decidirem quais s&atilde;o as perguntas importantes.<br /> Laurent: Isso ainda funciona se todos fizerem?<br /> Rahaf: A campanha mostrou as possibilidades. Daqui a pouco pode ser diferente.<br /> Laurent: Dados s&atilde;o facas de dois gumes?<br /> Rahaf: Quando uma coisa passa a ser monitorada, outra aparece. As pessoas s&atilde;o espertas.</p> <p>A apresenta&ccedil;&atilde;o seguinte foi de <a href="http://liftconference.com/person/claudia-sommer">Claudia Sommer</a>, do Greenpeace alem&atilde;o. J&aacute; come&ccedil;ou limitada, com Laurent dizendo que o Greenpeace &eacute; outra organiza&ccedil;&atilde;o que est&aacute; &quot;espalhando sua mensagem&quot;. Mais uma apresenta&ccedil;&atilde;o sobre campanhas, sem muita conversa de pol&iacute;tica cotidiana.</p> <p>Encontrei o colega <a href="http://bricolabs.net">bricoleiro</a> Alejo Duque, e aproveitei pra entrevist&aacute;-lo enquanto ele almo&ccedil;ava. Conversamos sobre coisas que est&atilde;o acontecendo no Brasil e na Col&ocirc;mbia, sobre a ideia de laborat&oacute;rios de m&iacute;dia e como ela se adapta a diferentes contextos. Vou publicar a entrevista nas pr&oacute;ximas semanas no <a href="http://culturadigital.br/redelabs/">blog Redelabs</a>.</p> <p>Voltei pro hotel pra preparar minha apresenta&ccedil;&atilde;o, que aconteceria no dia seguinte. Perdi a <a href="http://liftconference.com/lift10/program/talk/antonio-casilli-doomed-be-forever-young-social-archaeology-digital-natives">apresenta&ccedil;&atilde;o</a> do simp&aacute;tico <a href="http://liftconference.com/person/antoniocasilli">Antonio Casilli</a>. Eu at&eacute; queria voltar tamb&eacute;m pro debate sobre <a href="http://liftconference.com/lift10/program/session/whats-line-communities">comunidades online</a>, mas n&atilde;o consegui. Fiquei acordado at&eacute; as tr&ecirc;s e pouco da manh&atilde;, escrevendo.</p> <p>Na sexta-feira, fui ao CICG de manh&atilde; para passar o som e testar meu laptop - tudo muito profissional - e voltei pro hotel pra dormir mais uma horinha. Fui de novo para l&aacute; por volta do meio-dia. Estava terminando de escrever e organizar os slides. A <a href="http://liftconference.com/lift10/program/session/lift-10-stories">sess&atilde;o</a> na qual eu falaria come&ccedil;ou com <a href="http://liftconference.com/person/richardmurton">Richard Murton</a>, da Accenture, desfiando todo o jarg&atilde;o corporativo que tenta descobrir maneiras de transformar a sociabilidade online em dinheiro. Continuou com <a href="http://liftconference.com/person/russelldavies">Russel Davies</a>, do <a href="http://www.reallyinterestinggroup.com/">Really Interesting Group</a>, com uma <a href="http://liftconference.com/lift10/program/talk/russell-davies-printing-internet-out">apresenta&ccedil;&atilde;o</a> que para meu azar foi uma das mais bem avaliadas de toda a confer&ecirc;ncia. Achei tamb&eacute;m metarecicleira uma frase dele: &quot;existem peda&ccedil;os magn&iacute;ficos de infraestrutura dando sopa&quot;. Logo depois de Russel, foi minha vez.</p> <p>J&aacute; publiquei um relato mais detalhado <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/lift-10-metareciclagem-futuros-conectados-no-brasil">aqui</a>, ent&atilde;o n&atilde;o vou me alongar por aqui. Ao fim, algumas pessoas interessantes vieram conversar. Minha percep&ccedil;&atilde;o n&atilde;o foi t&atilde;o boa, mas tudo bem. Gostei de ter sido elogiado pelo <a href="http://twitter.com/nicolasnova">Nicolas Nova</a>, um dos organizadores da Lift. Talvez ainda mais interessante, um monte de gente no Brasil comentou no twitter sobre a apresenta&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Fiquei desconfort&aacute;vel com o formato da Lift - excelente para palestrantes carism&aacute;ticos, o que n&atilde;o &eacute; meu estilo. Tamb&eacute;m me incomodou o foco geral em startups, imagem p&uacute;blica, publicidade e extra&ccedil;&atilde;o de lucro das m&iacute;dias sociais. Puro espet&aacute;culo, muita preocupa&ccedil;&atilde;o com lucratividade e pouca com o mundo l&aacute; fora das planilhas. O fato de terem me chamado e aberto espa&ccedil;o pra outra perspectiva &eacute; interessante, mas ainda assim n&atilde;o pude deixar de me sentir o desvio controlado do tom geral da confer&ecirc;ncia. Lembrei um pouco da Shift em Lisboa, onde falei em 2006. At&eacute; tentei ir &agrave; festa de encerramento da Lift, mas rolou aquela cena t&iacute;pica de entrar no bar, as pessoas olharem por meio segundo e depois voltarem a aten&ccedil;&atilde;o para seus grupinhos fechados outra vez. Galera esquisita, sem muito interesse na diferen&ccedil;a. Ou &eacute; encana&ccedil;&atilde;o minha, deixa pra l&aacute;.</p> <p>Mais sobre a Lift, minha participa&ccedil;&atilde;o e um pouquinho de Genebra <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/lift-10-metareciclagem-futuros-conectados-no-brasil">neste post</a>.