gambiologia

A hipersuperfície dessa década

No meu post anterior, relatando o debate sobre gambiologia, falei que alguns autores que criaram a literatura cyberpunk estão hoje explorando "mão na massa não só na virtualidade, mas na concretude, no mundo físico". Hoje estava lendo o conto de Bruce Sterling a ser publicado na Icon 80 - "The Hypersurface of this Decade", e lá está de novo o assunto: um sujeito que compra um "home fabricator". Mais um texto gambipunk (ou bricopunk?).

Debate Gambiologia na Campus Party

Na noite de quinta-feira, 28, realizamos no palco de design da Campus Party o debate sobre Gambiologia. A ideia era lançar a versão beta da publicação que vamos finalizar em março, aproveitando pra abrir o debate e chamar mais gente pra colaborar. Não chegamos a publicar essa versão beta antes do debate. A parceria que ia rolar para a editoração não ia acontecer a tempo. Lancei um desafio pra alguém fazer pelo menos uma versão temporária. Sei que a Teia e a Goa trabalharam em uma versão durante a tarde, mas na hora do debate nenhuma das duas estava presente (Teia foi atacada por uma salada de frutas do inferno e Goa já tinha ido embora). Tudo bem, é parte de lidar com a instabilidade. A versão temporária acabou sendo publicada só hoje no wiki da MetaReciclagem.

Como não tínhamos a publicação para lançar, foi providencial que a Tati tenha levado três bolos (afinal, se não havia PDF a gente daria o bolo na galera ;)). Servimos o bolo e conversamos um pouco na bancada da MetaReciclagem, e por volta das 20h nos aproximamos do palco. Já estavam por lá, dos convidados, Marcus Bastos (e Gisela Domschke, que teve que sair), Lucas Bambozzi, André Lemos, Lucas Mafra e Fred Paulino, Guilherme Maranhão e Hernani Dimantas. Mais tarde chegaria Sergio Amadeu. Assistindo, mais um bando de gente próxima: Dalton Martins, Drica Guzzi, Ike Moraes, Daniel Hora, Roberto de Carvalho, Lu, Guima, Cesinha, Gus e mais gente (não vou lembrar de todxs, desculpem), além de alg1s desconhecidxs. >>Leia mais

Gambiologia

Acabei de sair do Campus Party. Barulho infernal. Uma mistura de sons que se recombinam num estado de surdez do pensamento. Fui falar de gambiologia. A descontração do tema me levou a desconcentração geral. Ouvir, pensar e falar não me foi possível.

Mas isso já foi. O debate foi interessante. Uma composição de idéias que incluiu nomes como de Felipe Fonseca, André Lemos, Lucas Bambozzi, Marcus Bastus, Fred e Lucas do gambiologia.net, Sergio Amadeu, Marcelo Braz e Guilherme Maranhão. ;)

leia mais

Habilidade

De um email, tentando explicar a gambiologia:

Daí o que a gente vem chamando de Gambiologia é essa tentativa de entender, conceituar, referenciar e de certa forma naturalizar o improviso e a impermanência não como atraso, mas pelo contrário como habilidade essencial pro mundo contemporâneo.

Cultura Material

Bem interessante o programa dessa série de palestras sobre uso e cultura material na UTFPR. A da manhã de hoje falaria sobre desvio, bricolagem e gambiarra. Pena que estou tão longe de Curitiba...

Desvio de função, bricolage e gambiarra

Por Dr. Christian Kasper

Data: 16 de outubro de 2009

Esta primeira aula introduz aos temas abordados no seminário. O principal objetivo é discutir e desmontar a noção de função a partir de práticas que a colocam em xeque, mostrando que o uso dos artefatos é suscetível a variações imprevistas. Propõe uma leitura do texto fundamental de C. Lévi-Strauss sobre bricolage, examina algumas abordagens contemporâneas da questão e apresenta o desvio de função como meio de entender a relatividade cultural do uso.

Coordenação: Profª. Drª. Maristela Mitsuko Ono

Corpo e cultura material

Por Dr. Christian Kasper

Data: 23 de outubro de 2009

As práticas corporais, como mostrou Mauss, correspondem a técnicas próprias a cada cultura. Desenvolvendo o trabalho de Mauss, Warnier propõe uma abordagem da cultura material que considera as condutas sensório-motoras envolvidas na relação com os artefatos como parte da mesma. Esses autores serão usados para entender o envolvimento do corpo na relação de uso..

