manchester http://desvio.cc/taxonomy/term/131/all pt-br Rolê, parte 2 - velhomundo insular http://desvio.cc/blog/rol%C3%AA-parte-2-velhomundo-insular <p>Duas horinhas me levaram de Berlim &agrave; Inglaterra, em um v&ocirc;o da easyjet. Comida n&atilde;o inclu&iacute;da, fila pra pegar os melhores lugares, pouco espa&ccedil;o entre os assentos que n&atilde;o reclinam. Mas o pre&ccedil;o compensou. Desci em Liverpool, passei pela alf&acirc;ndega da maneira mais r&aacute;pida e f&aacute;cil das cinco vezes que entrei no Reino Unido. &quot;Vou participar de um evento em Manchester, fico em tal hotel&quot;. A mocinha nem pediu pra ver o convite, reserva do hotel ou quanto dinheiro eu tinha. Carimbou e desejou uma boa estada. Eu j&aacute; tinha comprado pela internet a passagem de &ocirc;nibus at&eacute; o centro de Manchester. Fui curtindo o sol estendido da primavera europeia - j&aacute; eram mais de sete e meia, e ele ainda bem acima do horizonte. Sacando o sotaque totalmente diferente daquela parte da Inglaterra - meio rasgado, mas seco - uma musicalidade diferente, mas sem terminar direito as palavras.</p> <h2>Manchester, England, England. Across the Atlantic sea...</h2> <p>A caminho de Manchester, um monte de bairros com casinhas. A estabilidade - e o t&eacute;dio - das zonas que criaram a pr&oacute;pria ideia de classe m&eacute;dia. A caminho de um dos epicentros da revolu&ccedil;&atilde;o industrial, onde Engels escreveu &quot;A situa&ccedil;&atilde;o das classes trabalhadoras na Inglaterra&quot;. Muito tijolinho vermelho, muito gramado verde e mais alguns campos amarelos de canola.</p> <p><img alt="Vão central do Britannia" align="right" src="http://farm4.static.flickr.com/3367/4616694117_def74788cf_m_d.jpg" />No centro de Manchester, apesar de o sol ter brilhado boa parte do dia, a temperatura era de 11 graus - e mais tarde ainda cairia para 7.6 graus. O Britannia &eacute; um hotel grande, em um pr&eacute;dio antigo e com um qu&ecirc; de decadente - o aquecimento do quarto n&atilde;o funcionava, a TV oscilava entre colorida e PB, e a internet era um lixo. Mas eu fiquei em um quarto no pen&uacute;ltimo andar, de frente para o sol que se punha quase &agrave;s nove da noite. E tinha banheira, e uma escadaria daquelas de filme. Sa&iacute; para bater um rango, e percebi mais uma vez como a cidade &eacute; barata em rela&ccedil;&atilde;o a Londres - comi um Chicken Tikka Masala bem servido com um pint de Ale por cinco libras e pouco. Manchester &eacute; uma cidade universit&aacute;ria - muita gente jovem na rua, um monte de bares com som e gente de v&aacute;rios lugares do mundo. Eu estava a um quarteir&atilde;o dos Piccadilly Gardens, no centro. Logo em frente descobri o <a href="http://kro.co.uk">KRO Bar</a>, com internet gr&aacute;tis e confi&aacute;vel, onde voltaria quase todo dia.</p> <p><img alt="Contact Theatre" align="right" src="http://farm5.static.flickr.com/4011/4616731155_9016cb902a_m_d.jpg" />No dia seguinte, fui visitar o arc Space (relato completo <a href="http://rede.metareciclagem.org/blog/25-05-10/Duas-conversas-em-Manchester">aqui</a>). Na sa&iacute;da, Vicky me apresentou na rua para Franco, um senhor italiano reputado como anarquista que alguns dias depois me mandou alguns DVDs selecionados. Encontrei uma lavanderia e dei umas voltas pela cidade, sem muito compromisso. Tentei at&eacute; ir &agrave; abertura da exposi&ccedil;&atilde;o <a href="http://www.futureeverything.org/art/serendipitycity">Serendipity