</p> <h2>Karlsruhe - ZKM</h2> <p><img align="right" alt="Trabalhando no trem" src="http://farm5.static.flickr.com/4043/4613773446_f3e5018efa_m.jpg" />Fui de Genebra a Karlsruhe no s&aacute;bado, de trem. Ainda na Su&iacute;&ccedil;a, o clima rom&acirc;ntico &agrave; beira do lago L&eacute;man foi mudando para uma paisagem mais inexplorada, de montanha. J&aacute; fui reprogramando a mente para trocar meu parco franc&ecirc;s pelo alem&atilde;o infantil. Fiz conex&atilde;o em Basileia. Ecos de hist&oacute;ria (Nietzsche) e da pol&iacute;tica do <a href="http://lixoeletronico.org">lixo eletr&ocirc;nico</a> (a conven&ccedil;&atilde;o de Basileia). Tem alguma coisa de mistura ali, de um tipo mais comum de fronteira. &Agrave; medida que avan&ccedil;ava para a Alemanha e tomava dist&acirc;ncia da Su&iacute;&ccedil;a, percebia que nesta a mistura entre alem&atilde;es, franceses e italianos pode ter sido ben&eacute;fica para os todos.</p> <p>Percebi com algum espanto que o alem&atilde;o agora me incomoda muito menos do que quando vivi por l&aacute;. &Eacute; claro que a sensa&ccedil;&atilde;o vai al&eacute;m da l&iacute;ngua - diferentes regi&otilde;es da Alemanha t&ecirc;m diferentes n&iacute;veis de abertura e interesse pela diferen&ccedil;a. De dentro do trem, as placas com nomes como Freiburg (Cidade Livre) e Offenburg (Cidade Aberta) davam alguma esperan&ccedil;a. Enquanto me aproximava do Meno, pensava nos antepassados da minha m&atilde;e que trocaram a Alemanha pelo Brasil no in&iacute;cio do s&eacute;culo XIX. Eram camponeses famintos? Desajustados, sonhadores? Atravessaram o mundo por ousadia, gan&acirc;ncia cega, aventura, burrice? Imposs&iacute;vel saber.</p> <p>Karlsruhe me recebeu com sol. O povo &eacute; bastante amig&aacute;vel, a cidade organizada como &eacute; de se esperar e bonitinha como eu n&atilde;o imaginava. Logo ao lado da esta&ccedil;&atilde;o de trem, um monte de bicicletas me fizeram pensar em Amsterdam (e Ubatuba). Fiz check-in no Ibis ao lado da esta&ccedil;&atilde;o, larguei as malas e fui direto ao <a href="http://zkm.de">ZKM</a>. Foi uma visita muito r&aacute;pida, mas significativa. Percorri o m&aacute;ximo que pude dos experimentos expostos l&aacute; - muita coisa interativa, com experi&ecirc;ncias em 3D, e outras experimenta&ccedil;&otilde;es.</p> <p><img alt="Entrada do ZKM" src="http://farm4.static.flickr.com/3586/4613166005_40357c9916.jpg" /></p> <p>Fiquei pensando na import&acirc;ncia desse tipo de espa&ccedil;o de exibi&ccedil;&atilde;o permanente. Tanto no sentido de criar acervo e mem&oacute;ria quanto para formar p&uacute;blico. Tive a impress&atilde;o de que ainda estamos muito no come&ccedil;o, de que ainda &eacute; poss&iacute;vel um monte de experimenta&ccedil;&atilde;o de linguagem e percep&ccedil;&atilde;o, e que isso tamb&eacute;m tem um pouco de adequar a percep&ccedil;&atilde;o. Fiquei pensando na transi&ccedil;&atilde;o da representa&ccedil;&atilde;o pict&oacute;rica em duas dimens&otilde;es para o desenvolvimento do olhar que entende a representa&ccedil;&atilde;o com perspectiva e planos de fuga - al&eacute;m da inova&ccedil;&atilde;o formal, tamb&eacute;m &eacute; importante a forma&ccedil;&atilde;o da percep&ccedil;&atilde;o.</p> <p><img alt="Screen @ ZKM" src="http://farm5.static.flickr.com/4049/4613157823_75c03ea597.jpg" /></p> <h2>Dresden e Berlin</h2> <p><img alt="Twitting!" src="http://farm5.static.flickr.com/4047/4613152889_cd9c8e9641.jpg" /></p> <p><img align="right" alt="Berlin Hauptbanhof" src="http://farm5.static.flickr.com/4045/4613785460_cdece98ffe_m.jpg" />Saindo de Karlsruhe passei dois dias em Dresden, onde vivi por quatro meses em 2007. Passando pelo pr&eacute;dio onde vivia, descobri que existe algu&eacute;m chamadx T.witting ;). Dei algumas voltas em Neustadt, bebi as cervejas locais Radeberger e Waldschl&ouml;sschen, tentei escutar a r&aacute;dio livre do bairro (mas s&oacute; peguei os hor&aacute;rios de m&uacute;sica cl&aacute;ssica). Entrei em contato com o pessoal do TMA, mas n&atilde;o cheguei a visitar o espa&ccedil;o. Foi um tempo mais de descanso e de reconcilia&ccedil;&atilde;o com a cidade que foi t&atilde;o fechada no passado - mas que dessa vez foi mais tranquila, porque eu n&atilde;o tinha expectativas ou maiores compromissos. Percebi mais claramente a import&acirc;ncia de Neustadt - bairro de imigrantes, estudantes, artistas e minorias em geral - em evitar que Dresden vire um inferno neonazi.</p> <p>Encerrei a parte continental da viagem indo de trem at&eacute; Berlim. Estava muito frio para andar, ent&atilde;o acabei passando a hora e meia que tinha antes de ir para o aeroporto na pr&oacute;pria esta&ccedil;&atilde;o de trem. Caf&eacute;, supermercado para comprar mostarda e teewurst, e l&aacute; fui eu para o aeroporto Sch&ouml;nefeld, pegar um <strike>bus&atilde;o a&eacute;reo</strike> v&ocirc;o da Easyjet para Liverpool.</p> http://desvio.cc/blog/rol%C3%AA-parte-1-velhomundo-continental#comments alemanha eventos genebra intercâmbio internacional karlsruhe lift10 liftconference metareciclagem suíça tour trip zkm Mon, 24 May 2010 20:05:49 +0000 efeefe 168 at http://desvio.cc Futuro tudo http://desvio.cc/blog/futuro-tudo <p><img align="right" alt="Contact Theatre" src="http://farm5.static.flickr.com/4011/4616731155_9016cb902a_d.jpg" />O festival <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/">Future Everything 2010</a> (antigo FutureSonic, onde tamb&eacute;m <a href="http://efeefe.no-ip.org/tag/futuresonic">estive em 2008</a>) resolveu levar a s&eacute;rio o princ&iacute;pio de reinventar o formato da confer&ecirc;ncia internacional para tempos hiperconectados e ecologicamente conscientes. No cora&ccedil;&atilde;o da programa&ccedil;&atilde;o para esse ano estava a <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/GloNet">Glonet</a>, um grande interc&acirc;mbio em tempo real entre Jap&atilde;o, Reino Unido, Brasil e Canad&aacute;. Foram realizados paineis conjuntos entre Manchester e cada uma dessas localidades.