apropriação crítica http://desvio.cc/taxonomy/term/31/all pt-br Aparelhos e programas http://desvio.cc/blog/aparelhos-e-programas <p><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vil%C3%A9m_Flusser">Villem Flusser</a>, n'a <a href="http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/externo/index.asp?id_link=3850&amp;tipo=2&amp;isbn=8562540951">Filosofia da Caixa Preta</a> (pp. 32/33):</p> <blockquote> <p>Uma distin&ccedil;&atilde;o deve ser feita: <em>hardware</em> e <em>software</em>. Enquanto <em>objeto duro</em>, o aparelho fotogr&aacute;fico foi programado para produzir automaticamente fotografias; enquanto <em>coisa mole</em>, impalp&aacute;vel, foi programado para permitir ao fot&oacute;grafo fazer com que fotografias deliberadas sejam produzidas automaticamente. S&atilde;o dois programas que se co-implicam. Por tr&aacute;s destes, h&aacute; outros. O da f&aacute;brica de aparelhos fotogr&aacute;ficos: aparelho programado para programar aparelhos. O do parque industrial: aparelho programado para programar ind&uacute;strias de aparelhos fotogr&aacute;ficos e outros. O econ&ocirc;mico-social: aparelho programado para programar o aparelho industrial, comercial e administrativo. O pol&iacute;tico-cultural: aparelho programado para programar aparelhos econ&ocirc;micos, culturais, ideol&oacute;gicos e outros. N&atilde;o pode haver um &quot;&uacute;ltimo&quot; aparelho, nem um &quot;programa de todos os programas&quot;. Isto porque todo programa exige metaprograma para ser programado. A hierarquia dos programas est&aacute; aberta para cima.</p> <p>Isso implica o seguinte: os programadores de determinado programa s&atilde;o funcion&aacute;rios de um metaprograma, e n&atilde;o programam em fun&ccedil;&atilde;o de uma decis&atilde;o sua, mas em fun&ccedil;&atilde;o do metaprograma. De maneira que os aparelhos n&atilde;o podem ter propriet&aacute;rios que os utilizem em fun&ccedil;&atilde;o de seus pr&oacute;prios interesses, como no caso das m&aacute;quinas. O aparelho fotogr&aacute;fico funciona em fun&ccedil;&atilde;o dos interesses da f&aacute;brica, e esta, em fun&ccedil;&atilde;o dos interesses do parque industrial. E assim <em>ad infinitum</em>. Perdeu-se o sentido da pergunta: quem &eacute; o propriet&aacute;rio dos aparelhos. O decisivo em rela&ccedil;&atilde;o aos aparelhos n&atilde;o &eacute; quem os possui, mas quem esgota o seu programa.</p> </blockquote> <p>Flusser fala sobre a fotografia, mas aqui pode estar falando sobre a tecnologia como um todo. Sob a &oacute;tica da apropria&ccedil;&atilde;o, d&aacute; pra articular a argumenta&ccedil;&atilde;o dizendo que a pretid&atilde;o (opacidade?) da caixa, antes de ser obst&aacute;culo, &eacute; uma medida do desafio, e um motor. Se uma caixa totalmente preta &eacute; refrat&aacute;ria &agrave; apropria&ccedil;&atilde;o, por outro lado uma caixa totalmente transparente n&atilde;o desperta o desejo de meterem-se as m&atilde;os. O&nbsp;desejo e a pr&aacute;tica da apropria&ccedil;&atilde;o moram ali no meio. Claro que a pretid&atilde;o da caixa depende tamb&eacute;m de repert&oacute;rio e experi&ecirc;ncia, mas ainda assim, me parece que a vontade de raquear depende de estar nem em uma nem na outra posi&ccedil;&atilde;o.