liftconference http://desvio.cc/taxonomy/term/134/all pt-br Rolê, parte 1 - velhomundo continental http://desvio.cc/blog/rol%C3%AA-parte-1-velhomundo-continental <p>Durante algumas semanas desse m&ecirc;s, fiz um rol&ecirc; por alguns lugares da Europa, participando de eventos e conhecendo pessoas. Esse post &eacute; a primeira parte de uma tentativa de documenta&ccedil;&atilde;o com base em anota&ccedil;&otilde;es, tweets e lembran&ccedil;as.</p> <h2>Genebra - Lift10</h2> <p>Meu primeiro destino foi Genebra, onde se realizaria a confer&ecirc;ncia <a href="http://liftconference.com/lift10">Lift 10</a>. Eu fui convidado a falar sobre <a href="http://rede.metareciclagem.org">MetaReciclagem</a> e Brasil. Algumas semanas antes, um dos organizadores me mandou alguns v&iacute;deos com exemplos de palestras que foram bem recebidas em edi&ccedil;&otilde;es anteriores. Eram palestras de alt&iacute;ssimo n&iacute;vel, tanto que chegaram a me intimidar. Isso acabou me distraindo um pouco da confer&ecirc;ncia - fiquei bastante tempo andando pela cidade e elaborando ideias, ou no quarto escrevendo e reescrevendo.</p> <p><img align="right" alt="Frio" src="http://farm5.static.flickr.com/4003/4613660582_b4f24c0f94_m_d.jpg" />Andar por Genebra &eacute; uma experi&ecirc;ncia singular. Um ar rom&acirc;ntico e algo liter&aacute;rio - imposs&iacute;vel n&atilde;o procurar o Outro Borges espreitando em algum banco de pra&ccedil;a, debaixo do frio inesperado para uma primavera. Al&eacute;m disso, a presen&ccedil;a de todas as institui&ccedil;&otilde;es internacionais em torno da ONU - e das delega&ccedil;&otilde;es do mundo inteiro que v&atilde;o para l&aacute; pleitear, debater, influenciar - evoca uma certa sensa&ccedil;&atilde;o de fronteira. Mas &eacute; uma fronteira mundial, uma fronteira de todas as na&ccedil;&otilde;es, que parece atrair a presen&ccedil;a de muitxs <a href="http://tecnomagxs.wordpress.com/2009/07/13/147/">feiticeirxs</a>. A tudo isso se junta a coisa mais fria do dinheiro puro - muitos bancos, muitas lojas de grife, muita gente que cultua essas coisas.</p> <p>Publiquei mais algumas coisas sobre a cidade e a estrutura da Lift no <a href="http://efeefe.no-ip.org/blog/chegada-em-genebra-e-come%C3%A7o-da-lift">meu blog</a>.</p> <p>Uma das poucas sess&otilde;es que assisti foi sobre &quot;<a href="http://liftconference.com/lift10/program/session/redefinition-privacy">A redefini&ccedil;&atilde;o da privacidade</a>&quot;. Anota&ccedil;&otilde;es abaixo:</p> <p><img align="right" src="http://farm5.static.flickr.com/4001/4613047219_10c888bdbf_m_d.jpg" alt="Estrutura da CICG" /><a href="http://liftconference.com/person/oglass1">Oliver Glassey</a> declarou que as redes sociais representam o fim da privacidade. Disse que &eacute; um equ&iacute;voco pensar que as novas gera&ccedil;&otilde;es (os &quot;nativos digitais&quot;, nas palavras dele) n&atilde;o sabem, n&atilde;o se preocupam ou nada fazem em rela&ccedil;&atilde;o a privacidade. Falou tamb&eacute;m sobre a moldagem coletiva da identidade social online: redes sociais como filtragem e enquadramento de identidade; diferen&ccedil;as entre a identidade virtual idealizada vs. a vida real estendida; explora&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;pria