</p> <p>No Brasil, um pessoal estava no MASP, fazendo apresenta&ccedil;&otilde;es e participando da apresenta&ccedil;&atilde;o de Manchester. Foi uma costura interessante entre o Future Everything, British Council e o <a href="http://www.artemov.net/glonet/#/home">Arte.Mov</a>. <a href="http://twitter.com/bambozzi">Lucas Bambozzi</a> coordenou as mesas desde o Brasil. Foi a primeira vez que vi videoconfer&ecirc;ncia remota realmente funcionando:&nbsp;havia uns gaps, uma ou outra falha de &aacute;udio, mas no geral rolou muito bem. Assisti &agrave; abertura em sampa, tive que sair durante a apresenta&ccedil;&atilde;o do Wisnik e depois vi as falas da <a href="https://twitter.com/gbeiguelman">Giselle Beiguelman</a> e do <a href="http://www.cicerosilva.com/">C&iacute;cero Silva</a>.</p> <p>L&aacute; pelo meio da Glonet com sampa, eu tive vinte minutos para uma apresenta&ccedil;&atilde;o. Em alguns aspectos, foi parecida com a minha <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/lift-10-metareciclagem-futuros-conectados-no-brasil">apresenta&ccedil;&atilde;o na Lift</a>, mas com uma &ecirc;nfase especial em alguns pontos, e algumas quest&otilde;es melhor trabalhadas at&eacute; por conta do feedback que tive depois de Genebra. Tentei pegar um pouco mais a quest&atilde;o da cidade como referencial que a gente herdou da matriz europeia sem ter passado pelo mesmo processo de evolu&ccedil;&atilde;o e acomoda&ccedil;&atilde;o ao longo dos s&eacute;culos ou mil&ecirc;nios, e passei menos tempo detalhando a hist&oacute;ria da MetaReciclagem. No come&ccedil;o, parece que falei r&aacute;pido demais (estava rolando uma tradu&ccedil;&atilde;o no Brasil, coisa que eu n&atilde;o tinha imaginado que ia rolar), e em alguns pontos tivemos alguns problemas de &aacute;udio.</p> <p>Depois que eu falei, abrimos para coment&aacute;rios, e recebi alguns coment&aacute;rios direto do Brasil. Por algum tempo, s&oacute; vi o Lucas comentando sem &aacute;udio, mas consegui pegar no final ele falando sobre como muitas vezes o software livre &eacute; acompanhado de uma atitude que n&atilde;o &eacute; livre. &Eacute;&nbsp;verdade, mas isso n&atilde;o &eacute; inerente ao software livre - vem das pessoas, e &eacute; com elas que precisa ser resolvido. Ele tamb&eacute;m mencionou que no come&ccedil;o havia muito mais criatividade e efervesc&ecirc;ncia acontecendo nessa esfera, e a&iacute; eu discordo totalmente. Ainda vejo muita coisa muito interessante acontecendo, ainda que com outras pessoas.</p> <p>C&iacute;cero Silva criticou um certo exoticismo quando eu falava da gambiarra:&nbsp;questionou se fazendo isso a gente n&atilde;o est&aacute; desviando das quest&otilde;es mais importantes e nos colocando como inferiores de certa forma - o que levaria os &quot;pa&iacute;ses ricos&quot; a nos dar algum dinheiro pra fazer nossas macaquices enquanto eles continuavam seu pr&oacute;prio ritmo. Eu consigo ver a l&oacute;gica do argumento dele, que tamb&eacute;m &eacute; parecida com uma cr&iacute;tica que eu j&aacute; ouvi em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; MetaReciclagem logo no come&ccedil;o: &quot;s&oacute; porque &eacute; inclus&atilde;o digital a galera n&atilde;o merece computador novo?&quot;. Na hora respondi pro C&iacute;cero que se funcionar como estrat&eacute;gia pros &quot;pa&iacute;ses ricos&quot; darem dinheiro pra gente, eu n&atilde;o reclamo. Mas eu tamb&eacute;m acho mais algumas coisas:&nbsp;a minha <a href="/tag/gambiologia">defesa da gambiarra</a> como habilidade criativa essencial, como tra&ccedil;o da inova&ccedil;&atilde;o cotidiana que pode sim influenciar os processos industriais, n&atilde;o exclui outras possibilidades conceituais e experimentais. Me interesso pelo tipo de tecnologia que pode ser desenvolvida quando se reconhece que as pessoas t&ecirc;m muita criatividade s&oacute; esperando pelas ferramentas certas. Mas nunca me coloquei como porta-voz de toda a cultura eletr&ocirc;nica no Brasil. Tem gente fazendo coisas muito avan&ccedil;adas, que n&atilde;o se relacionam muito com o DIY, o hardware livre, o improviso e a eterna dan&ccedil;a da inven&ccedil;&atilde;o em meio &agrave; precariedade. Mas eu n&atilde;o tenho nenhuma obriga&ccedil;&atilde;o de falar sobre essas coisas - falo do que me interessa, onde for relevante. Quanto a isso, o moderador <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2174">Adam Greenfield</a> afirmou depois que achou interessante e inspiradora a perspectiva da gambiarra (sempre engra&ccedil;ado ouvir o pessoal tentando falar &quot;gambiarra&quot; e &quot;metareciclagem&quot;).