</p> http://desvio.cc/blog/aparelhos-e-programas#comments apropriação crítica flusser fotografia referência Wed, 21 Oct 2009 22:11:48 +0000 efeefe 91 at http://desvio.cc Sem fio - contexto, caminhos e bases http://desvio.cc/blog/sem-fio-contexto-caminhos-e-bases <p>Uma das obsess&otilde;es fundadoras do projeto met&aacute;:fora e da <a href="http://rede.metareciclagem.org">MetaReciclagem</a> era a ideia de mobilidade e de redes sem fio. Alguns dos primeiros rascunhos de projeto que surgiram tinham a ver com dispositivos m&oacute;veis, e uma das for&ccedil;as motrizes que nos fizeram necessitar de computadores para experi&ecirc;ncias era uma ideia alimentada pelo <a href="http://imaginarios.net/dpadua">dpadua</a> de criar infra-estruturas de rede aut&ocirc;nomas com base nos projetos de redes wi-fi metropolitanas. De l&aacute; pra c&aacute;, percorremos muitos caminhos paralelos, fizemos um monte de experi&ecirc;ncias, mas essa possibilidade sempre nos acompanhou.</p> <p>Semana passada eu estava lendo um artigo de Armin Medosch chamado <a href="http://www.thenextlayer.org/node/1192">45 revolu&ccedil;&otilde;es por minuto</a>. Armin &eacute; um dos respons&aacute;veis, junto com a <a href="http://hivenetworks.net/">Hive Networks</a>, pelo projeto <a href="http://www.thenextlayer.org/node/378">Hidden Histories</a>, que cria espa&ccedil;os p&uacute;blicos de distribui&ccedil;&atilde;o de m&iacute;dia a partir de redes bluetooth e transmissores FM de baixa pot&ecirc;ncia. No artigo, entremeado em uma hist&oacute;ria das m&iacute;dias eletr&ocirc;nicas, ele situa o surgimento das primeiras <i>utopias sem fio</i> na inven&ccedil;&atilde;o do tel&eacute;grafo sem fio, no sonho de Nicolas Tesla em transmitir energia sem fios e na cria&ccedil;&atilde;o do r&aacute;dio. Afirma que nos Estados Unidos - ao contr&aacute;rio de quase todo o resto do mundo, onde o r&aacute;dio era rapidamente controlado pelo estado -, houve uma grande prolifera&ccedil;&atilde;o de radioamadores, e que o esp&iacute;rito de garagem deles precedeu a primeira onda de hackers de computadores, criando um modelo de inova&ccedil;&atilde;o fora do mercado. Falando sobre o imagin&aacute;rio sem fio dos dias de hoje, Armin contrap&otilde;e de maneira direta as aplica&ccedil;&otilde;es restritas e limitadas das redes de telefonia celular (que, ao lado de redes sociais comerciais como facebook e myspace, ele chama &quot;<i>tecnocracia da sociabilidade</i>&quot;) &agrave; liberdade de experimenta&ccedil;&atilde;o poss&iacute;vel em tecnologias como o wi-fi (que operam em redes que n&atilde;o requerem concess&atilde;o ou licenciamento):</p> <blockquote>&quot;Empresas de telefonia celular parecem incapazes de levar a cabo todo o espectro de benef&iacute;cios das tecnologias que implementam. A revolu&ccedil;&atilde;o da telefonia m&oacute;vel foi mesmo assim um sucesso em termos de n&uacute;meros de usu&aacute;rios da rede e de ganhos econ&ocirc;micos. Assim o contraste entre redes comunit&aacute;rias sem fio e telefonia m&oacute;vel 3G oferece em si um local preferencial para entender-se o fetichismo de produtos no capitalismo de alta tecnologia.<br /> Clientes de companhias de telefonia m&oacute;vel e usu&aacute;rios de redes sociais s&atilde;o levados a comprar aqueles mundos ilusion&aacute;rios que vendem de volta para eles sua pr&oacute;pria comunica&ccedil;&atilde;o como produtos. A est&eacute;tica dos produtos &eacute; baseada em uma certa reciprocidade entre o significado est&eacute;tico de fazer o produto parecer &quot;atraentes&quot; para n&oacute;s e o que consideramos que nos faz atraentes para outras pessoas.