defini&ccedil;&atilde;o do self. Sugeriu que, ao contr&aacute;rio do que se pensa, os perfis do facebook refletem a personalidade real das pessoas, n&atilde;o a idealiza&ccedil;&atilde;o feita para adequa&ccedil;&atilde;o ao contexto local. Falou ainda sobre a reinven&ccedil;&atilde;o heterog&ecirc;nea dos limites particulares e pessoais: levantou a quest&atilde;o da privacidade como intimidade compartilhada (citando as pessoas que compartilham suas senhas); a oposi&ccedil;&atilde;o entre m&iacute;dia &iacute;ntima e &quot;<em>extimidade</em>&quot;; e sobre a emerg&ecirc;ncia de culturas locais de intimidade e privacidade. Para ele, &eacute; o contexto social que define a privacidade. Comparou as identidades din&acirc;micas &agrave; mudan&ccedil;a r&aacute;pida de roupas. Colocou que a flexibilidade nos papeis sociais &eacute; diferente do ajuste fino de configura&ccedil;&otilde;es de privacidade. Levantou algumas quest&otilde;es importantes: que a pr&oacute;xima brecha digital ser&aacute; entre as pessoas que t&ecirc;m ou n&atilde;o t&ecirc;m a possibilidade de reconstruir a privacidade online; e perguntou quais ferramentas, regras e normas v&atilde;o permitir a mem&oacute;ria social e tamb&eacute;m a <em>amn&eacute;sia social</em> (ambas igualmente importantes).</p> <p>Minha opini&atilde;o sobre a fala do Oliver &eacute; que tudo bem, o p&acirc;nico com a privacidade &eacute; um exagero, mas que existem amea&ccedil;as estruturais a ela que a mera criatividade e flexibilidade sociais n&atilde;o v&atilde;o conseguir enfrentar.</p> <p>Em seguida, entrou o alem&atilde;o <a href="http://liftconference.com/person/christianheller">Chris Heller</a>. Um auto-intitulado futurista, ele entrou no palco falando sobre p&oacute;s-privacidade. Declarou que a privacidade se foi de vez, e que as pessoas tendem a associar privacidade a liberdade. Disse que n&atilde;o concorda totalmente. Usou como exemplo uma vila medieval - n&atilde;o existia privacidade. Evocou a ideia de que o espa&ccedil;o particular &eacute; feminino, e o espa&ccedil;o p&uacute;blico masculino. Disse que tamb&eacute;m associa privacidade ao isolamento e &agrave; vergonha. D&aacute; como exemplo a o fato de que os movimentos feminista e gay tiveram que ir a p&uacute;blico (no sentido <em>oposto &agrave; privacidade</em>) para promover a toler&acirc;ncia, indicando que nem sempre a privacidade se trata de liberdade. Continuou no exemplo da vila medieval, sugerindo que se algu&eacute;m fosse diferente, todos saberiam - o que levaria &agrave; repress&atilde;o da diferen&ccedil;a. Mas contrap&otilde;e a isso o fato de que nas redes, as pessoas podem escolher a sociedade que querem. Falou tamb&eacute;m da gera&ccedil;&atilde;o de conhecimento atrav&eacute;s da abertura (openness) para criticar o DRM.</p> <p>A sess&atilde;o continuou com Martin K&uuml;nzi, do ex&eacute;rcito da salva&ccedil;&atilde;o, falando sobre como usam as redes para suas atividades. N&atilde;o me interessou muito. Mais tarde, <a href="http://liftconference.com/person/lucas-grolleau">Lucas Grolleau</a> contou um pouco do seu trabalho com instrumentos musicais vintage, e fez m&uacute;sica ao vivo com instrumentos e um sampler. A sess&atilde;o terminou com <a href="http://www.liftconference.com/person/chris-woebken">Chris Woebken</a> e <a href="http://www.kenichiokada.com/projects/2008/animalsuperpowers.html">Kenichi Okada</a> apresentando o projeto <a href="http://chriswoebken.com/animalsuperpowers.html">Animal Superpowers</a>, que tenta reproduzir com dispositivos eletr&ocirc;nicos a percep&ccedil;&atilde;o de diferentes animais (formigas, pombos, girafas).