</p> <p>Mais um participante do Brasil comentou alguma coisa sobre sociedade descentralizada e em rede, e no fim perguntou &quot;who will rule it&quot;. Na hora, achei que ele tinha perguntado &quot;quem vai mandar&quot; e respondi longamente dizendo que n&atilde;o sabia. Mas agora acho que ele pode ter tentado questionar &quot;quem vai fazer as regras&quot;. E isso &eacute; outro debate em si. Espero que as regras possam ser feitas cada vez mais a partir de princ&iacute;pios e padr&otilde;es abertos e colaborativos, mas isso &eacute; uma luta grande e cada vez mais feia.</p> <p><a href="http://twitter.com/tapmak"><img align="right" alt="Monitored landscape" src="http://farm5.static.flickr.com/4060/4617343880_4d2e6c81a5_d.jpg" />Tapio Makela</a>, que precisou sair antes de a sess&atilde;o acabar, mais tarde me perguntou se o enquadramento em uma imagem nacional seria uma estrat&eacute;gia, uma t&aacute;tica ou uma realidade. Eu acho que s&atilde;o as tr&ecirc;s coisas:&nbsp;uma dire&ccedil;&atilde;o deliberada para influenciar como as coisas acontecem tanto no &acirc;mbito interno quanto externo - coisas que apesar de toda a integra&ccedil;&atilde;o v&atilde;o continuar existindo enquanto existirem fronteiras -; uma inven&ccedil;&atilde;o cotidiana feita para subverter a microescala das estrat&eacute;gias alheias; e com certeza a compreens&atilde;o de que diferentes din&acirc;micas sociais acabaram por influenciar o entendimento que xs brasileirxs temos de n&oacute;s mesmxs e do nosso lugar no mundo.</p> <p>Durante os tr&ecirc;s dias que estive em Manchester, ainda dei uma circulada pela cidade e pude ver um pouco da programa&ccedil;&atilde;o paralela do Festival. Algumas coisas bem interessantes, como <strike>a m&aacute;quina de fazer m&uacute;sica</strike>&nbsp;o <a href="http://createdigitalmusic.com/2009/06/22/maker-faire-music-moldover%E2%80%99s-syncomasher-live-electronica-controllerism-for-everyone/">Syncomasher</a> do <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2135">Moldover</a> no primeiro andar do Contact Theatre, e as pe&ccedil;as expostas no pub do Palace Hotel - como a Monitored Landscape no. 16, de Robin Tarbet, que montou uma cidade com peda&ccedil;os de eletr&ocirc;nicos. Tamb&eacute;m fiz uma visita ao <a href="http://www.arcspacemanchester.org.uk/portal/">Arc Space</a>, mas isso vai ser assunto pra um <a href="http://rede.metareciclagem.org/blog/25-05-10/Duas-conversas-em-Manchester">post no blog da MetaReciclagem</a>.</p> <p><img alt="Detalhe da máquina de música" src="http://farm5.static.flickr.com/4013/4617344274_8f6683e634_d.jpg" /></p> <p>Pra quem quer ver mais:</p> <ul> <li><a href="http://www.scribd.com/doc/31578974/MetaReciclagem-Future-Everything-Glonet-Text-efeefe">Texto da minha apresenta&ccedil;&atilde;o</a></li> <li><a href="http://www.scribd.com/doc/31578965/MetaReciclagem-Future-Everything-Glonet-efeefe">Slides da minha apresenta&ccedil;&atilde;o</a></li> <li><a href="http://www.flickr.com/photos/felipefonseca/tags/futr/">Fotos durante o Future Everything</a></li> <li><a href="http://www.flickr.com/photos/felipefonseca/tags/manchester">Todas minhas fotos em Manchester</a></li> <li><a href="http://desvio.weblab.tk/blog/rol%C3%AA-parte-2-velhomundo-insular">Mais sobre minha passagem pelo Reino Unido</a></li> </ul> <p><strong>Atualizando:</strong>&nbsp;acabei nem comentando sobre o <a href="http://www.contact-theatre.org/">Contact Theatre</a>, o n&oacute; principal do festival. &Eacute;&nbsp;uma constru&ccedil;&atilde;o meio estranha, mas com uma programa&ccedil;&atilde;o muito interessante - bastante m&uacute;sica independente, festivais alternativos e tal. Me perdi algumas vezes nos corredores para as salas, e gostei. A cerveja &eacute; boa e a comida razo&aacute;vel.</p> http://desvio.cc/blog/futuro-tudo#comments eventos futr future everything manchester metareciclagem trip Wed, 19 May 2010 01:28:25 +0000 efeefe 167 at http://desvio.cc Lift 10 - MetaReciclagem - Futuros Conectados no Brasil http://desvio.cc/blog/lift-10-metareciclagem-futuros-conectados-no-brasil <p><img align="right" alt="Programação visual da Lift" src="http://farm4.static.flickr.com/3301/4613043859_bd3debe253.jpg" />Na semana passada palestrei na <a href="http://liftconference.com/lift10">Lift Conference</a>, em Genebra. Os dias na cidade foram interessantes - e mais frios do que eu esperava. Encontrei o camarada <a href="http://bricolabs.net">bricoleiro</a> Alejo Duque, senti um pouco do clima internacional, com o que tem de bom e ruim, bebi o melhor chocolate quente da minha vida na Chocolaterie du Rh&ocirc;ne e comi um verdadeiro fondue su&iacute;&ccedil;o.</p> <p>A <a href="http://head.hesge.ch/made/media-design/2010/04/24/modedemo/">mostra</a> da <a href="http://hmrge.ch/">Escola de Arte e Design</a>, depois de uma olhada mais profunda, tinha algumas coisas interessantes. Uma delas era o experimento de <a href="http://www.interaction.rca.ac.uk/ka-fai-choy">Ka Fai Choy</a> sobre a mem&oacute;ria muscular de movimentos - <a href="http://www.interaction.rca.ac.uk/kafai-choy/eternal-summer-storm">Eternal Summer Storm</a>. Usando eletrodos para controlar o movimento de alguns m&uacute;sculos, ele tenta recriar os movimentos de uma performance cl&aacute;ssica de teatro japon&ecirc;s.