<br /> O telefone celular (...) cont&eacute;m muitos anos de tempo de desenvolvimento social, o tempo de vida de cientistas, pesquisadores, programadores, e o trabalho daqueles que produziram os telefones em f&aacute;bricas terceirizadas, e ainda cont&eacute;m materiais brutos como o Coltan extra&iacute;do em condi&ccedil;&otilde;es desumanas em &aacute;reas de guerra civil no Congo. Ainda assim o que vemos em um telefone celular &eacute; a promessa de estar conectado e de ser aquela pessoa que a ind&uacute;stria projeta na gente atrav&eacute;s da publicidade. A publicidade aqui toma uma forma onde ela promete identidades, sugere modelos de personalidade aos quais podemos nos adaptar como a forma ergon&ocirc;mica do telefone se adapta a nossas m&atilde;os. Nos an&uacute;ncios de 3G, encontramos a mulher consciente que tem um celular que combina com seu batom, maquiagem e joias; existe o guerreiro m&oacute;vel com a barba por fazer, um jovem e confiante empreendedor que n&atilde;o precisa vestir um terno e pode confiar em estar &quot;sempre conectado&quot;. O produto-fetiche telefone celular produz modelos de comportamento para o individualismo de seus usu&aacute;rios.<br /> (...)<br /> Apesar de as ideias por tr&aacute;s da inven&ccedil;&atilde;o da tecnologia (wi-fi) serem comerciais, entusiastas de redes de computadores aproveitaram a oportunidade assim que o wi-fi apareceu no mercado e encontraram maneiras de desviar aquela tecnologia e aplic&aacute;-la para usos comunit&aacute;rios.<br /> (...)<br /> Redes comunit&aacute;rias sem fio e software livre e de c&oacute;digo aberto n&atilde;o aparecem na televis&atilde;o ou na publicidade. Rede operadas pelos pr&oacute;prios usu&aacute;rios sem ganho financeiro n&atilde;o s&atilde;o produtos, s&atilde;o valor de uso, pura e simplesmente: existem fora do sistema de fetichiza&ccedil;&atilde;o de produtos.&quot;<br /> </blockquote> <p>N&atilde;o chego a concordar totalmente com a cr&iacute;tica fundamental &agrave;s redes 3G, at&eacute; porque aqui no Brasil das estruturas inst&aacute;veis ele pode fornecer conectividade para quem n&atilde;o tem alternativas. Conheci semana passada uma lan house aqui em Ubatuba que compartilha uma conex&atilde;o 3G. &Eacute; at&eacute; poss&iacute;vel pensar em alternativas h&iacute;bridas, misturando 3G e redes wi-fi comunit&aacute;rias, como o pessoal faz com a <a href="http://www.stompboxnetworks.com/">stompbox</a>. Mas de fato, o potencial de apropria&ccedil;&atilde;o das redes wi-fi &eacute; gigantesco.</p> <p>Me interessa a defesa das redes wi-fi comunit&aacute;rias, n&atilde;o s&oacute; como alternativas de acesso &agrave; internet, mas tamb&eacute;m como potencial de cria&ccedil;&atilde;o de redes aut&ocirc;nomas, hiperlocais. Em uma apresenta&ccedil;&atilde;o em Porto Alegre na Debian Conference de 2004 em que fal&aacute;vamos sobre redes wi-fi comunit&aacute;rias eu e o Dalton fomos questionados por um argentino que disse que uma rede wi-fi n&atilde;o serviria pra nada, j&aacute; que na cidade dele n&atilde;o existia internet. Argumentamos que havia um grande potencial para usar o wi-fi como intranet, usando qualquer pc para oferecer servidor web, chat e diversos outros servi&ccedil;os.</p> <p>Um par de anos depois, participei da elabora&ccedil;&atilde;o de um projeto que pretendia organizar uma rede wi-fi na Cidade Tiradentes, em S&atilde;o Paulo. Um dos entraves do projeto foi justamente a dificuldade para a conex&atilde;o &agrave; internet. Tentamos convencer o pessoal a come&ccedil;ar com servi&ccedil;os locais, mas o fetiche do acesso &agrave; internet venceu a possibilidade de aplica&ccedil;&otilde;es locais rodando diretamente entre vizinhos e vizinhas. Mais tarde, conheci o pessoal que implementou projetos como o alem&atilde;o <a href="http://start.freifunk.net/">Freifunk</a>, o catal&atilde;o <a href="http://guifi.net">Guifi</a> e o internacional <a href="http://hivenetworks.net/">Hive Networks</a>, e o <i>conceito</i> das redes mesh se