City</a>, mas eles encerraram exatamente no hor&aacute;rio previsto (21hs). A pontualidade brit&acirc;nica funciona na entrada e na sa&iacute;da. De volta ao hotel, percebi que eles tinham resolvido a falha do aquecimento - trouxeram um aquecedor el&eacute;trico. Dormi melhor nessa noite. Pela manh&atilde;, fui para o Contact Theatre, n&oacute; principal do <a href="http://www.futureeverything.org/">Future Everything</a>, para uma conversa com Vicky Sinclair e Russel Clifton (que tamb&eacute;m relatei <a href="http://rede.metareciclagem.org/blog/25-05-10/Duas-conversas-em-Manchester">aqui</a>). O <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/glonet2010 ">GloNet</a> (evento enredado global) do Future Everything j&aacute; estava rolando. Assisti a alguns peda&ccedil;os, depois desci pra almo&ccedil;ar no caf&eacute;. &Agrave; tarde rolou a sess&atilde;o remota com S&atilde;o Paulo, que relatei com mais detalhes <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/futuro-tudo">aqui</a>.</p> <p><img alt="Monitored Landscape No. 16" align="right" src="http://farm5.static.flickr.com/4060/4617343880_4d2e6c81a5_m_d.jpg" />No fim da tarde, dei uma passada pela exposi&ccedil;&atilde;o <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu">CU</a> (:P), curada pela Contents may vary no Copperface Jacks, subsolo do The Palace Hotel. Algumas pe&ccedil;as bem interessantes ali, talvez mais ainda pelo contraste com o cen&aacute;rio de pub. Gostei da <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/monitoredlandscape">Monitored Landscape No. 16</a>, do <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/thinkingthroughmethod">Thinking Through Method (Cooper)</a>, do <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/deathcallsthetune">Death Calls the Tune</a>, do <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/imataperecordermaniac">I'm a Tape Recorder Maniac!</a>, do <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/organisedsound">Organised Sound</a> e do <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cu/resonantqueue">Resonant Queue</a>. Mais sobre a exposi&ccedil;&atilde;o, <a href="http://www.axisweb.org/dlForum.aspx?ESSAYID=18094">aqui</a>. N&atilde;o resisti e peguei na sa&iacute;da um bottom com o nome da exposi&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Na sexta-feira pela manh&atilde;, cheguei no meio do painel &quot;<a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/cities_of_insurrection">cities of insurrection</a>&quot;, mas sa&iacute; logo. Encontrei Stephen Kovats, organizador da <a href="http://transmediale.de">Transmediale</a> de Berlim, e meu amigo <a href="http://translocal.net">Tapio Makela</a> no caf&eacute;. Stephen me deu uma c&oacute;pia impressa do livro <a href="http://en.flossmanuals.net/collaborativefutures/">collaborative futures</a>. Depois pulei para a sess&atilde;o &quot;<a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/Doing_it_together">doing it together</a>&quot;, que come&ccedil;ou justamente com <a href="http://www.mushon.com/">Mushon Zer-Aviv</a>, um dos autores do livro. Fiz algumas anota&ccedil;&otilde;es durante o debate:</p> <p><strong><a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2185">Mushon</a></strong></p> <ul> <li>C&oacute;digo e wikipedia t&ecirc;m fundamentos racionais. O design n&atilde;o.</li> <li>As pessoas costumam entender colabora&ccedil;&atilde;o como &quot;colocar as coisas online&quot;.