</p> <p><img alt="Eternal Summer Storm" src="http://farm4.static.flickr.com/3572/4613662300_fbb5c12b47.jpg" /></p> <p>Mas quase todo o restante da confer&ecirc;ncia era puro interesse corporativo:&nbsp;consultorias, startups, publicidade, aquele clima de dinheiro f&aacute;cil e especula&ccedil;&atilde;o forte. J&aacute; cansado desse clima, me surpreendi logo no primeiro dia, ao encontrar o pessoal do <a href="http://www.teachmetomake.com/">teach me to make</a> fazendo um workshop. Puro esp&iacute;rito <a href="/tag/gambiologia">gambiol&oacute;gico</a> em a&ccedil;&atilde;o! Troquei contatos, e ainda vou conversar mais com eles.</p> <p><img alt="Teach me to make" src="http://farm4.static.flickr.com/3413/4613045291_d99fe96467.jpg" /></p> <p><img alt="Useless but cool" src="http://farm5.static.flickr.com/4008/4613045931_f252fd2ae1_d.jpg" /></p> <p>Antes da confer&ecirc;ncia, um dos organizadores tinha me mandado alguns exemplos de palestras que foram bem recebidas na Lift. Me assustei com o formato espet&aacute;culo da coisa:&nbsp;muito bom pra palestrantes carism&aacute;ticos, mas n&atilde;o exatamente a minha praia. Pra combater a inseguran&ccedil;a (e evitar o devaneio excessivo no qual muitas vezes incorro), decidi escrever um texto e tentar ler durante a minha apresenta&ccedil;&atilde;o de vinte minutos. Terminei o texto meia hora antes da apresenta&ccedil;&atilde;o. O&nbsp;palestrante que foi antes de mim, do <a href="http://www.reallyinterestinggroup.com/">RIG</a>, foi muito bem. At&eacute; demais :P</p> <p>Subi no palco, vi aquele monitor grande olhando pra mim, o rel&oacute;gio com a contagem regressiva, e comecei meus vinte minutos de quase-leitura. Dei algumas engasgadas, falei algumas palavras que duvido que algu&eacute;m tenha compreendido. L&aacute; pelo meio, vi que s&oacute; tinha mais um quarto do tempo, e resolvi pular alguns trechos. Talvez tenha escolhido os trechos errados para pular.</p> <p>N&atilde;o gostei do resultado. Claro que tem a&iacute; a minha pouca familiaridade com o formato e com o pr&oacute;prio p&uacute;blico da confer&ecirc;ncia, mas de qualquer forma foi bom depois receber um feedback positivo de algumas pessoas presentes, dos organizadores e - mais ainda - da galera que assistiu o streaming no Brasil.</p> <p>De qualquer forma, publiquei o texto que eu deveria ter lido e os slides que apresentei e colei aqui embaixo, junto com os v&iacute;deos brutos que eles transmitiram. Espero que possam ser &uacute;teis pra algu&eacute;m.</p> <ul> <li><a href="http://www.scribd.com/doc/31417212/MetaReciclagem-Lift10-Text-efeefe">Texto no Scribd</a>.</li> <li><a href="http://www.scribd.com/doc/31416994/MetaReciclagem-Lift10-efeefe">Slides no Scribd</a>.</li> <li><a href="http://www.livestream.com/liftconference/video?clipId=pla_8ed41485-3509-47b5-92c2-c89bf2e0f83f&amp;utm_source=lslibrary&amp;utm_medium=ui-thumb">V&iacute;deo - Parte 1</a>.</li> <li><a href="http://www.livestream.com/liftconference/video?clipId=pla_ba8b9381-d3d7-4150-bb85-feb7cb4fd531&amp;utm_source=lslibrary&amp;utm_medium=ui-thumb">V&iacute;deo - Parte 2</a>.</li> <li><a href="/tag/lift10">Mais sobre a Lift 10</a> aqui no Desvio.</li> </ul> http://desvio.cc/blog/lift-10-metareciclagem-futuros-conectados-no-brasil#comments eventos genebra lift10 metareciclagem trip Sat, 15 May 2010 23:43:04 +0000 efeefe 166 at http://desvio.cc Debate Gambiologia na Campus Party http://desvio.cc/blog/debate-gambiologia-na-campus-party <p>Na noite de quinta-feira, 28, realizamos no palco de design da <a href="http://campus-party.com.br">Campus Party</a> o debate sobre Gambiologia. A ideia era lan&ccedil;ar a vers&atilde;o beta da <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/chamadas/gambiologia">publica&ccedil;&atilde;o que vamos finalizar em mar&ccedil;o</a>, aproveitando pra abrir o debate e chamar mais gente pra colaborar. N&atilde;o chegamos a publicar essa vers&atilde;o beta antes do debate. A parceria que ia rolar para a editora&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ia acontecer a tempo. Lancei um desafio pra algu&eacute;m fazer pelo menos uma vers&atilde;o tempor&aacute;ria. Sei que a Teia e a Goa trabalharam em uma vers&atilde;o durante a tarde, mas na hora do debate nenhuma das duas estava presente (Teia foi atacada por uma salada de frutas do inferno e Goa j&aacute; tinha ido embora). Tudo bem, &eacute; parte de lidar com a instabilidade. A vers&atilde;o tempor&aacute;ria acabou sendo publicada s&oacute; hoje no <a href="http://rede.metareciclagem.org/wiki/MutiraoGambioLogia">wiki da MetaReciclagem</a>.</p> <p>Como n&atilde;o t&iacute;nhamos a publica&ccedil;&atilde;o para lan&ccedil;ar, foi providencial que a Tati tenha levado tr&ecirc;s bolos (afinal, se n&atilde;o havia PDF a gente daria o bolo na galera ;)). Servimos o bolo e conversamos um pouco na bancada da MetaReciclagem, e por volta das 20h nos aproximamos do palco. J&aacute; estavam por l&aacute;, dos convidados, Marcus Bastos (e Gisela Domschke, que teve que sair), Lucas Bambozzi, Andr&eacute; Lemos, Lucas Mafra e Fred Paulino, Guilherme Maranh&atilde;o e Hernani Dimantas. Mais tarde chegaria Sergio Amadeu. Assistindo, mais um bando de gente pr&oacute;xima: Dalton Martins, Drica Guzzi, Ike Moraes, Daniel Hora, Roberto de Carvalho, Lu, Guima, Cesinha, Gus e mais gente (n&atilde;o vou lembrar de todxs, desculpem), al&eacute;m de alg1s desconhecidxs.