Esquemas e affordances

Por Dr. Christian Kasper

Data: 06 de novembro de 2009 >>Leia mais

Gambiarra - criatividade tática

Por Felipe Fonseca e Hernani Dimantas

Mandamos esse texto para a publicação do Paralelo, evento que aconteceu em março/abril de 2009 em São Paulo. Devem sair uma versão impressa e uma POD (print-on-demand) nos próximos meses.

A gambiarra aparece como a arte de fazer. A re-existência do faça-você-mesmo. Sem todo o ferramental, sem os argumentos apropriados, mas com o conhecimento acumulado pelas gerações. Fazer para modificar o mundo. Um contraponto ao empreendedor selvagem. Fazer para transformar aquilo que era inútil num movimento ascendente de criatividade. A inovação está presente no DNA pós-moderno, no pós-humano. Numa vida gasosa. Abrimos aqui parênteses para fazer uma crítica ao Bauman com suas diversas modernidades líquidas. O líquido se acomoda ao recipiente. Seja um copo, um vaso ou apenas a terra contra a qual o oceano se deixa existir. O gasoso flui no espaço, no tempo e no ser em existência. Não só líquida ou gasosa, a pós-modernidade é a multiplicidade de estados que se misturam, na confluência da Ipiranga com a São João, na co-existência de todos os níveis de desenvolvimento econômico e tecnológico. Uma gambiarra que remixa, modifica, transforma e se mistura. Traço comum da inventividade cotidiana, do improviso, da descoberta espontânea, da transformação de realidades a partir da multiplicidade de usos. O mais trivial dos objetos, lotado de usos potenciais: na solução de problemas, no ornamento improvisado, na reinvenção pura e simples. O potencial de desvio e reinterpretação em cada uso. A inovação tática, acontecendo no dia a dia, em toda parte. >>Leia mais

Chamada: gambiologia

(...) queremos mais do que o simples acesso. Queremos o processo, os conhecimentos abertos do meio do caminho. Sabemos usar chaves de fenda, concretas e metafóricas.

Continua aberta a chamada por contribuições para a publicação do Mutirão da Gambiarra dedicada à Gambiologia. Já recebemos e encontramos material bem interessante, e mais algumas pessoas sinalizaram que vão mandar material até o fim de outubro. Quem tiver colaborações (textos, posts, insights, imagens, etc.) mande logo!

http://mutirao.metareciclagem.org/chamadas/gambiologia

Cyberpunk de chinelos

Escrevi isso para o Simpósio de Arte Contemporânea que vai acontecer no fim do mês no Paço das Artes, em Sampa. Também vou mediar uma mesa sobre "Redes Sociais, Arquivo e Acesso".

O mundo virou cyberpunk. Cada vez mais as pessoas fazem uso de dispositivos eletrônicos de registro e acesso às redes - câmeras, impressoras, computadores, celulares - e os utilizam para falar com parentes distantes, para trabalhar fora do escritório, para pesquisar a receita culinária excêntrica da semana ou a balada do próximo sábado. Telefones com GPS mudam a relação das pessoas com as ideias de localidade e espaço. Múltiplas infra-estruturas de rede estão disponíveis em cada vez mais localidades. Essa aceleração tecnológica não resolveu uma série de questões: conflito étnico/cultural e tensão social, risco de colapso ambiental e lixo por todo lugar, precariedade em vários aspectos da vida cotidiana, medo e insegurança em toda parte. Mas ainda assim embute um grande potencial de transformação. >>Leia mais

Conserto e inovação

Felipe Albertão nos encaminhou esse estudo de Jan Chipchase para o centro de pesquisa da Nokia em Toquio, mostrando a escala e algumas especificidades do mercado informal de conserto de celulares em países emergentes. Gambiologia FTW!

>>Leia mais

Prêmio Sergio Motta - indicados

O núcleo desvio é um dos indicados no prêmio Sergio Motta, na categoria início de carreira. Ficamos felizes com a pré-seleção, e ainda mais com as companhias de categoria. Parabéns a todxs indicadxs. Em entrevista, o presidente da comissão de seleção Marcus Bastos comenta:

Um aspecto relacionado a este tom mais bem-humorado também apareceu em trabalhos que se apóiam na estética da gambiarra e do improviso. Foi universo representativo, o que é um pouco esperado. Este ingrediente anárquico (em certo sentido antropofágico) é uma característica recorrente e possivelmente bastante marcante da arte atual, em que são representativas práticas hacker e procedimentos herdeiros da sampleagem.