</p> <p>Perdi o interesse na sess&atilde;o sobre &quot;As velhas novas m&iacute;dias&quot;. Quase saindo do <a href="http://cicg.ch/en/">CICG</a>, algumas coisas feitas com material reaproveitado chamaram minha aten&ccedil;&atilde;o. Parei para conversar e conheci Michael Shiloh e Judy Castro, que realizavam um workshop de seu projeto <a href="http://teachmetomake.com">Teach me to make</a>, que pros meus olhos tendenciosos pareceu pura MetaReciclagem. Em resumo, os participantes do workshop passaram o dia inteiro inventando coisas a partir de um monte de objetos que estavam por l&aacute;. Toda aquela coisa de incentivar uma sensibilidade criativa do remix, do reuso, da ressignifica&ccedil;&atilde;o. Bom contato, e vou tentar manter pra gente articular algum tipo de interc&acirc;mbio.</p> <p><img alt="Teach me to Make" src="http://farm5.static.flickr.com/4043/4613044897_801cea478f_d.jpg" /></p> <p>No dia seguinte, cheguei para a sess&atilde;o sobre pol&iacute;tica, que come&ccedil;ou com <a href="http://liftconference.com/person/rahafharfoush">Rahaf Harfoush</a>. Ela - que trabalha para o F&oacute;rum Econ&ocirc;mico Mundial - falou sobre a campanha do Obama, numa perspectiva muito norte-americana e objetiva. O tom era sobre ferramentas para conquistar, dominar, obter sucesso e vit&oacute;ria. Me incomodou bastante que uma mesa sobre &quot;pol&iacute;tica&quot; s&oacute; falasse sobre &quot;campanha&quot;. Sinal dos tempos, claro. Espet&aacute;culo puro. Para ela, um v&iacute;deo do Obama jogando basquete, publicado na internet, &eacute; &quot;criar rela&ccedil;&atilde;o com as pessoas&quot;. Depois ela melhorou um pouco, falando sobre opendata. Mas n&atilde;o trouxe nada de novo, na minha opini&atilde;o. Na hora, perguntei no twitter: &quot;e a pol&iacute;tica do dia a dia, onde t&aacute;? pol&iacute;tica t&aacute;tica, de bairro, de vizinhan&ccedil;a. como as tecnologias mudam essa pol&iacute;tica?&quot;. Ela ainda deu uma bola dentro comentando sobre o pessoal do <a href="http://ushahidi.org/">Ushahidi</a>, sobre quem eu j&aacute; tinha ouvido falar pelo <a href="http://cesarharada.com/">Cesar Harada</a>. Rahaf tamb&eacute;m falou sobre o papel das redes sociais nos protestos no Ir&atilde;. Ao fim da apresenta&ccedil;&atilde;o, perguntas:</p> <p><a href="http://www.liftconference.com/person/laurent-haug">Laurent Haug</a>: as m&iacute;dias sociais poderiam ser utilizadas para outras finalidades al&eacute;m de campanhas?<br /> Rahaf sim, para entender o que as pessoas querem.<br /> Laurent: como gerenciar a grande quantidade de perguntas?<br /> Rahaf: O melhor &eacute; deixar as pr&oacute;prias pessoas decidirem quais s&atilde;o as perguntas importantes.<br /> Laurent: Isso ainda funciona se todos fizerem?<br /> Rahaf: A campanha mostrou as possibilidades. Daqui a pouco pode ser diferente.<br /> Laurent: Dados s&atilde;o facas de dois gumes?