</p> <p>O palco de design (e de fotografia e v&iacute;deo) &eacute; um dos mais sofridos da Campus Party. Vaza som por todo canto, tanto do palco da m&uacute;sica ao lado quanto da arena, em frente. Eu tinha planejado o debate com uma estrutura bem solta, direcionando a conversa em tr&ecirc;s eixos (que vou publicar aqui em outro artigo) e costurando as falas em torno deles. N&atilde;o consegui. Foi muito dif&iacute;cil raciocinar e articular ideias no debate (algu&eacute;m falou depois &quot;eu n&atilde;o conseguia ouvir nem a mim mesmo&quot;!). De qualquer forma, as apresenta&ccedil;&otilde;es foram bem interessantes e colocaram algumas quest&otilde;es que oportunamente a gente ainda vai desenvolver melhor. N&atilde;o consegui descobrir se o stream rolou. Vou verificar se a c&acirc;mera que tava l&aacute; apontando pra gente pelo menos gravou em algum lugar, mas de qualquer forma o debate em si (a circula&ccedil;&atilde;o de novas ideias, al&eacute;m do que cada participante j&aacute; tinha trazido de casa) ficou aqu&eacute;m do que eu esperava, ent&atilde;o nem fa&ccedil;o muita quest&atilde;o de ter documentado.</p> <p>Os tr&ecirc;s eixos em que eu tentei dividir a conversa eram:</p> <p>&bull; Gambiarra no cotidiano - a gambiarra como habilidade do saber-fazer, respondendo &agrave; precariedade, &agrave; aus&ecirc;ncia de recursos e &agrave; instabilidade do dia a dia. Uma maneira de ver o mundo como cheio de recursos em potencial, que s&atilde;o ativados pela criatividade t&aacute;tica. <strong>Resolver problemas em vez de comprar as solu&ccedil;&otilde;es</strong> para eles. Tr&ecirc;s impulsos essenciais: sobreviv&ecirc;ncia (manter), transforma&ccedil;&atilde;o (mudar), aprender (fu&ccedil;ar). A ess&ecirc;ncia do <strong>fazer sem ter estudado</strong>.<br /> &bull; Sociedade hacker brasileira. Aquela <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/tudo-%C3%A9-brasil">cita&ccedil;&atilde;o do Viveiros de Castro</a>, de que o mundo est&aacute; se brasilizando: inseguran&ccedil;a, hiperconex&atilde;o, m&aacute; distribui&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica. Tamb&eacute;m comentei sobre o <a href="http://www.businessweek.com/innovate/content/dec2009/id2009121_864965.htm">artigo na Business Week</a> sobre a Jugaad - a gambiarra Indiana - que os CEOs americanos t&ecirc;m feito expedi&ccedil;&otilde;es para aprender: inova&ccedil;&atilde;o n&atilde;o voltada aos desejos de estilo de vida, mas a necessidades imediatas e com recursos escassos. A crise econ&ocirc;mica e produtiva no mundo inteiro despertando a necessidade de habilidades criativas no cotidiano. Hackerspaces, Makerbots, DIY. Peguei do <a href="http://www2.sescsp.org.br/sesc/videobrasil/up/arquivos/200611/20061117_160212_CadernoVB02_p.36-53_P.pdf">artigo do Ricardo Rosas</a>&nbsp;(PDF) o outro lado da gambiarra: o atentado &agrave; esta&ccedil;&atilde;o de trens de Madrid em 2004, os ataques do PCC em sampa em 2006. Tamb&eacute;m trouxe do artigo da Lisette Lagnado (<a href="http://desvio.weblab.tk/blog/tudo-%C3%A9-brasil">O malabarista e a gambiarra</a>) as quest&otilde;es sobre o <em><strong>acento pol&iacute;tico</strong></em> al&eacute;m do est&eacute;tico, sobre nomadismo e intelig&ecirc;ncia coletiva.<br /> &bull; O terceiro eixo come&ccedil;ava com uma reflex&atilde;o sobre a influ&ecirc;ncia do cyberpunk na forma&ccedil;&atilde;o do imagin&aacute;rio do universo geek e hacker - o cowboy, o hacker, a resist&ecirc;ncia, as megacorpora&ccedil;&otilde;es - e sobre como isso se articulava hoje em dia com o imagin&aacute;rio das gera&ccedil;&otilde;es que ainda v&ecirc;m por a&iacute;. Hoje, quando falar em futuro &eacute; cada vez mais complicado (mesmo sem cair nas conversas sobre singularidade e fim do mundo) - William Gibson est&aacute; situando sua fic&ccedil;&atilde;o em meio a m&iacute;dia locativa, redes sociais e web multim&iacute;dia, e tem um personagem que &quot;n&atilde;o sai de casa sem uma chave de fenda&quot;. <a href="http://www.tor.com/index.php?option=com_content&amp;view=blog&amp;id=37468">Makers</a>, de Cory Doctorow (que eu ainda n&atilde;o terminei de ler) fala sobre RFID, impress&atilde;o 3D e novos arranjos sociais em rede. O que &eacute; esse imagin&aacute;rio que se forma? Mobilidade, s&iacute;ntese/impress&atilde;o de coisas, redes e novos arranjos sociais, m&atilde;o na massa n&atilde;o s&oacute; na virtualidade, mas na concretude, no mundo f&iacute;sico. <em><strong>Gambipunk</strong></em>? <em><strong>Bricopunk</strong></em>? Da&iacute; tamb&eacute;m continuei a reflex&atilde;o sobre experimenta&ccedil;&atilde;o, arte, etc. Puxando a contamina&ccedil;&atilde;o da gambiarra nas artes, em especial a arte eletr&ocirc;nica - invers&atilde;o da expectativa da alta tecnologia, trazendo o lowtech, a sujeira. Software livre, rela&ccedil;&atilde;o com o meio ambiente (redu&ccedil;&atilde;o de impacto), cr&iacute;tica ao consumismo, hardware aberto e modularidade. Trouxe outra vez a quest&atilde;o de Aracy Amaral citada em artigo de Juliana Monachesi (<a href="http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/Members/julmonachesi/2005/rumos2">Gambiarra - necessidade ou maneirismo?