</li> <li>Cultura livre &eacute; abrir, software livre &eacute; colaborar.</li> </ul> <ul> <li><a href="http://www.shiftspace.org/">Shiftspace</a></li> <li>Quando for poss&iacute;vel, codificar e usar sistemas de controle de vers&atilde;o.</li> <li>Publicar os arquivos master. Por exemplo, usando o dropbox.</li> </ul> <p>Codificando:</p> <ol> <li>pesquisa enredada;</li> <li>linguagem extens&iacute;vel;</li> <li>documentar a linguagem.</li> </ol> <p>A apresenta&ccedil;&atilde;o do Mushon est&aacute; online: <a href="http://github.com/mushon/osd-presentation">http://github.com/mushon/osd-presentation</a></p> <p>Escalar a subjetividade n&atilde;o &eacute; uma quest&atilde;o nova. Sempre vai dar errado. Deixar a op&ccedil;&atilde;o para forking.</p> <p>Falou mal de patentes, disse que temos que trabalhar mesmo para oferecer alternativas &agrave; apple.</p> <p>O debate continuou com <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2201"><strong>Alexandra Deschamps-Sonsino</strong></a>&nbsp;(<a href="http://www.designswarm.com/">portfolio</a>), da <a href="http://tinkerlondon.com">Tinker London</a>.&nbsp;Depois descobri que ela tinha estado tamb&eacute;m na <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/lift-10-metareciclagem-futuros-conectados-no-brasil">Lift</a>, apresentando o projeto <a href="http://www.homesenseproject.com/">Homesense</a>. Ela come&ccedil;ou falando um pouco sobre as mudan&ccedil;as no design de produtos desde a &eacute;poca em que estava na faculdade. Mais anota&ccedil;&otilde;es abaixo:</p> <ul> <li>Hardware livre.</li> <li>O horizonte do design est&aacute; mudando.</li> <li>V&iacute;deo: <a href="http://www.youtube.com/watch?v=PeScmRwzQho">intro do arduino</a></li> <li>estudantes, artistas, hackers, publicit&aacute;rios, pesquisa &amp; desenvolvimento est&atilde;o usando hardware livre</li> <li>Projetos interessantes com hardware livre: <a href="http://www.botanicalls.com/ ">botanicalls</a>, <a href="http://kickbee.net/ ">kickbee</a>, <a href="http://todbot.com/blog/2006/10/23/diy-ambient-orb-with-arduino-update/ ">ambient orb</a>, <a href="http://www.mcqn.com/bubblino">bubblino</a></li> <li><a href="http://joindiaspora.com/project.html">Diaspora</a>.</li> </ul> <p>Projeto dela: <a href="http://www.homesenseproject.com/">homesense</a>. Inova&ccedil;&atilde;o dentro de casa - criar novos produtos. Desenvolvido em parceria com uma <a href="http://www.edf.fr/the-edf-offers/edf-fr-home-200420.html#Home">grande empresa de energia</a>.</p> <p>Iphones e afins t&ecirc;m sucesso por que s&atilde;o desej&aacute;veis. se come&ccedil;armos a criar produtos e servi&ccedil;os desej&aacute;veis, isso pode mudar.</p> <p><strong>Quest&otilde;es</strong></p> <p>Mushon: as pessoas querem ser dominadas. anarquismo &eacute; inspirador, mas complicado.</p> <p>Em seguida, <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2218"><strong>Alison Powell</strong></a> falou sobre o papel da m&iacute;dia e dos caf&eacute;s na cria&ccedil;&atilde;o de uma esfera p&uacute;blica ao longo dos &uacute;ltimos s&eacute;culos, e questionou sobre como isso se articula com as redes hoje em dia. Eu precisei responder alguns emails importantes e acabei perdendo boa parte da apresenta&ccedil;&atilde;o dela, infelizmente.