<br /> Rahaf: Quando uma coisa passa a ser monitorada, outra aparece. As pessoas s&atilde;o espertas.</p> <p>A apresenta&ccedil;&atilde;o seguinte foi de <a href="http://liftconference.com/person/claudia-sommer">Claudia Sommer</a>, do Greenpeace alem&atilde;o. J&aacute; come&ccedil;ou limitada, com Laurent dizendo que o Greenpeace &eacute; outra organiza&ccedil;&atilde;o que est&aacute; &quot;espalhando sua mensagem&quot;. Mais uma apresenta&ccedil;&atilde;o sobre campanhas, sem muita conversa de pol&iacute;tica cotidiana.</p> <p>Encontrei o colega <a href="http://bricolabs.net">bricoleiro</a> Alejo Duque, e aproveitei pra entrevist&aacute;-lo enquanto ele almo&ccedil;ava. Conversamos sobre coisas que est&atilde;o acontecendo no Brasil e na Col&ocirc;mbia, sobre a ideia de laborat&oacute;rios de m&iacute;dia e como ela se adapta a diferentes contextos. Vou publicar a entrevista nas pr&oacute;ximas semanas no <a href="http://culturadigital.br/redelabs/">blog Redelabs</a>.</p> <p>Voltei pro hotel pra preparar minha apresenta&ccedil;&atilde;o, que aconteceria no dia seguinte. Perdi a <a href="http://liftconference.com/lift10/program/talk/antonio-casilli-doomed-be-forever-young-social-archaeology-digital-natives">apresenta&ccedil;&atilde;o</a> do simp&aacute;tico <a href="http://liftconference.com/person/antoniocasilli">Antonio Casilli</a>. Eu at&eacute; queria voltar tamb&eacute;m pro debate sobre <a href="http://liftconference.com/lift10/program/session/whats-line-communities">comunidades online</a>, mas n&atilde;o consegui. Fiquei acordado at&eacute; as tr&ecirc;s e pouco da manh&atilde;, escrevendo.</p> <p>Na sexta-feira, fui ao CICG de manh&atilde; para passar o som e testar meu laptop - tudo muito profissional - e voltei pro hotel pra dormir mais uma horinha. Fui de novo para l&aacute; por volta do meio-dia. Estava terminando de escrever e organizar os slides. A <a href="http://liftconference.com/lift10/program/session/lift-10-stories">sess&atilde;o</a> na qual eu falaria come&ccedil;ou com <a href="http://liftconference.com/person/richardmurton">Richard Murton</a>, da Accenture, desfiando todo o jarg&atilde;o corporativo que tenta descobrir maneiras de transformar a sociabilidade online em dinheiro. Continuou com <a href="http://liftconference.com/person/russelldavies">Russel Davies</a>, do <a href="http://www.reallyinterestinggroup.com/">Really Interesting Group</a>, com uma <a href="http://liftconference.com/lift10/program/talk/russell-davies-printing-internet-out">apresenta&ccedil;&atilde;o</a> que para meu azar foi uma das mais bem avaliadas de toda a confer&ecirc;ncia. Achei tamb&eacute;m metarecicleira uma frase dele: &quot;existem peda&ccedil;os magn&iacute;ficos de infraestrutura dando sopa&quot;. Logo depois de Russel, foi minha vez.