popularizou por conta do <a href="http://laptop.org/en/">laptop de cem d&oacute;lares</a> (ou mais). S&oacute; o conceito, mas enfim, &eacute; um come&ccedil;o que ajuda a naturalizar a argumenta&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Tamb&eacute;m na semana passada saiu a <a href="http://wi.hexagram.ca/?cat=47">edi&ccedil;&atilde;o do Wi journal</a> dedicada &agrave;s m&iacute;dias locativas (tem termo melhor?) no Brasil. <a href="http://wi.hexagram.ca/?p=60">Andr&eacute; Lemos</a> fala sobre anota&ccedil;&otilde;es eletr&ocirc;nicas urbanas como um dos tipos poss&iacute;veis de m&iacute;dia locativa, e mais pra frente comenta sobre a expans&atilde;o de territ&oacute;rios informacionais poss&iacute;veis, a partir de uma fus&atilde;o entre espa&ccedil;o eletr&ocirc;nico e espa&ccedil;o f&iacute;sico. Acho poss&iacute;vel imaginar que uma rede composta de n&oacute;s locais que fa&ccedil;a uso da proximidade e da potencial exclusividade de informa&ccedil;&atilde;o local pode ser um elemento interessante a explorar, n&atilde;o s&oacute; como anota&ccedil;&atilde;o urbana mas como&nbsp; elemento de interven&ccedil;&atilde;o urbana (talvez n&atilde;o s&oacute; como coment&aacute;rio, mas como &quot;objeto&quot; - ou inobjeto - urbano em si).</p> <p>J&aacute; h&aacute; algum tempo, eu estou cozinhando uma mistura de elementos que pode ir um pouco nesse sentido. Comecei imaginando estender a funcionalidade de projetos de captura e distribui&ccedil;&atilde;o de m&iacute;dia como a <a href="http://mimosa.metareciclagem.org/">mimoSa</a> e a <a href="http://www.platoniq.net/burnstation/">burnstation</a> para uma rede wi-fi: criar uma rede mesh com um servidor local que oferecesse &agrave;s pessoas que se conectam a ela a possibilidade de enviar e baixar conte&uacute;do. Comecei lentamente a estudar caminhos t&eacute;cnicos para isso (e a rabiscar sobre <a href="http://efeefe.no-ip.org/tag/wireless">redes sem fio</a> e <a href="http://efeefe.no-ip.org/tag/mobile">celulares</a>). Semana passada, finalizei um primeiro prot&oacute;tipo de hardware. Vou contar no pr&oacute;ximo post o que aprendi nesse processo.</p> http://desvio.cc/blog/sem-fio-contexto-caminhos-e-bases#comments apropriação crítica redes wireless Fri, 04 Sep 2009 05:12:41 +0000 efeefe 54 at http://desvio.cc Caixas-pretas http://desvio.cc/blog/caixas-pretas <p>Aprendi a somar e subtrair na escola, usando desenhos assim:</p> <p><img align="middle" alt="Maquina de soma +1" src="http://desvio.weblab.tk/sites/desvio.weblab.tk/files/maquina_0.jpg" /></p> <p>A professora desenhava na lousa e perguntava: &quot;o que essa m&aacute;quina est&aacute; fazendo&quot;? E n&oacute;s, depois de muita discuss&atilde;o e reflex&atilde;o, conclu&iacute;amos: est&aacute; diminuindo uma laranja.<br /> <br /> Existiam m&aacute;quinas de todos os tipos: que somavam duas laranjas, que diminu&iacute;am cinco, que n&atilde;o somavam nem diminuiam. O importante, naquela &eacute;poca, era &quot;descobrir&quot; o que cada &quot;m&aacute;quina&quot; estava fazendo, a partir do que entrava e do que saia.