lixo

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Os tempos estão mudando, como sempre. A tal crise financeira pode ter servido no mínimo pra criticar os apóstolos da fórmula crescimento-produção-consumo-descarte, questionar o vício no upgrade. Até vozes na grande mídia estão aceitando que talvez os videiros tivessem razão. Que em vez de uma indústria fabricando cada vez mais produtos que duram menos, talvez seja a hora de as pessoas criarem produtos elas mesmas.

Naturalmente, todos esses indícios são limitados. É razoável tentar inferir uma visão geral: finalmente, o século XX está acabando. Já não era sem tempo. Mas ainda existem muitas estruturas a desconstruir. Lá no mundo que se define como "desenvolvido" (e muita gente discorda), exageraram na especialização e todos viraram reféns da restrição do conhecimento. Um amigo que vive em Londres conta que se quiser consertar sozinho um interruptor quebrado, o senhorio pode processá-lo. Em nome do caminho do progresso, retirou-se de uma população inteira a liberdade da inovação cotidiana, e tudo virou consumo. Compre pronto, use por pouco tempo e jogue fora. Produza lixo, e não se preocupe com onde ele vai parar. Não crie nada, deixe isso para os especialistas. >>Leia mais