</p> <p>J&aacute; publiquei um relato mais detalhado <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/lift-10-metareciclagem-futuros-conectados-no-brasil">aqui</a>, ent&atilde;o n&atilde;o vou me alongar por aqui. Ao fim, algumas pessoas interessantes vieram conversar. Minha percep&ccedil;&atilde;o n&atilde;o foi t&atilde;o boa, mas tudo bem. Gostei de ter sido elogiado pelo <a href="http://twitter.com/nicolasnova">Nicolas Nova</a>, um dos organizadores da Lift. Talvez ainda mais interessante, um monte de gente no Brasil comentou no twitter sobre a apresenta&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Fiquei desconfort&aacute;vel com o formato da Lift - excelente para palestrantes carism&aacute;ticos, o que n&atilde;o &eacute; meu estilo. Tamb&eacute;m me incomodou o foco geral em startups, imagem p&uacute;blica, publicidade e extra&ccedil;&atilde;o de lucro das m&iacute;dias sociais. Puro espet&aacute;culo, muita preocupa&ccedil;&atilde;o com lucratividade e pouca com o mundo l&aacute; fora das planilhas. O fato de terem me chamado e aberto espa&ccedil;o pra outra perspectiva &eacute; interessante, mas ainda assim n&atilde;o pude deixar de me sentir o desvio controlado do tom geral da confer&ecirc;ncia. Lembrei um pouco da Shift em Lisboa, onde falei em 2006. At&eacute; tentei ir &agrave; festa de encerramento da Lift, mas rolou aquela cena t&iacute;pica de entrar no bar, as pessoas olharem por meio segundo e depois voltarem a aten&ccedil;&atilde;o para seus grupinhos fechados outra vez. Galera esquisita, sem muito interesse na diferen&ccedil;a. Ou &eacute; encana&ccedil;&atilde;o minha, deixa pra l&aacute;.</p> <p>Mais sobre a Lift, minha participa&ccedil;&atilde;o e um pouquinho de Genebra <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/lift-10-metareciclagem-futuros-conectados-no-brasil">neste post</a>.</p> <h2>Karlsruhe - ZKM</h2> <p><img align="right" alt="Trabalhando no trem" src="http://farm5.static.flickr.com/4043/4613773446_f3e5018efa_m.jpg" />Fui de Genebra a Karlsruhe no s&aacute;bado, de trem. Ainda na Su&iacute;&ccedil;a, o clima rom&acirc;ntico &agrave; beira do lago L&eacute;man foi mudando para uma paisagem mais inexplorada, de montanha. J&aacute; fui reprogramando a mente para trocar meu parco franc&ecirc;s pelo alem&atilde;o infantil. Fiz conex&atilde;o em Basileia. Ecos de hist&oacute;ria (Nietzsche) e da pol&iacute;tica do <a href="http://lixoeletronico.org">lixo eletr&ocirc;nico</a> (a conven&ccedil;&atilde;o de Basileia). Tem alguma coisa de mistura ali, de um tipo mais comum de fronteira. &Agrave; medida que avan&ccedil;ava para a Alemanha e tomava dist&acirc;ncia da Su&iacute;&ccedil;a, percebia que nesta a mistura entre alem&atilde;es, franceses e italianos pode ter sido ben&eacute;fica para os todos.</p> <p>Percebi com algum espanto que o alem&atilde;o agora me incomoda muito menos do que quando vivi por l&aacute;. &Eacute; claro que a sensa&ccedil;&atilde;o vai al&eacute;m da l&iacute;ngua - diferentes regi&otilde;es da Alemanha t&ecirc;m diferentes n&iacute;veis de abertura e interesse pela diferen&ccedil;a. De dentro do trem, as placas com nomes como Freiburg (Cidade Livre) e Offenburg (Cidade Aberta) davam alguma esperan&ccedil;a. Enquanto me aproximava do Meno, pensava nos antepassados da minha m&atilde;e que trocaram a Alemanha pelo Brasil no in&iacute;cio do s&eacute;culo XIX. Eram camponeses famintos? Desajustados, sonhadores? Atravessaram o mundo por ousadia, gan&acirc;ncia cega, aventura, burrice? Imposs&iacute;vel saber.