</a>) - trabalhar com o descarte tornou-se um maneirismo? Tamb&eacute;m puxei um fio do debate sobre <a href="http://blog.premiosergiomotta.org.br/2010/01/28/arte-open-source-na-campus-party-2010/">arte open source</a> na manh&atilde; anterior na Campus Party - a &quot;est&eacute;tica processual&quot; (algu&eacute;m tuitou na hora: a obra de arte &eacute; o lixo do processo) pra perguntar se a gambiarra s&oacute; aparece ao fim dessas produ&ccedil;&otilde;es ou se &eacute; incorporada como ferramenta criativa em todo o processo.</p> <p>Resumindo ao m&aacute;ximo o debate posterior: Passei o microfone direto para o <a href="http://refotografia.wordpress.com">Guilherme Maranh&atilde;o</a>, que contou um pouco sobre como a gambiarra aparece no dia a dia da produ&ccedil;&atilde;o dele. Marcelo Braz prop&ocirc;s ver a gambiologia como <a href="http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/34579">contraponto &agrave; racionalidade, forma alternativa do pensar</a>. <a href="http://marketinghacker.com.br/content/gambiologia">Hernani falou</a> sobre a presen&ccedil;a da colabora&ccedil;&atilde;o e do remix nas culturas brasileiras. <a href="http://andrelemos.info/2010/01/gambiologia/">Andr&eacute; Lemos falou um pouco</a> sobre gambiarra e sobre a figura do art&iacute;fice (na hora, pensei no <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/fonte/Manifesto-nartisan">manifesto Nartisan</a> que tinha sido publicado um par de dias antes). <a href="http://samadeu.blogspot.com">Sergio Amadeu</a> relacionou a gambiarra ao software livre. Fred, da <a href="http://gambiologia.net">Gambiologia.net</a>, trouxe a discuss&atilde;o de volta para o ch&atilde;o, mostrando exemplos pr&aacute;ticos do trabalho deles. Lucas Mafra, tamb&eacute;m da <a href="http://gambiologia.net">Gambiologia.net</a>, comentou um pouco sobre seu aprendizado pessoal de gambiarra com o av&ocirc;, a rela&ccedil;&atilde;o com as ferramentas, etc. Passou pra galera ver e tocar alguns dos aparelhos que eles gambiologizaram. <a href="http://lucasbambozzi.net/">Lucas Bambozzi</a> refletiu sobre o prec&aacute;rio, contou um pouco sobre a onipresen&ccedil;a das gambiarras na fronteira com a Guiana, e mostrou alguns de seus projetos, como o SPIO. <a href="http://marcusbastos.net/">Marcus Bastos</a> falou um pouco sobre a sensibilidade web 2.0 e todo o lance de remix, e depois falou sobre o referencial de cradle2cradle e upcycling (fiquei pensando em alguma tradu&ccedil;&atilde;o boa pra isso, mas n&atilde;o consegui - talvez anticiclagem? contraciclagem?).</p> <p>No fim das contas, apesar das dificuldades, foi um excelente come&ccedil;o de conversa. Ainda falta muito pra gente criar um campo comum e dar mais f&ocirc;lego para esse tipo de reflex&atilde;o, mas ela se faz mais necess&aacute;ria do que nunca. Entre os meus planos para esse ano j&aacute; est&aacute; retomar a conversa em um ambiente mais prop&iacute;cio, al&eacute;m de dar sequ&ecirc;ncia &agrave; publica&ccedil;&atilde;o sobre gambiologia.</p> <p>Quero agradecer mais uma vez &agrave; <a href="http://bikini.veredas.net">Maira</a> por toda a ajuda no debate e no <a href="http://mutirao.metareciclagem.org">Mutir&atilde;o da Gambiarra</a>, e &agrave; &aacute;rea de design da Campus Party por ter oferecido o espa&ccedil;o. Tamb&eacute;m fica mais uma vez o convite a todo mundo que tem material para contribuir para <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/chamadas/gambiologia">a publica&ccedil;&atilde;o definitiva sobre Gambiologia</a> que deve sair nos pr&oacute;ximos meses.</p> http://desvio.cc/blog/debate-gambiologia-na-campus-party#comments campus party debate eventos gambiologia gambipunk Thu, 04 Feb 2010 19:55:36 +0000 efeefe 135 at http://desvio.cc Ciclo Era Digital http://desvio.cc/blog/ciclo-era-digital <p>&nbsp;</p> <p>Participei&nbsp;na semana passada&nbsp;com&nbsp;<a href="http://blog.markun.com.br/">Pedro Markun</a>&nbsp;e com o Caio do <a href="http://oasismundi.ning.com/">Oasis Mundi</a> do debate do &uacute;ltimo semin&aacute;rio do Ciclo Era Digital, do grupo de pesquisa <a href="http://grupoatopos.blogspot.com">Atopos</a>. O debate era um di&aacute;logo com a apresenta&ccedil;&atilde;o do italiano Andrea Miconi.&nbsp;Me incomodou um pouco o format&atilde;o de sempre (palestra, palco, microfones, ilumina&ccedil;&atilde;o). Minha primeira fala ficou meio perdida ali, sem contexto. Mas depois acho que o debate melhorou. V&iacute;deo incorporado abaixo.