Este website parou de ser atualizado no fim de 2015. Em agosto de 2016, efeefe decidiu arquivá-lo.
Para assuntos relacionados ao Desvio, dê uma olhada nestes outros sites também:
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O Gil nos convidou, Drica e eu, pra palestrar na Intercon. O pedido foi para falar sobre o que não era óbvio. Para mim, o óbvio é a visão funcional que o 'mercado' tem da web. No entanto, meu trabalho tem sido sair desses padrões. Minha visão é experimental. E, nesse sentido, provoca mudanças e transformações.
O Marketing Hacker foi meu primeiro experimento. Um blog sobre hackers, conhecimento livre, manifesto cluetrain, catedral e bazar e outras indiscrições. Marketing Hacker se transformou no livro sobre a revolução do mercados. Personagens como David Weinberger, Chris Locke, Doc Searls, Howard Rheingold, Lessig, Pierre Levy e outras figurinhas eram comentados, reblogados (um neologismo que se inclina ao ato de retwittar) e, principalmente, 'Uma poderosa conversação global começou. Através da Internet, pessoas estão descobrindo e inventando novas maneiras de compartilhar rapidamente conhecimento relevante'. Essas idéias estavam sendo debatidas, remixadas e muitas vezes melhoradas (assim como no sofware livre). Por aqui, na taba do tupi, outras figuras estavam falando de coisas legais. Com esses figuras, Felipe Fonseca e eu, criamos o Metáfora. Um projeto independente, carregado de palavras como falar é fácil, o silêncio é fatal; Linkania, conectazes e esporos. Enfim, uma chocadeira colaborativa cuja proposta foi potencializar projetos colaborativos.
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Em uma rápida visita para conhecer a Matilha Cultural, topamos com uma grande placa logo na entrada:
Sentimo-nos em casa ;)
Instalações que tem como objetivo reconfigurar o espaço público urbano em um espaço para debate e troca, deveriam buscar ser um artefato de conversação, e não a conversação em si mesma. Deveriam focar na interação [gameplay, mal traduzido], não na retórica. Claro que a interação deve ser relacionada ao tema, mas deveria apresentar apenas os pontos iniciais para a conversa e não a discussão inteira.
Martijn de Waal em Digital Cities 6: urban media / urban informatics and different notions of public space
A idade contemporânea sacralizou o planejamento de produtos. Tornou o design uma via de mão única, quase divina: a indústria desenha, enquanto os "consumidores" assumem o papel de receptores semipassivos - compram, usam, descartam e compram mais. Nesse mundo, quanto menos usos um produto tem, melhor. As coisas são feitas para um fim, e só para ele. Para outras utilidades, que se comprem outros produtos. O saber popular da gambiarra é combatido, desvalorizado como ação de gente que vive na precariedade, sem acesso a recursos materiais. A consequência direta disso é que cada vez mais as pessoas aprendem que problemas só podem ser resolvidos com consumo, e perdem o acesso à inovação cotidiana. Além disso, a definição das características dos produtos, objetos e ferramentas recai totalmente sobre o lado mais forte, que também decide sozinho sobre outros aspectos como durabilidade e obsolescência, contando com o braço armado da imprensa especializada (um fenômeno bastante visível no mercado de eletrônicos, mas também com automóveis, eletrodomésticos e outros). >>Leia mais
Flusser tem uma visão da tecnologia como suporte; Ele reproduz a idéia de prótese. A tecnologia cola no homem. Ele diz que as fábricas são lugares onde sempre são produzidas novas formas de homens: primeiro, o homem-mão, depois o homem-ferramenta, em seguida, o homem-máquina e, finalmente, o homem-aparelhos-eletrônicos. Repetindo: essa é a história da humanidade. A máquina distende a mão do homem ao ponto do homem se tornar a máquina, ou a máquina se torna o homem. Oras, tanto faz.
somos nossa memória, somos este museu quimérico de formas inconstantes, este monte de espelhos partidos
Jorge Luís Borges
Pois, o que é interface? Para que serve a interface? Será que tem a ver com computadores? Tem sim, ou não?. A interface é um tipo de tradutor que aproxima a linguagem do homem com a máquina. Olhamos para a telinha e já sabemos o que ela nos tem para dizer. Um ícone sedutor fazendo caras e bocas para nossos olhos repletos de informação. Ou, uma chamada para a ação. Ou para a interação.
Repetindo uma vez mais os rituais para a criação de espaços simbólicos. Os tempos mudam, as metáforas precisam ser recicladas. Hoje estamos já enredados, com e sem fios. O nível de envolvimento é outro, e construir sentido coletivamente continua sendo um desafio.
Não partimos do zero, mas temos sempre novas questões a destrinchar. Seguimos pesquisando, experimentando, construindo. A busca de agora (que vai certamente transformar-se outra vez daqui a pouco) é: o que significa espaço público?
Agora que não precisamos mais defender os weblogs, agora que as listas e wikis e microblogs cresceram mais do que podíamos imaginar, que o software livre já mostrou que é viável, pra onde a gente vai? Quando as hipóteses viram certezas, pra onde apontam os novos paradoxos que queremos navegar?