</p> <p>Durante o debate, um camarada sentado ao meu lado me ajudou a conectar a fonte do meu laptop. Depois ainda conversamos um pouco sobre nossos computadores (ele tinha um EEE 701). S&oacute; depois que o debate acabou foi que nos descobrimos: ele era <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2218">Brian Degger</a>, que conversou comigo pela lista <a href="http://bricolabs.net">Bricolabs</a> avisando que estaria no Future Everything. Brian est&aacute; envolvido com alguns projetos muito interessantes de ci&ecirc;ncia de garagem, e vai participar do <a href="http://medialab-prado.es/article/interactivos_ciencia_de_barrio">Interactivos?</a> em Madrid daqui a duas semanas.&nbsp;</p> <p>No hor&aacute;rio do almo&ccedil;o, sa&iacute; para dar outra volta pela cidade. Voltei mais tarde para o painel <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/Ludic_interfaces">Interfaces L&uacute;dicas</a>. Cheguei a tempo de pegar a apresenta&ccedil;&atilde;o do <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2257"><strong>Tapio</strong></a>:</p> <ul> <li>Ben Schneidermann - designing the human interface</li> <li>ideias de interface costumavam ser muito baseadas nas telas. tapio levanta a quest&atilde;o sobre as interfaces no mundo real.</li> <li>as modalidades l&uacute;dicas mudam com novas tecnologias. videoativismo nos anos sessenta. media van. ant farm collective.</li> <li>yes men - l&uacute;dico, mas como descrever o aspecto da interface?</li> <li>locative media. blast theory / proboscis. play pode se mudar da tela para vizinhan&ccedil;as orientadas a objetos.</li> <li>o papel da ambiguidade no design. coisas l&uacute;dicas t&ecirc;m a ver com ambiguidade e n&atilde;o-intencionalidade.</li> <li>feral robots.</li> <li><a href="http://hehe.org2.free.fr/?language=fr">Nuage Vert</a></li> <li><a href="http://socialtapestries.net/snout/">Snout</a></li> <li><a href="http://www.gpsdrawing.com/">Performance l&uacute;dica e absurda com tecnologia</a></li> </ul> <p>Depois dele, <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2310"><strong>Margarete Jahrmann</strong></a> falou sobre a <a href="http://www.ludic-society.net/">Ludic Society</a></p> <p>Depois ainda dei um pulo no debate sobre <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/New_creactivity">Nova Criatividade</a>, onde falava a incr&iacute;vel <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2203">Anab Jain</a>, do <a href="http://www.superflux.in/">Superflux</a>. Para ela, &quot;Atrav&eacute;s de conflitos e tens&otilde;es, boas coisas podem emergir&quot;.</p> <p>Olhando pra tr&aacute;s, mais algumas notas sobre o Future Everything:</p> <ul> <li>os temas do festival e da confer&ecirc;ncia acertaram em cheio algumas quest&otilde;es muito presentes: eventos distribu&iacute;dos, open data, urbanismo experimental, serendipidade, conectividade ilimitada, prototipagem e fablabs. Nesse sentido, continua sendo um evento que me faz aprender bastante. Eu tenho a sensa&ccedil;&atilde;o de que ele n&atilde;o perde muito tempo dourando a p&iacute;lula, tentando criar um clima de abstra&ccedil;&atilde;o conceitual em cima - e nesse sentido &eacute; um evento bastante t&aacute;tico, contrastando com v&aacute;rios outros onde a abstra&ccedil;&atilde;o chega &agrave;queles n&iacute;veis em que uma bula &eacute; necess&aacute;ria para decodificar qualquer coisa. V&atilde;o os meus parab&eacute;ns para o Drew Hemment e sua equipe.</li> <li>a revista digital dialogue fez uma <a href="http://www.axisweb.org/dlForum.aspx?ESSAYID=18093">edi&ccedil;&atilde;o especial</a> sobre o festival. Gostei da ideia. Quem sabe a gente n&atilde;o faz o mesmo com o <a href="http://mutirao.metareciclagem.org">Mutir&atilde;o</a> algum dia.