</p> <p><object classid="d27cdb6e-ae6d-11cf-96b8-444553540000" width="480" height="386" id="utv378780" name="utv_n_26479"> <param name="flashvars" value="loc=%2F&amp;autoplay=false&amp;vid=2940379" /> <param name="allowfullscreen" value="true" /> <param name="allowscriptaccess" value="always" /> <param name="src" value="http://www.ustream.tv/flash/video/2940379" /><embed flashvars="loc=%2F&amp;autoplay=false&amp;vid=2940379" width="480" height="386" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" id="utv378780" name="utv_n_26479" src="http://www.ustream.tv/flash/video/2940379" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object></p> http://desvio.cc/blog/ciclo-era-digital#comments eventos sampa Wed, 16 Dec 2009 16:37:12 +0000 efeefe 117 at http://desvio.cc Mobilefest '09 http://desvio.cc/blog/mobilefest-09 <p>Nesse ano, participei menos do <a href="http://mobilefest.org">Mobilefest</a> do que no <a href="http://efeefe.no-ip.org/blog/mobilefest-resumo-da-%C3%B3pera">ano passado</a>. Pelo que entendi, n&atilde;o fui o &uacute;nico. Uma amiga presente na abertura do evento comentou que havia alguma coisa estranha - segundo ela, parecia um evento fantasma. Tenho certeza que um dos motivos &eacute; a coincid&ecirc;ncia de datas com o <a href="http://www.artemov.net/">Arte.mov</a> - os organizadores do mobilefest discordam, dizem que o foco &eacute; diferente, mas me parece &oacute;bvio.</p> <p>Acabei nem participando dos primeiros dias. Na quinta-feira, fiquei sabendo da presen&ccedil;a de <a href="http://www.dosislas.org/">Victor Vi&ntilde;a</a>, espanhol que vive atualmente em Bangalore e trabalha bastante com experimenta&ccedil;&atilde;o em baixa tecnologia. Sexta-feira, fui ao MIS com o <a href="http://desvio.weblab.tk/desviantes/glaupaiva">Glauco Paiva</a> para conhec&ecirc;-lo. Conversamos bastante durante a tarde, e ele combinou com Glauco de visitar o <a href="http://rede.metareciclagem.org/esporo/metaprojeto">Metaprojeto</a> na segunda-feira. Tamb&eacute;m gostei de conhecer <a href="http://feenelcaos.org/">Lot Amoros</a>, artista que est&aacute; no meio de uma resid&ecirc;ncia no MIS;&nbsp;Pablo de Soto Su&aacute;rez, do <a href="http://fadaiat.net/">Fadaiat</a>; e Clara Boj, do <a href="http://www.lalalab.org/">lalalab.org</a>.</p> <p>No s&aacute;bado voltei ao MIS para apresentar o <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/zasf">Zasf</a>. Al&eacute;m da concorr&ecirc;ncia com o Arte.mov, no s&aacute;bado tamb&eacute;m estavam rolando o <a href="http://www.tedxsaopaulo.com.br/">TEDxSP</a> e a Confer&ecirc;ncia Municipal de Comunica&ccedil;&atilde;o de S&atilde;o Paulo, al&eacute;m de outra mesa ao mesmo tempo, sobre mobilidade e educa&ccedil;&atilde;o. O Pablo do Fadaiat e um par de metarecicleiras ajudaram a evitar que a mesa fosse um fracasso total, com menos pessoas assistindo do que havia debatendo.</p> <p>Sandra Rubia contou um pouco sobre suas pesquisas - explorando um pouco a rela&ccedil;&atilde;o entre celulares e religi&atilde;o, em duas vertentes - celulares de evang&eacute;licos (vers&iacute;culos, conselhos, &nbsp;instrumento de deus , etc.) e celulares na Umbanda (tirar foto de santo?, dissemina&ccedil;&atilde;o de imagens de S&atilde;o Jorge, Ogans usando o celular pra ouvir, gravar, compartilhar pontos).</p> <p>Diego, do <a href="http://cteme.sarava.org/Main/HomePage">CTeMe</a>, questionou um pouco a ideia de a publicidade ser a &uacute;nica culpada pela acelera&ccedil;&atilde;o do desenvolvimento tecnol&oacute;gico - usu&aacute;rixs tamb&eacute;m s&atilde;o agentes, em uma espiral de desenvolvimento auto-referente. Identificou uma forma especial de &nbsp;mobilidade &nbsp;- n&atilde;o apenas na informa&ccedil;&atilde;o que os aparelhos carregam, mas tamb&eacute;m na forma que eles tomam no uso cotidiano. Citou o Laymert - &nbsp;tudo est&aacute; sendo codificado .&nbsp;</p> <p>Marcus Mar&ccedil;al dissertou sobre um paper que escreveu, relacionando &nbsp;iconomia , cultura livre, internet das coisas, p&oacute;s-capitalismo, etc. Falou sobre r&aacute;dio definido por software e citou um trip&eacute; conceitual - Benkler, Stiglitz, Beinhocker. A apresenta&ccedil;&atilde;o foi meio confusa, baseada no paper, sem ritmo.</p> <p>Depois eu <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/zasf-estreia-p%C3%BAblica">apresentei o ZASF</a>, e no fim ainda rolou algum debate interessante. Tivemos que ceder espa&ccedil;o para o painel do <a href="http://twitter.com/miltonjung">Milton Jung</a>, que come&ccedil;aria na sequ&ecirc;ncia. Eu at&eacute; queria assistir (apesar de ter achado um pouco ostensiva a presen&ccedil;a da CBN no festival), mas precisei sair.</p> <p>Minhas impress&otilde;es da coisa toda: mais uma vez o Mobilefest foi um espa&ccedil;o interessante pra conhecer pessoas de fora do Brasil. Nesse aspecto, as coisas continuam funcionando bem -apesar de algumas falhas de articula&ccedil;&atilde;o nas oficinas que os gringos propuseram. Eu n&atilde;o estive presente o tempo todo, mas tive a impress&atilde;o que tinha menos gente de fora do que das outras vezes. Em anos anteriores, o Mobilefest foi onde conheci algumas pessoas com quem me relaciono bem at&eacute; hoje, incluindo Rob Kranenburg e Bronac Ferran, com quem criei a rede&nbsp;<a href="http://bricolabs.net">Bricolabs</a>. Mas em termos de debate efetivo, eu achei que a coincid&ecirc;ncia de datas com o Arte.mov foi totalmente prejudicial para o evento, e tamb&eacute;m achei um pouco repetitiva a sele&ccedil;&atilde;o de debatedores em rela&ccedil;&atilde;o ao ano passado.</p> <p>&nbsp;</p> http://desvio.cc/blog/mobilefest-09#comments eventos mobile Tue, 08 Dec 2009 22:29:21 +0000 efeefe 115 at http://desvio.cc