<br /> <br /> O conceito de &quot;caixa-preta&quot;, que o hd menciona em <a href="../../../../../../blog/homem-m%C3%A1quina-remix">outro post</a>, tem a ver com o processo de deixar de saber quais as opera&ccedil;&otilde;es que est&atilde;o acontecendo &quot;dentro&quot; das m&aacute;quinas: tudo o que conhecemos &eacute; o input e o output. O exemplo cl&aacute;ssico de <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Vil%C3%A9m_Flusser">Flusser </a>&eacute; a c&acirc;mera fotogr&aacute;fica: o fot&oacute;grafo, na maioria das vezes n&atilde;o tem a menor id&eacute;ia de todos os processos f&iacute;sicos e qu&iacute;micos que acontecem at&eacute; que a imagem esteja &quot;revelada&quot;. <br /> <br /> Latour tamb&eacute;m fala de caixas-pretas, retomando o conceito <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Black_box_%28systems%29">desde a cibern&eacute;tica</a>, onde ele &eacute; usado para representar mecanismos muito complexos cujo funcionamento interno n&atilde;o s&atilde;o relevantes para o c&aacute;lculo final. S&atilde;o representados assim (tamb&eacute;m parecidos com minha m&aacute;quina subtrair laranjas):<br /> <br /> <img align="middle" longdesc="http://en.wikipedia.org/wiki/Black_box_(systems)" alt=" Wikipedia" src="http://desvio.weblab.tk/sites/desvio.weblab.tk/files/320px-Blackbox.png" /><br /> <br /> Latour n&atilde;o reflete apenas sobre coisas materiais, artefatos tecnol&oacute;gicos, mas principalmente sobre a pr&oacute;pria Ci&ecirc;ncia e, portanto, muitas vezes sobre como &eacute; constru&iacute;do o &quot;conhecimento oficial&quot;, que s&atilde;o, efetivamente, verdadeiras caixas-pretas. </p> <p>Segundo ele, &eacute; importante investigar os processos de forma&ccedil;&atilde;o dessas chamadas &quot;caixas-pretas&quot; e como determinados conceitos s&atilde;o constru&iacute;dos, discutidos, como o seu sentido vai aos poucos se estabelecendo at&eacute;, em determinado ponto, n&atilde;o importar mais quais as rela&ccedil;&otilde;es que est&atilde;o dentro dele.<br /> <br /> Se abrimos as caixas-pretas geradas pela Ci&ecirc;ncia, por&eacute;m, o que vamos encontrar s&atilde;o in&uacute;meros conflitos, interesses, constru&ccedil;&otilde;es de discurso. Poderemos perceber, por exemplo, que a solu&ccedil;&atilde;o que &eacute; comercializada n&atilde;o &eacute; necessariamente a &quot;mais eficiente&quot;, mas na verdade o resultado de uma discuss&atilde;o sobre o que significa ser mais eficiente. &Eacute; nesse sentido que al&eacute;m de serem discursos, essa Ciencia, e essa tecnologia, moldam e formam a maneira como nos relacionamos com o mundo. <br /> <br /> E se esses conceitos e essas tecnologias s&atilde;o tamb&eacute;m parte do que somos (plataformas, interfaces), e com elas e outros humanos constru&iacute;mos redes, ent&atilde;o existe tamb&eacute;m uma quest&atilde;o pol&iacute;tica envolvida na forma como esses objetos e esses conhecimentos foram constru&iacute;dos. Entender, abrir as caixas-pretas e perceber o que existe dentro, quais as transforma&ccedil;&otilde;es, quais os discursos. Isso &eacute; a chamada apropria&ccedil;&atilde;o cr&iacute;tica:</p> <div class="description">&nbsp;</div> <div class="description"><img align="middle" longdesc="http://www.linux4all.net/o_que_%C3%A9_metareciclagem" alt=" Linux4all - O que é MetaReciclagem" src="http://desvio.weblab.tk/sites/desvio.weblab.tk/files/mimosa_belem-03.jpg" /><br /> <br /> <br /> <b>Refer&ecirc;ncias:</b><br /> Kuro5hin (2009). <a href="http://www.kuro5hin.org/story/2009/6/5/221420/9244">Scientific and Technological Change in Latour and Lakatos</a><br /> <a href="http://bluwiki.com/go/What_is_Good_Science:_Opening_Pandora%27s_Black_Box">Wiki What is Good Science on Latour (1987). Opening Pandora's Black Box</a><br /> <a href="http://www.nettime.org/Lists-Archives/nettime-l-9709/msg00012.html">Felix Stalder in nettime.org on More on Bruno Latour </a><br /> <a href="http://qchose.wordpress.com/2008/05/06/homem-x-maquina/">Rafael, do Quelque Chose em Homem x M&aacute;quina</a></div> apropriação crítica caixa-preta latour Tue, 16 Jun 2009 13:17:08 +0000 danimatielo 20 at http://desvio.cc