</li> <li>como j&aacute; comentei em <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/futuro-tudo">outro post</a>, eu fiquei bastante tempo brincando com o <a href="http://createdigitalmusic.com/2009/06/22/maker-faire-music-moldover%E2%80%99s-syncomasher-live-electronica-controllerism-for-everyone/">syncomasher</a> do <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2135">Moldover</a>.</li> <li>A Glonet funcionou muito bem. Palmas para o <a href="http://www.distancelab.org/">Distance Lab</a>. Eu n&atilde;o cheguei a testar as <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/glonet2010/talkingboxes">Talking Boxes</a> deles, mas vi gente usando e achei bem interessante.</li> <li>Eu tinha que ir pra Londres para encontrar uma galera no s&aacute;bado, ent&atilde;o acabei perdendo o <a href="http://www.futureeverything.org/art/playeverything">Play everything</a>... uma pena, mas fica pra pr&oacute;xima.</li> </ul> <h2>Londinium</h2> <p>Sabad&atilde;o, em duas horinhas de trem, cheguei a Londres. Trem com poltrona confort&aacute;vel, mesa e at&eacute; - se eu quisesse pagar seis libras para uma hora - conex&atilde;o wi-fi &agrave; internet. Fui direto para Walthamstow, deixar as coisas na casa dxs amigxs que me hospedariam. Walthamstow &eacute; um bairro meio afastado, no leste de Londres - E17, pra quem conhece o zoneamento por l&aacute;. Um bairro interessante, cheio de imigrantes de toda parte. O bairro tamb&eacute;m tem o Walthamstow Market - o mercado mais extenso da Europa, com nem me lembro quantos quil&ocirc;metros. Logo no comecinho do mercado, uma cena divertida - um astronauta/ET <a href="http://gambiologia.net">gambi&oacute;logo</a>, cheio de dispositivos eletr&ocirc;nicos, fazia m&uacute;sica. Era quase uma gatorra vest&iacute;vel! Vou subir o v&iacute;deo no youtube nos pr&oacute;ximos dias, depois incorporo aqui embaixo.</p> <p><img alt="Astronauta gambiológico" src="http://farm5.static.flickr.com/4007/4617367182_aee656f786_d.jpg" /></p> <p>No domingo, almocei em Brick Lane com o pessoal e <a href="http://www.lml.lse.ac.uk/">Rob van Kranenburg</a>. Ele me perguntou &quot;o que a gente precisa fazer agora?&quot; em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; rede Bricolabs <a href="http://bricolabs.net" title="http://bricolabs.net">http://bricolabs.net</a>. Eu respondi &quot;nada. vamos deixar as coisas aparecerem&quot;. Acho que ele concordou. Mais tarde, tive uma reuni&atilde;o interessante articulada pela Vicky, com o Peter Forrest do <a href="http://tgl.tv/">TGL</a> e uma pessoa que queria saber mais sobre o Brasil para aconselhar um poss&iacute;vel projeto de sustentabilidade e cidades. Participaram tamb&eacute;m da reuni&atilde;o os diretores do <a href="http://www.globalactionplan.com/">Global Action Plan</a> e da <a href="http://www.uia.be/">UIA</a> - e o assistente deles, que &eacute; brasileiro.</p> <p>Na segunda-feira pela manh&atilde;, estive no <a href="http://www.lml.lse.ac.uk/">London Media Lab</a>, comandado por Patrick Humphreys. Ele havia convidado integrantes da Bricolabs que estavam em Londres para uma conversa. Al&eacute;m de mim, estavam Vicky Sinclair, a italiana Francesca Bria, Rob van Kranenburg e o pr&oacute;prio Patrick. Conversamos por algumas horas - gravei tudo e vou publicar trechos interessantes assim que tiver tempo.