</p> <p>Karlsruhe me recebeu com sol. O povo &eacute; bastante amig&aacute;vel, a cidade organizada como &eacute; de se esperar e bonitinha como eu n&atilde;o imaginava. Logo ao lado da esta&ccedil;&atilde;o de trem, um monte de bicicletas me fizeram pensar em Amsterdam (e Ubatuba). Fiz check-in no Ibis ao lado da esta&ccedil;&atilde;o, larguei as malas e fui direto ao <a href="http://zkm.de">ZKM</a>. Foi uma visita muito r&aacute;pida, mas significativa. Percorri o m&aacute;ximo que pude dos experimentos expostos l&aacute; - muita coisa interativa, com experi&ecirc;ncias em 3D, e outras experimenta&ccedil;&otilde;es.</p> <p><img alt="Entrada do ZKM" src="http://farm4.static.flickr.com/3586/4613166005_40357c9916.jpg" /></p> <p>Fiquei pensando na import&acirc;ncia desse tipo de espa&ccedil;o de exibi&ccedil;&atilde;o permanente. Tanto no sentido de criar acervo e mem&oacute;ria quanto para formar p&uacute;blico. Tive a impress&atilde;o de que ainda estamos muito no come&ccedil;o, de que ainda &eacute; poss&iacute;vel um monte de experimenta&ccedil;&atilde;o de linguagem e percep&ccedil;&atilde;o, e que isso tamb&eacute;m tem um pouco de adequar a percep&ccedil;&atilde;o. Fiquei pensando na transi&ccedil;&atilde;o da representa&ccedil;&atilde;o pict&oacute;rica em duas dimens&otilde;es para o desenvolvimento do olhar que entende a representa&ccedil;&atilde;o com perspectiva e planos de fuga - al&eacute;m da inova&ccedil;&atilde;o formal, tamb&eacute;m &eacute; importante a forma&ccedil;&atilde;o da percep&ccedil;&atilde;o.</p> <p><img alt="Screen @ ZKM" src="http://farm5.static.flickr.com/4049/4613157823_75c03ea597.jpg" /></p> <h2>Dresden e Berlin</h2> <p><img alt="Twitting!" src="http://farm5.static.flickr.com/4047/4613152889_cd9c8e9641.jpg" /></p> <p><img align="right" alt="Berlin Hauptbanhof" src="http://farm5.static.flickr.com/4045/4613785460_cdece98ffe_m.jpg" />Saindo de Karlsruhe passei dois dias em Dresden, onde vivi por quatro meses em 2007. Passando pelo pr&eacute;dio onde vivia, descobri que existe algu&eacute;m chamadx T.witting ;). Dei algumas voltas em Neustadt, bebi as cervejas locais Radeberger e Waldschl&ouml;sschen, tentei escutar a r&aacute;dio livre do bairro (mas s&oacute; peguei os hor&aacute;rios de m&uacute;sica cl&aacute;ssica). Entrei em contato com o pessoal do TMA, mas n&atilde;o cheguei a visitar o espa&ccedil;o. Foi um tempo mais de descanso e de reconcilia&ccedil;&atilde;o com a cidade que foi t&atilde;o fechada no passado - mas que dessa vez foi mais tranquila, porque eu n&atilde;o tinha expectativas ou maiores compromissos. Percebi mais claramente a import&acirc;ncia de Neustadt - bairro de imigrantes, estudantes, artistas e minorias em geral - em evitar que Dresden vire um inferno neonazi.</p> <p>Encerrei a parte continental da viagem indo de trem at&eacute; Berlim. Estava muito frio para andar, ent&atilde;o acabei passando a hora e meia que tinha antes de ir para o aeroporto na pr&oacute;pria esta&ccedil;&atilde;o de trem. Caf&eacute;, supermercado para comprar mostarda e teewurst, e l&aacute; fui eu para o aeroporto Sch&ouml;nefeld, pegar um <strike>bus&atilde;o a&eacute;reo</strike> v&ocirc;o da Easyjet para Liverpool.</p> http://desvio.cc/blog/rol%C3%AA-parte-1-velhomundo-continental#comments alemanha eventos genebra intercâmbio internacional karlsruhe lift10 liftconference metareciclagem suíça tour trip zkm Mon, 24 May 2010 20:05:49 +0000 efeefe 168 at http://desvio.cc