</p> <p>No dia seguinte, passei rapidamente pelo espa&ccedil;o que est&aacute; expondo obras de <a href="http://zoebenbow.co.uk/">Zoe Benbow</a>, companheira de <a href="http://roblafrenais.wordpress.com/">Rob La Frenais</a> - que infelizmente n&atilde;o pode estar presente, porque sua m&atilde;e estava enferma. <a href="http://www.boundaryobject.org/">Bronac Ferran</a> tamb&eacute;m estava por l&aacute;, e fomos para um pub conversar sobre o Brasil, a China, microestruturas e outras coisas.</p> <p>Fiquei mais um dia e meio em Londres, fazendo um pouco de turismo e passeando com a fam&iacute;lia. Fui mais uma vez ao sebo logo na entrada de Notting Hill onde j&aacute; fui algumas vezes. Lembrei muito do meu irm&atilde;o de vida <a href="http://twitter.com/dpadua">Dpadua</a>. Acho que foi ele que me fez perceber um segundo antes de ir embora que tinha um livrinho do Alan Moore sobre como escrever para quadrinhos. Comprei. Ainda n&atilde;o li, vou guardar para um dia inspirado.</p> http://desvio.cc/blog/rol%C3%AA-parte-2-velhomundo-insular#comments bricolabs eventos future everything londres manchester trip Thu, 27 May 2010 23:42:52 +0000 efeefe 169 at http://desvio.cc Futuro tudo http://desvio.cc/blog/futuro-tudo <p><img align="right" alt="Contact Theatre" src="http://farm5.static.flickr.com/4011/4616731155_9016cb902a_d.jpg" />O festival <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/">Future Everything 2010</a> (antigo FutureSonic, onde tamb&eacute;m <a href="http://efeefe.no-ip.org/tag/futuresonic">estive em 2008</a>) resolveu levar a s&eacute;rio o princ&iacute;pio de reinventar o formato da confer&ecirc;ncia internacional para tempos hiperconectados e ecologicamente conscientes. No cora&ccedil;&atilde;o da programa&ccedil;&atilde;o para esse ano estava a <a href="http://www.futureeverything.org/festival2010/GloNet">Glonet</a>, um grande interc&acirc;mbio em tempo real entre Jap&atilde;o, Reino Unido, Brasil e Canad&aacute;. Foram realizados paineis conjuntos entre Manchester e cada uma dessas localidades.</p> <p>No Brasil, um pessoal estava no MASP, fazendo apresenta&ccedil;&otilde;es e participando da apresenta&ccedil;&atilde;o de Manchester. Foi uma costura interessante entre o Future Everything, British Council e o <a href="http://www.artemov.net/glonet/#/home">Arte.Mov</a>. <a href="http://twitter.com/bambozzi">Lucas Bambozzi</a> coordenou as mesas desde o Brasil. Foi a primeira vez que vi videoconfer&ecirc;ncia remota realmente funcionando:&nbsp;havia uns gaps, uma ou outra falha de &aacute;udio, mas no geral rolou muito bem. Assisti &agrave; abertura em sampa, tive que sair durante a apresenta&ccedil;&atilde;o do Wisnik e depois vi as falas da <a href="https://twitter.com/gbeiguelman">Giselle Beiguelman</a> e do <a href="http://www.cicerosilva.com/">C&iacute;cero Silva</a>.</p> <p>L&aacute; pelo meio da Glonet com sampa, eu tive vinte minutos para uma apresenta&ccedil;&atilde;o. Em alguns aspectos, foi parecida com a minha <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/lift-10-metareciclagem-futuros-conectados-no-brasil">apresenta&ccedil;&atilde;o na Lift</a>, mas com uma &ecirc;nfase especial em alguns pontos, e algumas quest&otilde;es melhor trabalhadas at&eacute; por conta do feedback que tive depois de Genebra. Tentei pegar um pouco mais a quest&atilde;o da cidade como referencial que a gente herdou da matriz europeia sem ter passado pelo mesmo processo de evolu&ccedil;&atilde;o e acomoda&ccedil;&atilde;o ao longo dos s&eacute;culos ou mil&ecirc;nios, e passei menos tempo detalhando a hist&oacute;ria da MetaReciclagem. No come&ccedil;o, parece que falei r&aacute;pido demais (estava rolando uma tradu&ccedil;&atilde;o no Brasil, coisa que eu n&atilde;o tinha imaginado que ia rolar), e em alguns pontos tivemos alguns problemas de &aacute;udio.</p> <p>Depois que eu falei, abrimos para coment&aacute;rios, e recebi alguns coment&aacute;rios direto do Brasil. Por algum tempo, s&oacute; vi o Lucas comentando sem &aacute;udio, mas consegui pegar no final ele falando sobre como muitas vezes o software livre &eacute; acompanhado de uma atitude que n&atilde;o &eacute; livre. &Eacute;&nbsp;verdade, mas isso n&atilde;o &eacute; inerente ao software livre - vem das pessoas, e &eacute; com elas que precisa ser resolvido. Ele tamb&eacute;m mencionou que no come&ccedil;o havia muito mais criatividade e efervesc&ecirc;ncia acontecendo nessa esfera, e a&iacute; eu discordo totalmente. Ainda vejo muita coisa muito interessante acontecendo, ainda que com outras pessoas.</p> <p>C&iacute;cero Silva criticou um certo exoticismo quando eu falava da gambiarra:&nbsp;questionou se fazendo isso a gente n&atilde;o est&aacute; desviando das quest&otilde;es mais importantes e nos colocando como inferiores de certa forma - o que levaria os &quot;pa&iacute;ses ricos&quot; a nos dar algum dinheiro pra fazer nossas macaquices enquanto eles continuavam seu pr&oacute;prio ritmo. Eu consigo ver a l&oacute;gica do argumento dele, que tamb&eacute;m &eacute; parecida com uma cr&iacute;tica que eu j&aacute; ouvi em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; MetaReciclagem logo no come&ccedil;o: &quot;s&oacute; porque &eacute; inclus&atilde;o digital a galera n&atilde;o merece computador novo?&quot;. Na hora respondi pro C&iacute;cero que se funcionar como estrat&eacute;gia pros &quot;pa&iacute;ses ricos&quot; darem dinheiro pra gente, eu n&atilde;o reclamo. Mas eu tamb&eacute;m acho mais algumas coisas:&nbsp;a minha <a href="/tag/gambiologia">defesa da gambiarra</a> como habilidade criativa essencial, como tra&ccedil;o da inova&ccedil;&atilde;o cotidiana que pode sim influenciar os processos industriais, n&atilde;o exclui outras possibilidades conceituais e experimentais. Me interesso pelo tipo de tecnologia que pode ser desenvolvida quando se reconhece que as pessoas t&ecirc;m muita criatividade s&oacute; esperando pelas ferramentas certas. Mas nunca me coloquei como porta-voz de toda a cultura eletr&ocirc;nica no Brasil. Tem gente fazendo coisas muito avan&ccedil;adas, que n&atilde;o se relacionam muito com o DIY, o hardware livre, o improviso e a eterna dan&ccedil;a da inven&ccedil;&atilde;o em meio &agrave; precariedade. Mas eu n&atilde;o tenho nenhuma obriga&ccedil;&atilde;o de falar sobre essas coisas - falo do que me interessa, onde for relevante. Quanto a isso, o moderador <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2174">Adam Greenfield</a> afirmou depois que achou interessante e inspiradora a perspectiva da gambiarra (sempre engra&ccedil;ado ouvir o pessoal tentando falar &quot;gambiarra&quot; e &quot;metareciclagem&quot;).</p> <p>Mais um participante do Brasil comentou alguma coisa sobre sociedade descentralizada e em rede, e no fim perguntou &quot;who will rule it&quot;. Na hora, achei que ele tinha perguntado &quot;quem vai mandar&quot; e respondi longamente dizendo que n&atilde;o sabia. Mas agora acho que ele pode ter tentado questionar &quot;quem vai fazer as regras&quot;. E isso &eacute; outro debate em si. Espero que as regras possam ser feitas cada vez mais a partir de princ&iacute;pios e padr&otilde;es abertos e colaborativos, mas isso &eacute; uma luta grande e cada vez mais feia.</p> <p><a href="http://twitter.com/tapmak"><img align="right" alt="Monitored landscape" src="http://farm5.static.flickr.com/4060/4617343880_4d2e6c81a5_d.jpg" />Tapio Makela</a>, que precisou sair antes de a sess&atilde;o acabar, mais tarde me perguntou se o enquadramento em uma imagem nacional seria uma estrat&eacute;gia, uma t&aacute;tica ou uma realidade. Eu acho que s&atilde;o as tr&ecirc;s coisas:&nbsp;uma dire&ccedil;&atilde;o deliberada para influenciar como as coisas acontecem tanto no &acirc;mbito interno quanto externo - coisas que apesar de toda a integra&ccedil;&atilde;o v&atilde;o continuar existindo enquanto existirem fronteiras -; uma inven&ccedil;&atilde;o cotidiana feita para subverter a microescala das estrat&eacute;gias alheias; e com certeza a compreens&atilde;o de que diferentes din&acirc;micas sociais acabaram por influenciar o entendimento que xs brasileirxs temos de n&oacute;s mesmxs e do nosso lugar no mundo.</p> <p>Durante os tr&ecirc;s dias que estive em Manchester, ainda dei uma circulada pela cidade e pude ver um pouco da programa&ccedil;&atilde;o paralela do Festival. Algumas coisas bem interessantes, como <strike>a m&aacute;quina de fazer m&uacute;sica</strike>&nbsp;o <a href="http://createdigitalmusic.com/2009/06/22/maker-faire-music-moldover%E2%80%99s-syncomasher-live-electronica-controllerism-for-everyone/">Syncomasher</a> do <a href="http://www.futureeverything.org/community/newuser?id=2135">Moldover</a> no primeiro andar do Contact Theatre, e as pe&ccedil;as expostas no pub do Palace Hotel - como a Monitored Landscape no. 16, de Robin Tarbet, que montou uma cidade com peda&ccedil;os de eletr&ocirc;nicos. Tamb&eacute;m fiz uma visita ao <a href="http://www.arcspacemanchester.org.uk/portal/">Arc Space</a>, mas isso vai ser assunto pra um <a href="http://rede.metareciclagem.org/blog/25-05-10/Duas-conversas-em-Manchester">post no blog da MetaReciclagem</a>.</p> <p><img alt="Detalhe da máquina de música" src="http://farm5.static.flickr.com/4013/4617344274_8f6683e634_d.jpg" /></p> <p>Pra quem quer ver mais:</p> <ul> <li><a href="http://www.scribd.com/doc/31578974/MetaReciclagem-Future-Everything-Glonet-Text-efeefe">Texto da minha apresenta&ccedil;&atilde;o</a></li> <li><a href="http://www.scribd.com/doc/31578965/MetaReciclagem-Future-Everything-Glonet-efeefe">Slides da minha apresenta&ccedil;&atilde;o</a></li> <li><a href="http://www.flickr.com/photos/felipefonseca/tags/futr/">Fotos durante o Future Everything</a></li> <li><a href="http://www.flickr.com/photos/felipefonseca/tags/manchester">Todas minhas fotos em Manchester</a></li> <li><a href="http://desvio.weblab.tk/blog/rol%C3%AA-parte-2-velhomundo-insular">Mais sobre minha passagem pelo Reino Unido</a></li> </ul> <p><strong>Atualizando:</strong>&nbsp;acabei nem comentando sobre o <a href="http://www.contact-theatre.org/">Contact Theatre</a>, o n&oacute; principal do festival. &Eacute;&nbsp;uma constru&ccedil;&atilde;o meio estranha, mas com uma programa&ccedil;&atilde;o muito interessante - bastante m&uacute;sica independente, festivais alternativos e tal. Me perdi algumas vezes nos corredores para as salas, e gostei. A cerveja &eacute; boa e a comida razo&aacute;vel.</p> http://desvio.cc/blog/futuro-tudo#comments eventos futr future everything manchester metareciclagem trip Wed, 19 May 2010 01:28:25 +0000 efeefe 167 at http://desvio.cc